Amor & Outras Drogas

16. Proteger os meus!

P.O.V—Anthony Martínez.
( algumas semanas depois.)

Sebastián e Andrew pareciam ter armado um complô para encher meu saco sobre o quão apaixonado eu estava por Camila e não conseguia disfarçar.

Nosso relacionamento estava tão sólido que Sebas e Drew sempre perguntavam se eu ainda podia sair sem pedir permissão para Camz ou se a coleira já estava tão apertada que não tinha para onde correr.

O que aconteceria era que eles sempre inventavam de encher a cara quando eu já havia combinado de encontrar com a brasileira, a culpa nem era totalmente minha.

Hoje estávamos aproveitando a folga dela para ficarmos os quatro — Camila, Benício, Júlia e eu — juntos como já era o costume. Camz queria cozinhar então viemos todos ao mercado, coisa que eu odiava com todo meu coração mas que por ela poderia fazer três vezes ao dia.

— Nem parece que estavam se espancando hoje de manhã — Camz comentou vendo como Bê e Juli estavam de mãos dadas no carrinho do supermercado, os bebês de batiam e se beijavam com a mesma facilidade, eles viviam num morde e assopra.

Ontem Benício mordeu Júlia que chorou aos berros e puxou os cabelos dele com toda a força que tinha em seu pequeno corpo.
Como cães e gatos.

— Se ficam longe choram, se estão juntos brigam — reviro os olhos. — Ontem eu estava cogitando deixar os dois se resolverem sozinhos, porque sabia que logo estariam dividindo o jantar como sempre.

Os olhos azuis dos bebês me olham como se entendessem o que falei, pois Juli beliscou a mão de Beni e o mesmo grudou a mesma mão no cabelo dela arrancando choro.

Suspiro vendo Camila tentar ajudar os dois, como eram brigões e implicantes.

— Vocês vão dormir usando uma camiseta da união — Camz ameaçou calma. — Quero ver continuarem com isso.

Quase ri, ela já tinha desistido assim como eu.
Eles eram apenas bebês que tem praticamente a mesma idade, visto que são apenas vinte dias de diferença.

— Que gracinha — uma voz brotou do nada, logo vi uma senhora olhando a cena com um sorrisinho de avó sem noção. — Os meus eram iguaizinhos, brigavam por tudo mas no fundo eram melhores amigos.

Camila que quase pulou por estar ocupada com as crianças olha para ela com um sorriso simpático.

— Entre tapas e beijos eles funcionam — brincou pois Bê já estava segurando a mão de Juli outra vez, como se quisesse fazer ela calar a boca.

A velha olha eles com atenção e me olha em seguida.

— Os dois são sua cara — comentou negando devagar. — Não tem nada da mãe, impressionante.

A forma quase assassina que Cami olhou para a pobre velha me faz rir baixo, sempre que saiamos juntos alguém se via no direito de comentar como os dois pareciam comigo e nada com ela.

— Eles não são parecidos — retrucou. — Olha... Eu desisto.

— Iguaizinhos — repetiu ao se despedir com um aceno, pois o marido que era tão velho quanto ela a esperava com o carrinho de compras.

— Só porque vocês são loiros e tem olhos azuis — Cami bufou, ela já tinha dito que uma hora ou outra pintaria os cabelos de loiro e passaria a usar lentes azuis.