Capítulo 3

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Gente, quero começar pedindo mil desculpas pela demora. Eu perdi a senha de acesso e não estava conseguindo entrar na conta para postar.
Não foi abandono, juro!

Bem-vindos a todos que vieram pelo insta kkkkk

E como pedido, coloquei (POV) nos personagens, para identificarem melhor a narrativa.

Boa leitura! 🥰

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(Sarah POV)

Era muito difícil me concentrar na prova, sabendo que o insuportável-mor estava me olhando.
Sério, de quem ele achava que eu poderia colar?
Só estávamos os dois na sala e mesmo assim ele me encarava.

Tentei respirar fundo e seguir em frente, já que a minha nota dependia de minha total concentração.

Gabriel estava com um comportamento estranho desde o momento em que entrei na sala. Quer dizer, mais estranho do que ele geralmente era.

Eu sei que pra ele não era nada agradável estar ali em um horário que não era o seu e principalmente por ser comigo, mas sério, todo aquele olhar estava me deixando agoniada.

-Está tudo bem? - a voz dele me assustou.

-Porque não estaria? - perguntei erguendo o olhar até ele.

-Não sei, você geralmente responde todas as questões bem rápido mas hoje parece que tem alguma coisa te incomodando.

-E realmente tem. - eu respirei fundo -Você.

Ele pareceu surpreso com a minha resposta.

-Eu sei que você não gosta de mim, Trajano, mas o que exatamente eu fiz dessa vez?

-Está aí, todo estranho, parado me olhando fixamente.

-Só temos nós aqui e a minha função é exatamente te olhar fazer a prova. O que quer que eu faça?

Ele se recostou a mesa e cruzou os braços, com aquele sorriso arrogante na cara.

-Sei lá, vai ler um livro, buscar um café, tanto faz. Só me deixa em paz. - eu voltei a olhar para a minha prova.

-Você é bonita demais pra ser tão estressada. - ele falou de repente. - Tenho uma teoria sobre isso.

Eu não sabia o que me deixava mais perplexa naquele momento.

-Você acabou de dizer que eu sou bonita? Está doente?

-Não, estou ótimo. Não é porque eu não gosto de você que eu sou cego. - ele deu de ombros como se não fosse nada.

-Por que exatamente você está falando comigo? - eu perguntei, claramente irritada.

-Tédio. Graças a você eu estou na faculdade a essa hora, ao invés de estar na minha casa.

-Guarda o seu tédio até eu terminar a prova. É impossível eu me concentrar assim.

-Eu te distraio, é? - o sorriso arrogante voltou.

Apenas bufei e voltei a escrever. Ele que fosse a merda junto com a sua arrogância.

(Gabriel POV)

Merda.
Merda.
Merda.
Mil vezes merda.

Eu simplesmente não conseguia deixá-la em paz. Eu tentava ficar quieto, mas o fato de os cabelos cacheados dela ainda estarem molhados por causa da chuva, me lembrava de tudo o mais que ela tinha molhado também.

E meu corpo reagindo estava começando a me enlouquecer.
Eu precisava fazer alguma coisa.

Mas como exatamente eu ia explicar a Sarah Trajano, que depois de quatro anos a odiando, eu passei a desejá-la?

Ela só podia ter algum feitiço, porque era a única explicação pra mexer tanto comigo, enquanto ela estava apenas escrevendo.

-Ainda vai demorar muito? - eu perguntei.

-Eu tenho duas horas para fazer a prova, só se passou uma hora, então por favor me deixe em paz. - respondeu sem nem levantar o rosto.

-Meu Deus, era uma resposta básica de sim ou não. Você não tem educação?

-Gasto a minha educação com quem merece. - ela respondeu ainda sem me olhar.

Quanto mais ela me ignorava, mais eu sentia meu corpo reagir.

Mas felizmente, 20 minutos depois ela terminou a prova.
Se levantou, andou até a mesa onde eu estava, colocou a folha na minha frente e sorriu falsamente.

-Está livre de mim, Salles. Boa noite.

E saiu andando com aquele quadril maravilhoso rebolando e chamando por mim.

Sacudi a cabeça para aliviar os pensamentos e me levantei para guardar a prova na pasta do professor.

A chuva ainda caia significativamente, quando corri até meu carro que estava no estacionamento.

A faculdade estava praticamente vazia aquela altura e era um pouco aterrorizante, para ser honesto.

Ao sair com o carro da faculdade, vi que Sarah estava no ponto de ônibus, encolhida para não se molhar tanto e sozinha.
Não era possível que ela fosse tão lerda para ficar em um ponto, a noite e na chuva, no Rio de Janeiro.

Parei o carro devagar e percebi que ela ia começar a correr. Baixei o vidro do carona às pressas.

-Sarah, entra aqui! - eu gritei.

Ela me olhou como se eu estivesse vestindo uma roupa de palhaço na frente do tribunal.

-Não, obrigada. - ela respondeu.

-É sério, eu te dou uma carona. Aqui é perigoso.

-Você nem sabe onde eu moro, Salles.

-Você me explica, colocamos no GPS,
sei lá. Só entra logo.

-Eu já disse que não. - ela apertou os olhos para enxergar a direção em que o ônibus vinha.

-Sério que você prefere ficar aqui, sozinha na chuva, do que aceitar uma carona até a porta da sua casa? Eu não mordo, Sarah.

Ela girou os olhos com um visível tédio, mas pareceu se convencer e entrou no carro.

-Eu não sei o que deu em você hoje, mas obrigada. Eu moro no Méier. - ela disse enquanto colocava o cinto de segurança.

Ponto pra mim!
Lá vamos nós com o primeiro passo para aquele corpo incrível estar entre as minhas mãos.

I Hate You, But I Want You.Onde histórias criam vida. Descubra agora