Nosso Cotidiano

Segredos

Hey! Sinto muito pelo longo tempo sem postar, esse livro devia ser um exercício diário mas eu simplesmente não me sentia com vontade de escrever e estava ocupada reescrevendo F&F

Mas! Agr tenho algumas ideias boas para cá, ainda não vai ser diário, e meu estilo de escrita está inconstante (vocês vão ver isso aqui), mas eu espero que agrade msm assim, se alguém ainda estiver acompanhando isso aqui kkkk
Mais um pouquinho de angst :')

Boa leitura ♡

Xxx ♡ xxX

— Ame! O filme vai começar!

Trancado no banheiro e com a cabeça entre as mãos, o americano mordeu o lábio ao ouvir o chamado, amaldiçoando o fato de que estava de folga, assim como o marido que estava na sala, o governo e o colega de trabalho, FBI.

América franziu o rosto ao pensar no afilhado, FBI o tinha contado informações importantes sobre um incidente com divulgação e venda ilegal de dados sigilosos, informações essas que infelizmente não poderia dividir com o russo - o agente tinha sido inflexível sobre isso -, já que fazia parte de uma extensa investigação envolvendo manipulação e vazamento de documentos em seu próprio governo, e do russo, assim como de mais alguns poucos países, embora ninguém parecesse estar ciente ainda. Era razoável que mantivessem o sigilo para evitar represálias, mas já fazia um mês e eles não tinham nem sinal dos culpados.

Não que desconfiasse do marido, longe disso, Rússia já o havia confiado milhares de vezes com segredos de Estado e era recíproco, tinham intimidade e confiança o suficiente para compartilhar coisas que nenhum outro país jamais saberia - ou teria coragem de contar -, mas o território russo tinha a fama de ter ótimos espiões não era atoa e América não podia cometer um erro que atrapalhasse a investigação, ou piorasse a situação.

Seu governo não aprovaria uma falha daquele nível.

O estadunidense resmungou agoniado, se levantando e jogando um pouco de água no rosto, suspirando enquanto via seu reflexo desgrenhado no espelho, tentou sorrir algumas vezes mas ficou parecendo uma careta. Parecia tão errado guardar aquilo para si mesmo quando o resultado certamente afetaria Rússia, principalmente se eles falhassem. Grunhiu baixo, desistindo e saindo do banheiro, ciente de que não poderia passar o dia inteiro ali, passando pela sala sob o olhar curioso do eslavo e então adentrando a cozinha, soltando o ar lentamente enquanto procurava uma bebida, um refrigerante, cerveja, qualquer coisa que mantesse sua boca ocupada e o impedisse de querer despejar suas preocupações no colo do outro.

Era muito mais fácil permanecer calmo nos dias comuns, onde ambos saíam para trabalhar e só se viam mais tarde, ao cair do sol, entrariam em assuntos mais leves e ele poderia esquecer o motivo de seu nervosismo. Agora, porém, estavam de folga e Rússia não parecia querer fazer nada além de descansar, comer um lanche cheio da bendita maionese temperada que ele insistia  em colocar em tudo e aproveitar algumas horas de qualidade juntos.

Em outros dias, seria mais do que América esperava, mas hoje, ele só esperava que um furacão passasse para que eles tivessem algo em que focar sem que ele precisasse puxar assuntos ociosos que levariam a trabalho e então aos problemas que enfrentavam em seus respectivos escritórios...

Ele estava completamente consciente do efeito borboleta que estava causando, que estava acendendo o curto pavio do eslavo, e em breve o marido se irritaria por não entender o que estava acontecendo e provavelmente puxaria um interrogatório que ele não poderia responder, o que levaria a mais perguntas e uma discussão que América não tinha nenhuma vontade de lidar, porém, ele sentia que se chegasse perto demais, se ficasse seguro naqueles braços tão aconchegantes, se olhasse no fundo daqueles olhos tão expressivos, não aguentaria guardar aquilo para si mesmo.