Capítulo 4 - Be yourself

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Bernardo

― Olha só quantas pessoas temos aqui!

Assim que chego ao quarto do meu pai, sou recepcionado por toda minha família lá.

― Bom dia querido! Você está atrasado! Como um médico chega nesse horário para ver seu paciente?

― Olá mãe. Ele não é meu paciente é do Thomas. Eu vim como filho e não médico, portanto estou no horário de visitas, como vocês ― Olho para o lado e vejo minha irmã Isabel abraçada com meu pai e ao seu lado Daniel, meu outro irmão. Cumprimento os dois, procurando quem faltava.

― Olá irmão ― Isabel me cumprimenta, logo em seguida Daniel me dá um aceno seco.

Nenhum dos meus irmãos falou comigo direito nesses 4 meses desde que voltei. Só acenos breves de oi e tchau, nada mais que isso.

― Cadê a Mariana?

― Ah, você sabe como ela é, querido. Ficou com os amigos até tarde em algum lugar, ainda não deve ter acordado ― Minha mãe fala com a maior naturalidade. Como se fosse normal uma jovem de 23 anos não ter responsabilidade nenhuma na vida.

― E vocês não ligam para isso? ― Questiono olhando para meus pais

― Ah Bernardo, deixa ela ― Isabel fala indiferente.

― E agora então você se preocupa com ela?― Daniel finalmente me dirige a palavra

― Eu.. Ela devia estar aqui, como todos nós.

― Filho, ela já tem idade, toma suas decisões ― Meu pai a defende.

― Decisões? Com que responsabilidade? Como a um trem desgovernado? ― Minha voz começa a ficar mais alta.

Como eles podem não se importar com Mariana? Ela não faz absolutamente nada da vida além de torrar dinheiro dos meus pais. Vive de balada em balada, perdendo tempo com pessoas que nem são amigos de verdade. Cada dia aparece com um namorado mais estranho que o outro. Trancou a faculdade, não trabalha, não trata bem as pessoas, e eles me respondem que ela é responsável por sua vida?

― Bernardo, ela tem que viver a vida dela da mesma maneira que vocês vivem a de vocês. Cada um escolhe seu caminho. Você escolheu se mudar para Seattle, Isabel quis fazer Direito igual Daniel, e Mariana... está se descobrindo ― Meu pai continua a defender, enquanto minha mãe e Isabel não largam do celular.

― Viver a vida dela? Já que ela não percebe as besteiras que está fazendo a família deveria se preocupar e ajudar. Como você compara as nossas escolhas com as dela? ― Estou quase gritando.

― Bernardo. Chega! ― Minha mãe grita.

Bem nessa hora a porta abre e uma Mariana descabelada entra com uma roupa de quem usou na outra noite anterior e que com certeza ainda não dormiu, toda amassada, e certamente ninguém vestiria um vestido de paetê dourado curto para visitar o pai doente no hospital. Sem contar a maquiagem borrada e o cheiro de bebida e cigarro que dá vontade de vomitar.

Mariana encara todos no quarto com superioridade.

― Então quer dizer que em vez de discutirmos como vai ser a vida do doente ― Aponta para o meu pai ― Que cuida de todo mundo menos de si mesmo, estamos discutindo a MINHA vida sem nem ao menos eu estar presente? ― Começa a bater palmas ― Ótimo. Continuem por favor ― Senta na cadeira perto do meu pai.

― Oi Mari ― Daniel vai até ela e dá um beijo em sua cabeça ― Não estamos discutindo nada linda, Bernardo que está preocupado com você.

Ela olha um por um até chegar a minha vez, me encarando por um tempo.

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⏰ Última atualização: Dec 18, 2021 ⏰

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