O Espelho de Nora (Relíquias de Albem)✔️

A flauta.

A garota veio até nós. 

- Estavam me procurando?

Perguntou ela.

- Sim...

Respondi. A garota olhou alegre ao ver o espelho e o relógio.

- Vocês são portadores também? O que o seus fazem?

Perguntou ela animada.

- Eu vejo o futuro e o dele...

O garoto me interrompeu dizendo:

- Precisamos da sua ajuda.

A garota pensou por um instante.

- Tá.

Respondeu ela.

- Como assim, tá? O que quer em troca?

Perguntou ele.

- Nada. Vocês parecem legais. Só quero uma demonstração dos seus objetos.

Demos a ela uma demonstração, previ uma senhora estranha passando por lá e ele usou seu relógio para fazer algumas pedras caírem mais devagar.

- Isso é incrível. Agora minha vez.

Ela começou a tocar sua flauta e varias aves, formigas, esquilos e alguns outros animais começaram a nos circular e quando ela parou de tocar eles voltaram para dentro da floresta.

- Uau!

Exclamei surpresa.

- Como posso ajudar vocês?

Perguntou ela. O garoto explicou que precisávamos atravessar a floresta em segurança até chegarmos ao próximo portal. Perguntei a ele se havia a possibilidade da mulher do jardim atravessar o portal e nos perseguir, mas ele disse que apenas quem porta uma relíquia pode ter acesso aos portais criados por Albem.

Andamos por varias horas enquanto eu e Cecilia, a portadora da flauta, conversávamos sobre nossas dimensões. Ela disse que para eles é normal ouvir sobre uma ou outra pessoa que viaja por portais, mesmo que isso não seja acessível para pelo menos noventa e nove por cento da população existente em todo o cosmos e que o jeito mais comum de viajar seria através de portais naturais ou artificiais criados por grandes magos ou com o uso das lendárias pedras da lua. 

(Qualquer um que eu conheço iria pirar ao saber que outras dimensões existem)

 Andamos muito até finalmente chegarmos em uma área mais densa da floresta.

- Estamos quase lá.

Por instinto, resolvi dar uma olhada em meu espelho. Vi Cecilia sendo pega por uma armadilha.

- Parem!

Gritei. Eles pararam e olharam para mim confusos. Peguei um galho grande e joguei a nossa frente revelando um buraco no chão coberto por galhos secos e folhas da qual em seu interior haviam espetos de madeira apontados para cima. Engoli em seco ao ver. Continuamos andando enquanto eu previa cada armadilha. Mais a frente sentimos um cheiro muito ruim e percebemos alguns ossos no chão espalhados pelo local. Demos um pulo quando do meio das arvores veio até nós um tigre dente de sabre enorme.

- Sem pânico...

Disse Cecilia em seguida começou a tocar sua flauta fazendo a fera se acalmar e retornar para dentro da selva.

- Bom trabalho.

Disse o garoto.

- Pra isso que estou aqui.

Disse ela retribuindo o sorriso ao garoto.

Por fim paramos em frente a uma cachoeira.

- É aqui.

Me virei para Cecilia e disse:

- Muito abrigada por nos ajudar.

Ela nos abraçou.

- Não precisa agradecer.

O garoto parou bem próximo do portal e disse:

- Vamos logo.

- Por que não vem com a gente?

Perguntei.

- Jura? Claro!

Respondeu ela alegre.

Antes de entrarmos no portal o tigre havia voltado.

- Deixa que eu cuido dele.

Ela pegou sua flauta e começou a tocar, mas o tigre continuava se aproximando. Cecilia começou a dar alguns passos para trás enquanto tocava. O tigre saltou para cima de nós fazendo com que ela caísse dentro do rio incapaz de usar sua flauta.

- Cecilia!

O tigre desapareceu no ar.

(Uma ilusão?!)

De dentro da floresta, Merlin, a mulher do jardim caminhava em nossa direção usando um colar cheio de pedras preciosas. O rio onde Cecilia estava começou a congelar assim  como a cachoeira.

- Me entreguem suas relíquias!

Gritou Merlin.

Cecilia estava longe de mais para que eu a ajudasse e o portal já estava quase se fechando.

- Não deixa ela pegar!

Exclamou Cecilia jogando a sua flauta para mim antes de ficar submersa na água por conta do gelo. Peguei a flauta e o garoto me puxou pelo braço, o portal se fechou congelado antes de Merlin nos alcançar.

- Cecilia!

Eu gritei antes de sermos levados para bem longe daquela dimensão.