Epílogo

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  Rebecca's POV

– Não sei para que a pressa – reclamei para Sam. Estávamos namorando firme (e caçando firme) havia dois anos. Já éramos praticamente casados. Mas não casados o suficiente para Sammy, logicamente.

– Eu quero ser seu marido de verdade – insistiu.

Estávamos nós dois no carro, de modo que ele pôde falar firmemente sem se importar com o olhar de "Cara, cala a boca" que Dean fazia. Falando nele, ele estava comprando algumas coisas para comermos na viagem. Sabe como é, a gente nunca parava em um lugar só. Surgia um caso e lá íamos nós novamente. Como eu havia escutado de Dean certa vez: "Salvando pessoas, caçando coisas... Os negócios da família".

– Tudo bem, nós vamos nos casar... Mas você não podia esperar a gente pegar algum caso próximo de Las Vegas? Lá a gente se casa rapidinho e bem oficialmente. E além do mais podemos nos concentrar nos prováveis vampiros de Ohio.

– Você sempre diz isso! "Pegar algum caso próximo de Las Vegas"... Parece que as coisas sobrenaturais fazem de propósito comigo, pois você me enrola com esse papinho faz seis meses e até agora só tivemos casos do lado contrário do país, nunca tão perto de LV – continuou reclamando, levando a sério.

– Sammy... – suspirei. – Não precisamos assim de pressa.

– Você não quer ser uma Winchester oficialmente? – perguntou, fazendo aquela chantagem emocional que sempre me seduzia.

– Você sabe que eu quero me chamar Rebecca Thompson Winchester, mas, como eu disse, não precisamos de pressa. Vamos nos casar e continuar a caçar normal, não é? Então não tem nada muito empolgante – continuei argumentando.

– Lógico que tem. Quando nos casarmos, poderemos construir uma família.

As palavras dele foram simples, mas me assustaram como se tivesse caído uma bomba bem ao meu lado.

– Ãhn? Você nunca me disse que queria uma família – comentei, tentando não soar tão confusa igual eu me sentia.

– É... Hmm, era um desejo secreto – disse, envergonhado. Ele deu de ombros, mas eu vi que era algo que realmente importava para ele.

– Sam... Nós somos caçadores. Você sabe que não é fácil ter filhos e tudo mais. – Eu não acredito que estou tendo essa conversa com ele. – Olha, você cresceu com a ausência de seu pai, porque ele era um caçador. Você deseja o mesmo para um filho?

– Não! – exclamou. – Mas não vamos abandoná-lo...

– Vamos levá-lo com a gente nas caçadas, para deixá-lo bem exposto e vulnerável? Você faria isso? – continuei, sabendo que estava mexendo com a cabeça dele.

– Pode ir parando com essa lavagem cerebral de psicóloga – resmungou. – Eu não quero dizer isso... só quero dizer que não vou caçar para sempre. Poxa, Becca, eu estou nisso desde pequeno. Antes era muito emocionante, mas hoje em dia eu só quero uma família, uma casa, um trabalho normal.

– E Dean? – perguntei. Ele era mesmo como um irmão para mim, de modo que pensar nele caçando sozinho me deu uma dorzinha no peito.

– Ele vem morar com a gente, se quiser... Se não quiser, pode simplesmente caçar com Bobby e ir lá para casa de vez em quando. – Sam deu de ombros. – Nós três já somos bem adultos, meu amor. Eu, você e ele. Sabemos o que queremos da vida. Eu quero me casar com você e ter uma vida. O que você quer?

– Eu... Eu não sei o que eu quero – confessei. Oras, o papo dele me desarmou. Eu queria sim uma vida normal outra vez. Era muito legal caçar, era simplesmente o meu trabalho, mas era desgastante e muito muito perigoso. – Só sei que, se tivermos essa vida, e os filhos... Vamos esconder deles a vida que levamos?

Sam pensou por um minuto. Provavelmente não havia pensado sobre isso antes.

– Não. Vamos contar que já caçamos e deixar claro que saímos dessa vida – respondeu.

– Ah, tá. Eles provavelmente vão querer caçar também, você sabe, sede de aventura e perigo.

– Se eles quiserem caçar, que cacem. Um dia, não irão querer mais. – Ele foi bem lógico.

– Só de pensar em futuros filhos em perigo, já me arrepio – reclamei.

– Se ensinarmos os nossos truques de mestres, eles vão saber se defender.

– E se eles forem muito poderosos e isso colocar pessoas em perigo? – me lembrei de repente de quando Meg me possuiu, querendo um filho com sangue totalmente demoníaco.

Obviamente, Sam não havia pensado por esse lado. Ele franziu os lábios.

– Acho que vamos ter que correr os riscos. Você está disposta? – perguntou.

Também pensei sobre isso. Eu amava Sam e tudo o que eu sempre quis foi um filho com ele... Um menininho lindo de covinhas maravilhosas. E de repente eu vi. Sim, estava bem claro.

– Estou disposta – respondi, sorrindo maravilhada.

– E aí, cambada! Trouxe lanche para todos nós – Dean interrompeu de seu modo pouco sutil, entrando no carro e jogando as sacolas no colo do irmão. – Hmm, qual a estrada vamos pegar agora?

Sam sorriu lindamente ao responder, parecendo mais animado do que nunca:

– Vamos fazer uma ligeira mudança na rota. Pegue a estrada para Las Vegas.

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