P.O.V — Anthony Martínez
— Heartland, Espanha.[Armazém de drogas, 20h45min
Alguns dias atrás.]Disparos e gritos ecoavam.
Recebi um aviso pouco depois de que Camila saiu da torre em direção ao hospital, a Interpol tinha provas o suficiente para invadir o 5º Armazém e estava mandando uma tropa ao local.
Sete horas depois eu me encontrava ofegante enquanto corria em busca de um bastardo específico: Julian Gutiérrez. Ele era o responsável por esse armazém e por toda Coca produzida nele.
Várias mulheres semi-nuas estavam encolhidas num canto, enquanto estavam na mira de homens armados até os dentes. As mulheres eram responsáveis por empacotar o produto e fazer alguns testes.
Testes esses que normalmente eram feitos em uma boate badalada de Madrid, a Incantun. Levava esse nome por prometer aos clientes encantamentos com uma pequena porção de uma coisa apelidada de Sangre Del Diablo ou Diablo Sangrento. Que se fosse misturado com uma dose de Cocaína levava quem tivesse tomado ao paraíso por algumas horas.
— Parado aí — gritei enquanto alcançava o homem moreno. — Mãos para o alto, agora.
Assisti ele levantar aos mãos.
— Antoine? Que Diablos está haciendo? — murmurou assim que me reconheceu. — Temos que correr, os federais estão lá em baixo.
— Vou te dar uma chance, Julian — avisei baixo. — Onde estão os documentos?
— Documentos? Que documentos? — fingiu uma inocência patética.
— Não tente me enganar — acertei um soco no rosto. — Cadê a porra dos documentos? quero todas as notas sobre tudo o que saiu daqui — apontei a arma pro pescoço dele. — Eu sei que você guarda toda a papelada, se me der ela, eu te livro do Xilindro.
Eu não passei quatro anos na droga de uma faculdade de direito e seis anos na Interpol pra ser burro o suficiente pra acreditar que ele não sabia sobre as notas, nelas ficavam os nomes, endereços e dados bancários sobre cada comprador.
— Mas se não — fiz uma pausa dramática. — Eu mato você — expliquei simples. — Pegue eles, rápido.
— Por favor, dude, eu tenho família, meus filhos são pequenos....
— Porque não pensou neles antes de entrar nessa porra? — olhei pra ele com descaso. — Se me entregar as pastas, vai poder sumir daqui com sua família.
Ele caminhou em passos largos em direção a um cofre, que ficava atrás de um quadro, retirou uma maleta e jogou no chão, chutando pro meu lado
— Bom garoto —Ironizei. — Espinosa vai ficar feliz com sua ajuda, dude.
— Não me mata, cara — ele chorava feito uma criança. — Se não por mim, pelos teus filhos.
— Eu não tenho filhos — forcei uma voz desdenhosa. — Você tem três segundo para correr. Vai pra droga da sua casa, pegue sua família e suma da espanha.
E num piscar de olhos o homem corria pro lado oposto.
Acreditando que conseguiria chegar ao lado de fora, iludido.
— Conseguiu? — Paola perguntou quando me avistou.
— Quando eu não consigo? — retruquei entregando a pasta, estava com uma enxaqueca do cão. — Tenho mais coisas a fazer.
— Tem? — olhou um segundo pra pasta antes de a pegar. — Quer companhia?
Travei o maxilar e respirei fundo. Me obriguei a engolir o palavrão que estava na ponta da língua; estou sem paciência e quero colocar minhas mãos no filho da puta que ousou assediar a Camila.
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Amor & Outras Drogas
RomanceCamila Mendonça estava radiante com a mudança que estava acontecendo em sua vida. A médica havia sido contratada por um hospital no interior espanhol, a ideia de poder trabalhar e cuidar da sua filha pequena em uma cidade calma era incrível. A únic...