Piquenique na margem do Rio Han

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Depois de uma longa pedalada as margens do rio Han. Namjoon e Júlia resolvem descansar um pouco.

Eles desenrolam uma toalha de mesa que ele havia levado, pegam a cesta de frutas e outras comidinhas e sentam no chão para descansar e aproveitar a vista.

Enquanto comem e aproveitam a companhia um do outro, eles trocam olhares tão intensos quanto os do dia em que se conheceram. Teria a amizade deles evoluído para algo mais???

Namjoon: - Tenho uma curiosidade, mas não sei por qual razão ainda não lhe perguntei sobre isso.

Júlia: - Pode perguntar então rs.

Namjoon: - Seus belos olhos puxados, eu ainda não consegui descobrir a sua ascendência.

Júlia: - Bom, minha mãe é brasileira e meu pai é japonês. Ele foi morar no Brasil quando tinha 8 anos de idade.

Nam: - Ah, olha só que legal. Eu falo um pouco de japonês, o básico na verdade, e você, fala japonês?

Júlia: - Sim, falo. Sou fluente, meu pai fez questão de que em casa só falássemos japonês para que a língua não se perdesse, e foi graças a isso que criei fascínio pela cultura asiática, e é claro que também foi pelo fato de que eu quero conhecer mais sobre a minha ascendência.

Nam: - Uau, isso é muito bom! Depois quem sabe você não me ajuda a aperfeiçoar meu japonês.

Júlia: - Será um prazer.

Nam e Júlia terminaram de comer e ficaram admirando a calmaria da água e o brilho de beleza esplêndida que a água tinha devido ao reflexo do sol.

Júlia: - Que livro tem lido ultimamente?

Nam: - Eu acabei de ler "Por favor, cuide da mamãe" da Kyung-Sook Shin. É um livro profundo.

Júlia: - Ahhhh, mentira!

Nam: - Não, é verdade rs.

Júlia: - Sei que é verdade, é que lá no Brasil quando ficamos surpresos com algo temos o costume de falar "mentira" rs. Eu também acabei de ler esse livro, eu achei triste, ele nos faz perceber que não agradecemos o suficiente os gestos de amor, cuidado e carinho que recebemos, pelo simples fato de acharmos que eles são naturais.

Nam: - Nossa, é exatamente essa sensação que tive ao ler o livro. Mas foi algo necessário, me fez ter outra percepção sobre as pessoas a minha volta. E eu simplesmente amo o fato de haver a citação de uma frase de Franz Liszt que diz "Ame, enquanto puder amar".

Júlia: - Sim, pois nunca sabemos quando iremos nos separar de alguém, então temos que amar e demostrar esse amor sempre que possível.

Apesar da conversa ter ficado mais profunda do que ambos esperavam, eles não ficaram nem um pouco desconfortáveis com a situação.

E assim, sem que percebessem boa parte do dia já havia passado.

Nam olha para as horas no celular e percebe que logo tem que partir pois tinha marcado de jantar com sua mãe.

Nam: - É uma pena que as horas passaram tão rápido, mas eu tenho que ir. Eu gostaria de acompanhá-la até sua casa, porém eu me perdi no horário.

Júlia: - Não tem problema, eu estou acostumada a andar de bicicleta neste horário, eu até gosto.

Eles se levantaram e o Nam disse:

- Deixa que eu arrumo as coisas que estão no chão, você irá se cansar no caminho de volta para casa.

Enquanto ele arrumava as coisas, Júlia não conseguia parar de sorrir e achar fofo o jeito desengonçado de Nam arrumando as coisas.

Quando Nam foi entregar as coisas à Julia, que estava parada bem na sua frente. Nam tropeçou...e acabou caindo em cima de Júlia.

Nam: - Ô...oops!

Ele disse isso enquanto olhava bem "dentro" dos olhos dela.

O clima não podia ser mais "embaraçoso".

Depois de cerca de dois minutos, Nam se levanta, e estende as mãos para Júlia, dizendo:

- Você está bem?

Júlia: - Be...be...bemm, eu estou, bem!

Nam: - Sério mesmo? Você me parece um pouco atordoada.

[Ele disse isso enquanto tirava algumas gramas do cabelo de Júlia].

Júlia: - Sim, eu estou bem.

Nam: - Não sei não, eu vi que bateu a cabeça (olhando atenciosamente para ela). Acho melhor você não voltar pedalando para casa, eu gostaria que você desse uma passada em um hospital.

Júlia: - Eu lhe asseguro que não foi nada demais. Eu estou bem, não se preocupe. Não preciso ir para o hospital.

Nam: - Se você diz, eu confiarei em você. Mas irei chamar alguém para que te leve embora.

E assim o fez.

Namjoon ligou para a empresa e pediu que mandassem um motorista de confiança para que levasse Júlia embora, e mesmo atrasado para seu compromisso, só partiu quando o carro que havia chamado chegou. E por fim disse:

- Por favor, me liga assim que chegar em casa!

𝒴ℴ𝓊 𝒶𝓇ℯ 𝓉𝒽ℯ 𝓇ℯ𝒶𝓈ℴ𝓃 🐨🚲❤ | 𝓚𝓲𝓶 𝓝𝓪𝓶𝓳𝓸𝓸𝓷Onde histórias criam vida. Descubra agora