Capítulo 9

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Acordei com a cabeça ainda girando um pouco, estava em uma cama que não lembrava exatamente como tinha chegado, era um quarto bem iluminado, pela fresta da janela eu via que já era dia, eu estava com uma blusa que não me pertencia, provavelmente do Antonie, pelo menos eu me lembrava que estava com ele depois da festa. Decidi levantar e sair do quarto, procurar minhas coisas e ir embora afundar minha cara no primeiro buraco que eu encontrasse. O apartamento era lindo, tinha vidros do teto ao chão, dava para ver a cidade inteira, senti um cheiro bom vindo da cozinha e segui o cheiro, Antonie estava sem camisa concentrado em algo que fazia, quando notou minha presença.
— Bom dia, se sente melhor? - Perguntou ele.
— Bom dia, sim... melhor do que eu mereço. -Respondi fazendo uma pausa.
— Que bom. -Ele disse.
— Antonie, não me lembro direito de tudo que aconteceu ontem, nós... você sabe. - Perguntei com muita vergonha.
— Se nós transamos? Não, você insistiu muito, mas não. - Respondeu com um sorrisinho.
— Então por que estou com suas roupas? Não tem graça Antonie, eu não consigo lembrar. -Falei.
— Porque você vomitou no meu carro, vomitou em você mesmo, vomitou em mim e vomitou no meu banheiro. - Ele respondeu.
— Meu Deus, que vergonha, sério me desculpa, finge que isso não aconteceu, como vou olhar para você nas aulas depois disso, ai Deus me aniquila por favor. -Falei.
— Então você não se lembra de suplicar para que eu te comesse? Palavras usadas por você mesmo. -Ele falou se aproximando de mim, tão perto que conseguia sentir o cheiro dele.
— O QUE?? Eu não fiz isso.
— Na verdade fez, o álcool te deixa bem animadinha Marie. Você tentou me beijar antes de vomitar na minha roupa enquanto te carregava para cá.  - Disse ele rindo.
— Para Antonie, não tem graça, você não sabe a vergonha que estou sentindo.
— Quando não estiver alcoolizada e quiser é só pedir Marie, agora senta aí e come. -Ele falou se afastando para mexer em algo que estava no fogão.
   Sentei no balcão e tinha um prato com ovos mexidos, bacon e torrada, só de pensar a quantidade de calorias que tinha ali meu estômago revirou. Devo ter feito uma careta porque o Antonie olhou e perguntou:
— Qual o problema? Você não gosta?
— Não é isso... é só que não costumo comer pela manhã.
— Você vai para a companhia sem comer? Isso não é saudável Marie, você precisa comer, vomitou tudo que estava na sua barriga ontem.
— Eu sempre vomito. - Disse rindo e percebendo instantaneamente que tinha falado demais.
— Como assim você sempre vomita? Você tem bulimia Marie? - Ele perguntou preocupado.
— NÃO, me expressei errado Antonie, esquece isso, vou comer o que você preparou, assim vai acreditar que estou bem.
   Comecei a comer, cada partícula de comida me causava asco, a cada mastigada me fazia ter vontade de chorar, o óleo da manteiga no céu da minha boca foi a gota d'água, precisava ir no banheiro.
— Antonie, posso usar seu banheiro? Quero muito fazer xixi. -Disse segurando toda comida que estava na minha garganta.
— Pode, é no fim do corredor ou pode usar o do quarto. -Respondeu com uma cara estranha.
   Fui o mais rápido que podia sem parecer desesperada, entrei no do quarto que era mais longe e ele não ouviria. Sentei no chão e coloquei o dedo na garganta, uma cena nada bela, eu me sentia péssima fazendo isso, eu odiava odiar tanto meu corpo, mas eu não conseguia parar. Dei descarga e lavei minha boca na pia, quando abri a porta dei de cara com Antonie.
— Você está doente Marie, precisa de ajuda médica.
— Não estou doente Antonie, é porque não costumo comer de manhã.
— Marie, eu sou bailarino também, sei que é mais comum do que poderiam imaginar, mas existe tratamento, eu posso te ajudar.
— Eu não preciso de ajuda, estou bem, por favor não se intrometa na minha vida, já disse que estou bem.
— Se você não procurar um médico, está fora do teste de Coppélia. - Ele disse sentando na beirada da cama.
— O que? Você não pode fazer isso, vai dizer para Sr.Maya que me tirou por qual razão?
— Não sei, invento alguma coisa, tenho mais poder do que você pode imaginar Marie.
— Antonie, por favor acredita em mim eu estou bem. -Disse segurando o rosto dele com as duas mãos.
— Eu não quero te prejudicar Marie, entende isso, quero seu bem, não quero te ver em uma cama de hospital se alimentando através de tubos. Me deixa te ajudar -Ele falou ajeitando um cabelo que estava caindo no meu olho.
   Naquele momento meus olhos encheram de lágrimas, que eu não consegui segurar. Eu desabei, tentei esconder meu rosto com as mãos. Antonie me puxou e me colocou aninhada em seu colo, ali eu fiquei por longos minutos sem dizer nada. Ele limpou minhas lágrimas e disse:
— Marie, você é a criatura mais linda e talentosa que eu já vi, isso é só um detalhe que vamos resolver.
— Antonie, eu não posso pagar por isso, minha família já paga com muito custo minhas despesas aqui, eu tenho sorte de ter um patrocinador, senão nem poderia estudar na EBS.
— Eu pago tudo, não se preocupe com isso, ninguém precisa saber.
— Eu não posso aceitar.
— Linda, eu ganho mais do que gasto, e eu não estou perguntando, eu vou pagar e isso já está resolvido. - Ele disse me deitando na cama.
   Como alguém conseguia ser tão bonito? Antonie era tão lindo que parecia uma pintura renascentista. Puxei ele para cima de mim e o beijei segurando seu rosto.
— Será que a proposta de mais cedo ainda está de pé? - Perguntei com um sorriso bobo.
— Sempre que você quiser. - Ele disse.
   Antonie tinha um corpo escultural, seu abdômen era extremamente definido. Ele me beijou intensamente, éramos chamas. Ele tirou minha blusa e meu sutiã e beijou cada ponto do meu corpo, parecia que eu ia explodir, eu precisava dele.
   Foi intenso, lento, sensual, no final mal podíamos respirar. Foi o melhor sexo da minha vida, por um minuto fiquei com medo de perder aquilo, eu já estava viciada, tinha necessidade de mais.
— Garota, me explica como você pode ser tão perfeita. -Ele perguntou olhando nos meus olhos.

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⏰ Última atualização: Nov 08, 2021 ⏰

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