CAPÍTULO 4- QUANDO TUDO SE TORNA VERDADE

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Dean's POV

– Eu acho, seriamente, que você está se sentindo excluído. Agora resta saber se isso é uma forma de atrair a atenção do seu irmão ou de Rebecca...

Eu continuei com a careta. Não precisava de Bob me dando um sermão sobre o que eu deveria ou não fazer ou sentir.

– Virou psicólogo? – provoquei.

– Não, na verdade. É que eu sempre acerto o que está acontecendo entre vocês, não é? Sempre foi assim.

– Ah, cala a boca – mandei. – Acabaram as cervejas.

– Não, a minha não acabou ainda – comentou Fred.

E chegaram, de mãos dadas, Sam e Rebecca.


Rebecca's POV

Pude ver o espanto de Dean quando chegamos de mãos dadas e pude ver também que, aos poucos, a máscara irritante dele voltava. Eu me sentei, exatamente no mesmo lugar que eu me sentei antes, e Sam se ficou e pé ao meu lado, encostado na mureta.

Dean soltou uma risadinha sarcástica. Ele parecia bem bêbado.

– Nossa, foi tão rápido! Foi bom, Rebecca? – provocou.

– Com certeza. Até nas rapidinhas Sammy não decepciona – respondi, provocando-o de volta.

Um lapso de surpresa passou pelos olhos de Dean. Ele logo se recompôs, mas durou tempo o suficiente para que eu percebesse que ele não esperava que eu respondesse à altura. Sam me olhou pasmo e corado – talvez ele não quisesse que eu jogasse tão forte contra seu irmão ou talvez ele só estivesse envergonhado por eu tê-lo exposto mesmo. Eu passei a mão no cabelo dele e sorri quando ele me olhou, pedindo perdão com o olhar. Dean extraía o pior de mim.

– Bem, agora a cerveja acabou – Fred, eu acho, disse, olhando as garrafas sobre a mesa, tentando mudar de assunto.

– Ah, Rebecca, você está mais perto da cozinha. É rapidinho – pediu Dean.

– Quantas garrafas?

– 5 – respondeu.

– Tudo bem.

Eu pulei da mureta e fiquei em pé. Sam se desencostou.

– Eu vou com você, para ajudá-la a trazer as garrafas – falou, como um cavalheiro. Ele continuava a ser o mesmo Sammy de sempre (bondoso, tranquilo, pé no chão, não muito tarado), mas eu vi o seu olhar divertido e nele estava escrito: VAMOS PROVOCAR DEAN. Eu sorri maliciosamente.

– Tudo bem – repeti.

– Vocês acham que eu não vi essa troca de olhares? – indagou Dean. Sam e eu paramos para olhar para ele. – Eu sei que vocês vão se pegar na cozinha.

– Lógico que vamos – concordei. – Não dissemos que não iríamos.

Eu fiquei de frente para Sam e coloquei minha mão em sua nuca, puxando o seu rosto para baixo e beijando-o, com tanta vontade e intensidade que me peguei ofegando baixo. Sam colaborou colocando a mão na minha cintura e me puxando. Eu desci, me separando dele e me virei em direção à cozinha. Não me importei com o que nenhum dos caçadores presentes estava pensando. Eu só queria provocar Dean, fazê-lo sentir na pele as suas idiotices.

– Eu nunca vi Sammy assim – cochichou Bob.

Um dos rapazes – que não era nem Bobby nem Dean – gritou: "IHUL" para Sam. Eu ri.

– Resolveu me ajudar? – perguntei, baixo, em seu ouvido. Eu estava com tanto medo de estar pegando pesado...

– Bom. Você parece obstinada em provocar Dean de volta. O máximo que eu posso fazer é não ficar sendo aproveitado como uma pessoa indefesa.

Sexo DemoníacoOnde histórias criam vida. Descubra agora