P.O.V— Anthony Martínez.
Acordei a contra gosto com um toque no meu celular, peguei ele rapidamente para não acordar Camila e vi o nome "Dulce" na tela, revirei os olhos e recusei a chamada, eu amo minha mãe, mas se tiver que discutir com ela de novo por causa de Benício as coisas sairiam do controle, principalmente as cinco da manhã.
Olhei para o lado em que Camz dormia e sorri, ela parecia estar destruída, na noite passada assim que ela dormiu parecia mesmo que a mesma tinha morrido, só tive certeza que que não, quando vi que ela respirava.
Dormiu tão profundo que não escutou o som irritante da babá eletrônica indicando as vezes que as crianças acordaram. Duas fraldas que poderiam ser usadas como bombas, mas felizmente consigo resolver essas coisas sozinho.
De verdade temi que ela estivesse realmente decidida a ir embora e e afastar por completo, pois eu me sentia como um maldito viciado dependente de sua companhia, não queria deixar meu trabalho atrapalhar algo que estava desenrolando tão bem.
Sentia que Camila e os bebês eram minha coisa favorita no universo, que se tivesse eles ao meu lado não precisaria de mais ninguém.
Meu coração batia pelos três, neles eu havia encontrado motivos o suficiente para me obrigar a encerrar essa missão o mais rápido possível.
Queria ser inteiramente deles sem a máfia e sem a Interpol, eu conseguiria um trabalho usando minha formação — coisa qual meu pai me obrigou a iniciar com dezessete anos de idade, e que eu odiei fazer pois Luigi e eu passamos anos com atritos — e cuidaria deles e dos próximos que nascerem, sem nada que os colocassem numa mira de arma.
Mas antes disso o dia todo resolvendo as coisas do trabalho em casa e cuidando das crianças com o pequeno auxílio da abuela Carina. Júlia estava estranhamente quieta, claro que vez ou outra jogava alguma coisa no chão ou tentava estapear minha cara, mas nada que fosse difícil de resolver.
A pequena ficava falando alguma coisa animadamente para Benício que olhava pra ela rindo, eles teriam alguma linha secreta de catarrentos? Tipo "ah, acerta um soco no nariz dele" "pode deixar, ele ainda vai achar fofinho" eu não duvido nada disso.
Beni começou a chorar e eu parei de escrever o relatório para ver o que ele queria, esses benditos picos de desenvolvimento me estressavam pra caralho.
Era tão difícil essa coisa de ser pai que as vezes uma troca de tiros parecia mais fácil.— Vem com o papai — chamei esticando os braços e pegando ele do carpete. — O que foi? Seu mini-bipolarzinho — beijei a bochecha dele que já não chorava, apenas me olhava com um bico enorme.
Uma coisa que aprendi sobre bebês, eles choram e decidem parar de chorar quando querem.
Restava descobrir quando eles estariam de bom humor para resolver isso.O loiro belisca meu pescoço e funga murmurando qualquer porcaria, ele estava cada vez mais próximo de conseguir falar uma palavra concreta.
— Papi — Juli quase gritou. — Papi, papi.
Senti minha espinha esfriar e virei lentamente para Júlia que falava enquanto ria. Me sentei no chão a frente dela com Ben e olhei no fundo daqueles olhinhos azuis brilhantes, ela estava apertando uma bolinha e me chamando com a outra mão.
— O que você disse, pequena? — questionei devagar esperando ela entender o que eu disse, estava em um pequeno surto.
— Papi — repetiu e gargalhou. — Papá.
— Caralho — soprei pois foi a única coisa que consegui emitir.
Juli estava mesmo me chamando de pai? Pisquei incrédulo ainda encarando o projeto de gente a minha frente. Bê encarava sem entender nada e Juli desviava a atenção para a própria mãozinha, levando a mesma para boca e começando a chupar o dedo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor & Outras Drogas
RomanceCamila Mendonça estava radiante com a mudança que estava acontecendo em sua vida. A médica havia sido contratada por um hospital no interior espanhol, a ideia de poder trabalhar e cuidar da sua filha pequena em uma cidade calma era incrível. A únic...