Muita gente me perguntou por que eu não fiz com o professor e sim o assistente.
Bom, eu sou professora e não consigo imaginar isso, então fiz o que minha imaginação permite, sem quebrar minhas convicções.Só pra vocês terem uma ideia de como eu imagino os personagens, aqui estão eles:
Sarah TrajanoGabriel Salles
Boa leitura! 🥰
_________________🍸_________________(Sarah POV)
Ele me pediu pra colocar meu endereço no GPS e juro que por um momento pensei em colocar o endereço errado. Mas pensei melhor e vi que a única prejudicada seria eu.
Mas por que caralhos esse homem me ofereceu uma carona?
Isso não fazia sentido.Gabriel ligou o rádio do carro e um rock clássico começou a tocar.
-Sua casa fica em comunidade? Tenho que acender a luz do carro ou algo assim? - ele perguntou de repente.
-Não, não é comunidade. Se está com medo, por que se ofereceu? - eu respondi ríspida.
-Meu senso moral não me permite ver uma mulher sozinha, a noite e na chuva, e não fazer nada. - ele deu de ombros.
-Não sabia que você tinha um senso moral. - rebati.
-Você não me conhece, Trajano. Não pode me julgar pelo comportamento que você vê na faculdade.
-Claro que posso. Sou obrigada a conviver com você a quatro anos. Se você fosse um cara legal, eu saberia. - eu disse, voltando a olhar pra frente.
-Você não é obrigada a conviver comigo, você só me vê no corredor e nas palestras. Eu nunca soube exatamente porquê você me odeia.
-E isso importa?
-Claro que sim! Estou mais acostumado com mulheres que me amam, seu ódio é uma novidade pra mim.
Ele parou o carro no sinal, olhou pra mim e piscou.
Ele PISCOU pra mim.Mas o que?
-É por isso que você me odeia então? Porque eu sou a única mulher que não se rende aos seus encantos?
-Eu tenho encantos? - ele voltou com o sorriso prepotente.
-Não foi o que eu quis dizer, é só modo de falar. Você é tão encantador quanto um dementador. - falei, começando a ficar com raiva.
-Então quer dizer que um beijo meu sugaria a sua alma? - Ele estava mesmo me rebatendo com Harry Potter? Ele não podia fazer isso!
-Provavelmente sugaria a alma e toda a felicidade do mundo. - eu respondi, sem a menor convicção.
Ele riu.
-Eu não odeio você, Sarah. Apenas não tenho apreço por pessoas que tratam os outros mal, sem qualquer motivo aparente, que foi exatamente o que você fez comigo desde o primeiro dia.
-Sem motivo aparente? Cara! Você é arrogante, egocêntrico, mimado, vive numa bolha fora da realidade, se acha pra caralho, quer que eu continue?
-Você descobriu tudo isso sobre mim, sem nem me conhecer? - ele franziu o cenho, como se estivesse realmente em dúvida.
-Eu vi na sua palestra. O jeito que alguém fala, diz tudo sobre a pessoa. - respondi antes que conseguisse evitar.
Ele começou a rir. Mas rir de gargalhar.
Fiquei confusa.-O que é tão engraçado? - perguntei.
-Você passou quatro anos me odiando, por causa de uma palestra? - ele segurou o volante com as duas mãos, pra respirar, depois virou levemente a cabeça pra mim - Sinto muito te dizer, Trajano, mas você está muito errada.
Voltou a olhar pra frente e conferiu no GPS a rua que deveria entrar.
Assim que ele virou, minha casa amarela ficou em destaque.
-Pode parar aqui, eu vou andando o resto da rua. - eu tentei.
-Não acho que seja proibida a entrada de carros, tem vários ali. - ele rebateu e continuou dirigindo.
-Tá bom, a minha casa é aquela discreta ali, toda amarela.
Ele riu.
E pela primeira vez em anos eu pensei que ele ficava lindo sorrindo.-A casa é mesmo bem discreta. Parece aconchegante. - ele falou, estacionando.
-Hum, obrigada por essa carona completamente aleatória. Sabe colocar no GPS pra voltar, né?
-Claro que sei. Fique tranquila que eu chego inteiro, pra você continuar me odiando. - ele piscou de novo.
Balancei a cabeça negando e abri a porta do carro, correndo em direção ao meu portão.
Ele ficou parado ali, até que eu estivesse do lado de dentro, como se fosse algum tipo de cavaleiro que protege a dama em apuros.Minha raiva cresceu. Entrei em casa bufando e batendo o pé.
-Parece que alguém aí está irritada e molhada. Foi mal na prova? - minha mãe perguntou.
-Não foi a prova, foi o assistente do professor.
-Ahhh, o Salles. O que ele fez agora?
-Me viu no ponto e me ofereceu carona. Como se fosse uma coisa natural!
-Está brava porque ele foi gentil? Sendo que você sempre fica brava porque ele é tudo de ruim que existe no mundo? - minha mãe estava claramente rindo da minha cara.
-Eu desisto, mãe! Desisto! - eu subi as escadas ainda ouvindo as risadas dela.
Minha mãe sabia quem era ele, de tanto que eu reclamava em casa. E ela nunca concordou comigo, pra variar.
Entrei no meu quarto e comecei a tirar a roupa molhada, sem conseguir parar de pensar:
O que será que deu nele?
(Gabriel POV)
Confesso que pensei que ela morava em algum lugar pior. Um pensamento horrível, eu sei.
Metade do que Sarah falou sobre mim, era verdade. Em partes, posso ser muito arrogante, mas egocêntrico? Acho que não.
Eu dei carona achando que descobriria uma abertura pra matar aquele desejo que habitava em mim, só pra descobrir que ela me odeia mais do que eu pensava.
Temos um problema então. Porque meu corpo não tá nem aí para o ódio que ela sente, e eu sou teimoso de mais para simplesmente deixar pra lá.
Eu precisava me aproximar mais dela, com alguma estratégia que não parecesse desesperada, mas que não desse chances de ela fugir.
Então, como se uma luz tivesse brilhado na minha cabeça, uma ideia surgiu.
-Ligar para Renan Menezes - eu falei para o carro.
Ele atendeu no primeiro toque.
-Professor? Boa noite. Eu tenho uma indicação a fazer.
Eu falei, já sorrindo comigo mesmo. Seria impossível ela negar.
Se prepare, Sarah Trajano. Gabriel Salles sempre consegue o que quer.
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I Hate You, But I Want You.
Romansa#História com conteúdo +18 # Sarah Trajano odiava o seu professor. Porém odiava ainda mais o assistente dele. Gabriel Salles tinha apenas uma aluna que ele não suportava. Quando os dois são obrigados pelas circunstâncias a ficar juntos, muitas coisa...