Capítulo 3 - Sirius Black

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- Só mais 5 minutinhos...

- Sirius Orion Black, se você quer chegar a tempo da primeira aula não tem nem mais 5 segundos! Vamos, levante ou eu vou desistir de você.

- Moony, por que você tem que ser tão... Ai! – desviou por pouco de um travesseiro, o que o obrigou a se sentar e dar de cara com um garoto de mexas castanhas – Você também James?

- Remus está certo, não podemos mais faltar depois de todas aquelas pegadinhas e detenções. Vamos, aqui está a sua roupa.

E Sirius então foi acertado pelas peças, porque se tinha uma coisa que Potter não entendia, era de sutileza.

Lily Evans que o diga.

Se trocou e escovou os dentes, fazendo tudo sob aquela névoa espessa que domina o cérebro quando se tem menos que oito horas de sono. De alguma maneira desceu com os outros para o café da manhã, começando a entender a fixação de Remus por café.

Seria tão amargo assim?

- Ei! Essa xícara é minha. – reclamou Remus, olhando cético para ele.

Sirius fez uma careta.

- Eu não se adoçar. – explicou, tomando mais um gole - Você se importa?

Remus cedeu, soltando uma risada.

- Por Merlim, você é impossível. Não, pode tomar.

Sirius sorriu, pensando que essa era realmente uma vantagem de Remus ter o paladar de alguém de 5 anos de idade. Tudo era muito doce. Criaria o hábito de roubar seu café mais vezes.

A primeira aula era poções, o que significava começar com o pé esquerdo; exibições de Snape & Companhia. Seguiram para História da Magia, que foi tão normal quanto uma matéria dada por um fantasma poderia ser, mas as coisas só foram ficar interessantes em transfiguração.

A atividade seria em duplas: Remus, se recusando a se juntar com ele ou com James desde que começaram com a via-sacra de arrumar-lhe uma namorada, fez dupla com Marlene. Por incrível que pareça, Lily aceitou se juntar a James (o que Sirius desconfiou estar relacionado ao "encontro" dos dois na volta da biblioteca, na noite passada), e deixou Sirius sem muitas opções além de Peter. Estava prestes a se sentar com o menino franzino – um desastre total na matéria – quando um garoto, alguns centímetros mais alto que Sirius, se sentou ao seu lado.

- Posso fazer com você?

Black ergueu uma sobrancelha, sabendo de quem se tratava – Thomas, da Corvinal - e assentiu, relutantemente. Nada diretamente relacionado ao corvino, mas digamos que o último encontro dos dois foi... deveras traumatizante, e ele não podia deixar de lembrar.

- Vamos fazer isso logo. – murmurou, separando as canetas que deveriam ser transformadas em canudos de plástico.

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Eram 9 horas da noite e Sirius estava fazendo o que fazia de melhor: beijando. Não sabia ao certo como acabara com os dedos enrolados em fios mais curtos que o normal, nem por que a colônia de castanhas pareceu subitamente melhor do que a de rosas, mas o fato é que era legal, e Thomas tinha um gosto muito bom.

- Sirius?!

Black congelou. Foram necessários exatos 2 segundos para que raciocinasse e reconhecesse a voz, e então mais 2 para que estivesse a um metro do garoto a sua frente.

- Sirius? – repetiu James, as sobrancelhas franzidas em certa confusão.

O herdeiro da casa Black, em uma das primeiras vezes em sua vida, não tinha o que falar. Abriu a boca, fechou, olhou de James para Thomas (que saia de fininho da sala), em seguida de volta para o melhor amigo, e fez a segunda coisa que fazia de melhor: sair correndo.

Lobisomens não beijamOnde histórias criam vida. Descubra agora