Capítulo 4 - Por favor, desista!

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Remus

- Então, Moony...

Remus o interrompeu.

- Não, Sirius, por favor, não.

- Mas você nem sabia o que eu ia dizer!

- Tenho experiência o suficiente para imaginar.

- Mas Moony...

- Padfoot. – Remus parou, e segurou seus ombros para que parasse também – Me escuta.

- Hum?

- Eu aprecio muito a boa vontade de você e James para me arrumarem uma namorada, mas eu não quero uma. Não adianta ficar insistindo e atormentando as pobres moças, elas não me querem também.

A respiração de Remus estava meio próxima demais da sua, e Sirius sentia dificuldade em pensar direito. Remus continuou:

- James, com aquela cabeça de conto de fadas, nunca vai me escutar, mas eu estou colocando as minhas esperanças que você vai. Convença ele a parar com isso.

Sirius se afastou um pouco e cruzou os braços.

- Tudo bem, mas eu não entendo. Qual é o grande problema de ficar com uma garota? Tipo, não é tão ruim assim, e não precisa ser nada sério. Pode ser divertido...

- Tenho certeza que sim, Black – respondeu, e Sirius desconfiou que havia sarcasmo – Mas não é para ser assim. Vocês não podem obrigar uma garota a ficar comigo.

- Depois James que é o romântico incurável. – bufou Sirius.

Remus empurrou seu ombro, não forte o suficiente para machucar.

- Eu estou falando sério! Sirius, vamos cair na realidade. Por que a alguém iria querer ficar comigo?

Sirius teve consciência que estaria pisando em ovos dali para frente. Tinha uma lista pré-pronta com uns trinta itens, mas se limitou a dois, porque caso contrário seria estranho.

- Não seja tão cético. Você é inteligente, as garotas gostam disso. Além do mais, faz o melhor chocolate quente que eu já tomei na vida. Literalmente, nem os elfos domésticos...

- Tá, ok, até aí tudo bem. Mas se você olhar para mim, a história muda.

Involuntariamente, Black olhou, franzindo as sobrancelhas.

- Que que tem?

Remus engoliu em seco.

- As cicatrizes.

- E daí? – repetiu Sirius, não entendendo aonde ele queria chegar.

- Por Merlim, Sirius! Eu sou cheio, completamente cheio, de cicatrizes. E elas são feias, horríveis. Se eu pudesse nunca mais vê-las... Eu certamente faria isso. Por que sujeitar outra pessoa a isso?

Elas não são feias, muito menos horríveis.

- Eu não vejo problema...

- Isso porque você já se acostumou. Mas para uma pessoa nova... elas seriam horríveis. Isso sem falar que eu teria, eventualmente, que explicar de onde vieram todas elas...

- Ah, Remus! É com isso que você está preocupado? Eu sei que existem pessoas terríveis nesse castelo, mas tenho certeza que existem outra que entenderiam... Assim como nós. É por isso que eu e James estamos fazendo uma lista, para você não acabar com uma cobra da sonserina...

- Não, Sirius, eu não quero. – disse ele, enfaticamente, e Sirius achou que seus olhos brilhavam um pouco mais que normal.

Sirius se calou, porque não concordava, mas até esse ponto, não tinha com o que concordar. Se Remus não queria de jeito nenhum, então supunha que teria de falar com James...

Lobisomens não beijamOnde histórias criam vida. Descubra agora