chapter 3

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Pego o pulso de Karina deixando-a surpresa. Levo a morena para o mesmo lugar em que eu estava com Yoongi.

- muito bem... Vamos lá. - olho dentro dos olhos de Karina que estão como o de meu ex, perdidos, medrosos e nem um pouco arrependidos.

- me desculpa, amiga! Ele me agarrou! Você sabe que eu nunca faria isso com você, né? - gargalho ao ver a peça da garota. Como é falsa, mentirosa e traíra.

- eu duvido que esteja falando a verdade . Você é tão estúpida. - digo fazendo um rosto de coitadinha. - se humilha todos os dias para ter a minha fama, finge ser minha amiga, e sabe quem sai ganhando com tudo isso? Exato, eu! - levanto o rosto de Karina pelo queixo. - ou você some da minha vida para sempre, ou eu faço a sua um inferno! - o rosto de Karina de enche de ódio e ela sai assim como Yoongi.

Entro novamente na casa e vejo Yuna consolando Karina que está sentada com as mãos no cabelo. Passo por elas e sinto uma mão segurar meu pulso.

- amiga- não deixo Yuna terminar e eu solto meu pulso da sua mão.

- continua consolando sua amiga. - saio da casa como se os rostos confusos e curiosos das pessoas a volta não me afetasse.

Por sorte, as ruas estavam vazias já que era 00:30. Dirigi em alta velocidade me lixando para as multas que poderiam vir. Estacionei o carro na garagem, deitei minha cabeça no banco, suspirei e pensei: Inferno. Agora vou ter que dar um jeito dessa fofoca não se espalhar e fingir que eu terminei com ele e que não houve traição. Espero que nada saia dos meus planos, espero mesmo.

Entro na banheira quente e meus músculos relaxam automaticamente. Pego meu celular e começo a apagar todas as fotos que postei no feed com Yoongi, que são muitas, já que as postagens com ele sempre me davam mais curtidas. Jogo o iPhone em cima da privada, afundo na água e fico por alguns segundos lá em baixo, apreciando o silêncio. Ao subir novamente eu levo um susto quando vejo Hanni no meu banheiro.

- o que você está fazendo aqui? - digo após levar o susto.

- eu estava te chamando e batendo na porta mas você não estava escutando, então entrei. - ela diz mexendo em alguns produtos que estavam em cima da pia de mármore.

- achei que tinha trancado. - falo para mim mesma. Devo ter esquecido por causa do estresse.

- só vim te falar que vamos viajar para o Japão no próximo fim de semana. - ela diz simples.

- primeiro: porque não esperou eu terminar de tomar banho? Segundo: porque mamãe não veio me falar e mandou você? -

- porque eu quero dormir logo, amanhã tenho prova. E ela vai passar a semana inteira trabalhando, e vai dormir 4 horas por dia novamente. Resumo ela não vai poder esperar você ter a boa vontade de ir falar com ela. - reviro os olhos com a resposta. Balanço minha mão molhada indicando que Hanni saia .

- tchau. - ela acena de forma debochada, sai do banheiro e fecha a porta.

Passei meia hora na banheira, apenas balançando a água enquanto a espuma se dissolvia aos poucos. São 1:10, e eu estou sentada, nua em cima da minha cama tentando pensar em alguma coisa. Mas a minha cabeça não permite, pelo cansaço. Tento reorganizar as informações que recebi hoje mas simplesmente não consigo, minha mente está o puro caos. As vezes eu só quero sumir, ir para Barcelona, com o dinheiro da minha herança, comprar um apartamento de frente para a praia e viver loucamente, sem status, sem pessoas me seguindo e querendo satisfação da minha vida todos os dias.

Visto meu pijama e deito na cama sem olhar o celular, como faço todos os dias. Olho para o teto e com um tempo meus olhos começam a se fechar lentamente.

[...]

Acordo com batidas na porta. Após perceber a insistência levanto e abro a porta lentamente. Vejo o rosto da minha mãe deslumbrante em plenas... Observo o relógio da minha cômoda. 5:45 da manhã?!

- omma, o que faz aqui? - pergunto esfregando meus olhos.

- vim te dar um beijo... Faz tanto tempo que não nos falamos, meu bem. - ela se senta na minha cama batendo nela com sua mão para que eu também sentasse.

- realmente. Esse último ano você tem ficado muito atarefada com o trabalho, e o papai, nem se fala. - ela assente com uma expressão culpada. - mas tudo bem, vocês só querem dar seu melhor para nós. - digo tentando tirar um pouco do peso de suas costas.

- em breve nossa rotina será diferente, prometo! - ela diz abrindo um sorriso que logo se fecha. É como se ela percebesse algo. - aconteceu alguma coisa, filha? - a habilidade de observação da minha mãe era incrível, o que as vezes me incomodava um pouco. Ela percebeu que havia algo errado, e eu não conseguiria contestar.

- nada de mais, problemas de adolescente, mãe. - tento desviar o assunto.

- não precisa dizer nada, mas dê um abraço na sua mãe. - ela estica os braços e eu quase me jogo no abraço. Eu precisava dela, mais do que qualquer pessoa no mundo.

Lágrimas de repente deslizam sobre meu rosto e ela não solta do abraço. Quando menos espero começo a soluçar enquanto choro como um bebê, e minha mãe apenas acaricia meu cabelo deixando que tudo que estava preso se dissolva. Quando me acalmei o sono me incomodou e eu acabei adormecendo nos braços mais quentes e confortáveis do mundo.

perguntinha: você assim como a Jen, ama uma abraço da sua mãe (qualquer pessoa que seja sua figura materna)?

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