Rebecca's POV
Olhei pasma e sem reação para os dois homens que tinham entrado no quarto. E um deles era igual ao Peter.
Não consegui me mexer pelo choque – e eu não conseguiria mesmo, já que estava amarrada. O que eu sentia era a pior coisa que eu já remotamente imaginaria. Era uma raiva misturada com um ódio, com nojo e com alívio. Alívio de aqueles homens terem chegado bem na hora em que eu mais precisava.
Os dois homens estavam armados e eu sabia que o mais alto era o que tinha atirado em Peter, o meu ex-namorado pegajoso e psicopata.
Mas como eles sabiam que Peter iria me matar? Eles eram policiais? Eles sabiam que Peter havia matado todas aquelas garotas e era o estuprador? Como eles entraram na minha casa?
O que era igual ao Peter levantou a sobrancelha e deu um sorrisinho. O outro olhou para ele com censura e correu para o meu lado, tirando uma faca de um dos bolsos de sua calça.
Arregalei meus olhos e até cheguei a pensar em chegar para trás – lógico que eu não fiz isso, porque Peter se encontrava ali.
– Calma – sussurrou o alto, adivinhando meus pensamentos. –, eu vou tirá-la disso.
Ele apontou para a corda que me prendia e eu assenti, dando-lhe permissão para se aproximar. Ele sorriu, vindo para o meu lado calmamente e me livrando das amarras, enquanto o outro revirava os olhos e passava a mão no cabelo. Quando o alto me soltou, eu dei um pulo em cima dele, enroscando os meus braços em seu pescoço, em um ato impensado e automático de alívio por estar viva.
Ele se encolheu um pouco, mas quando viu que minha intenção não era atacá-lo ou algo do tipo afagou levemente em minhas costas.
– Está tudo bem – repetia.
Estava tudo longe de "tudo bem", porém era hora de ser forte. Mais uma vez.
Respirei fundo e soltei aos poucos meu braço do alto. Examinei-o de perto e me desconcertei com seus olhos profundos que me invadiam até a alma. Ele era intenso. E lindo. Muita beleza para um cômodo só.
– Me desculpe – pedi para o mais alto. Afinal, eu havia praticamente me enroscado nele.
– Ei, Sam – falou o que estava na porta. –, da próxima vez eu desamarro a garota.
Ele deu uma risada e eu consegui identificar a malícia em seu comentário. Fechei a cara para ele. O moreno/alto me olhou envergonhado.
Só depois disso que eu pude pensar em suas exatas palavras "Da próxima vez." Do jeito que eu tinha sorte com essas coisas péssimas, haveria uma próxima vez.
– Oi – começou, antes que eu pudesse me recuperar. –, meu nome é Sam. Sam Winchester. E esse é o meu irmão, Dean.
O tal Dean acenou.
– Vocês vão me explicar tudo? O porquê de estarem aqui, de terem matado Peter, de ele ser... idêntico ao Dean? – Finalmente, consegui falar.
Sam assentiu com a cabeça, pesadamente.
– Nós caçamos coisas sobrenaturais. É uma coisa de família. Viemos aqui para a cidade e soubemos dos casos das garotas estupradas. Com algumas evidências, soubemos logo que era um transformador.
– Transformador? É isso o que Peter é... melhor, era?
– Sim – respondeu Dean.
– Mas como souberam que ele estaria aqui hoje?
– Olha, a cidade inteira sabe que vocês namoravam até duas semanas atrás. Falaram que você terminou com ele e que ele não gostou disso – disse Sam.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sexo Demoníaco
FanfictionAlguns meses após a fase mais traumatizante de sua vida, Rebecca se vê inserida no mundo sobrenatural. Um transformador aparece em sua casa e a apavora, mas antes de que ele pudesse fazer dela sua mais nova vítima, os irmãos Winchesters aparecem e a...