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- Como assim, trabalham para o Braço Direito? -- Perguntou Thomas.

- O que acha que quis dizer com trabalhamos para o Braço Direito?  Trabalhamos para a droga do Braço Direito, ora. Por que é tão dificil de entender?

- Admito que está sendo corajoso -- Comentou Maitê - mas é uma coragem burra então me diga porquê o Braço Direito faria isso ou vou presumir que está mentindo.

- Você sabe que não estou escondendo nada, garota.

- Dois.

- Você não vai me matar. Posso ver isso em seus olhos.

- Cara -- Suspirou Maitê - você errou feio -- Antes que colocasse o dedo no gatilho a mulher falou.

- Não seja estúpido! -- Ela se virou para Maitê - Se deseja respostas terá de perguntar ao chefe. Realmente não sabemos de nada.

- É isso mesmo -- Acrescentou o outro guarda -- Somos zero à esquerda -- Brenda se aproximou.

- E como chegamos ao chefe de vocês? -- O homem deu de ombros - Não faço a menor ideia -- Maitê atirou na perna dele, logo o homen estava encolhido, segurando a própria perna e gritando de dor

- Como pôde fazer isso? -- Gritou a mulher ao lado dele no chão, enquanto se movia para ajudar o amigo. Pegou um monte de guardanapos que tinha no bolso da calça e o pressionou contra a perna dele.

- O próximo será na cabeça. Por que estão sequestrando pessoas para o Braço Direito?

- Já lhe dissemos: não sabemos de nada -- Respondeu a mulher - Eles nos pagam, e fazemos o que mandam.

- E você? -- Perguntou Minho para um dos
guardas - Quer dizer algo? -- Ele ergueu as mãos.

- Juro pela vida da minha mãe que não sei de nada. Mas... -- Pareceu se arrepender de imediato desta última palavra. Trocou um olhar com os amigos e empalideceu.

- Mas o quê? -- Bradou Maitê.

- Não é nada -- Ela sentiu vontade de apertar o gatilho. Seria uma boa forma de reforçar que não estava brincando, porém porém matar um membro do Braço Direito não parecia boa idéia. Ela se inclinou para perto dele.

- Você já é bem grandinho. Deveria saber que eu não tenho problema algum em matar você -- Então se afastou mirando os três guardas - Querem dizer mais alguma coisa ou terei que acabar logo com isso?

- Pare! -- Gritou o terceiro guarda - Está bem, ouçam. Podemos levar alguns de vocês conosco para que perguntem pessoalmente. Não sei se vão permitir que falem com quem está no comando, mas quem sabe? Não vou deixar que atirem na minha perna sem uma boa razão -- Maitê socou o rosto dele.

- Eu tenho cara de palhaça pra você?

- Maitê, eu acho que estão falando a verdade -- Disse Thomas. Ela se virou para ele com raiva.

- E estamos! É tudo que podemos fazer por vocês.

- Tudo bem -- Concordou Minho - Está vendo? Não foi tão ruim assim! Vamos visitar esse seu chefe. Eu, você e meus amigos.

- Tá de Leira, cara? -- Perguntou Maitê.

- Não prescisa vir conosco. Apenas eu e Thomas.

- Sabem que isso é suicídio, não sabem? Por quê o Braço Direito nos avisaria que o CRUEL sequestra Imunes se eles mesmo estivessem fazendo isso. Não percebem como é idiotice?

- Tanta idiotice que eles não diriam isso com uma arma apontada para a cabeça -- Retrucou Thomas.

A sala irrompeu em uma profusão de vozes. Ninguém queria ser deixado para trás, e todos desejavam se pronunciar a respeito do que ocorreria. A guarda se levantou e berrou para que a multidão se calasse.

- Ei, escutem. Estão muito mais seguros aqui! Confiem em mim quando digo isso. Se todos quiserem nos acompanhar, garanto que metade não vão conseguir chegar. Se esses rapazes querem ver o chefe, deixem que arrisquem o próprio pescoço. Uma pistola e um Lança-Granadas não fazem a menor diferença por lá. Aqui, no entanto, temos uma porta trancada e nenhuma janela.

Quando terminou, um coro de queixas invadiu a sala. A mulher se virou para Minho e Thomas, e tentou falar acima do ruído:

- Ouçam, lá fora é perigoso. Não levaria mais de duas pessoas comigo. Quanto mais gente nos acompanhar, maior a probabilidade de serem vistos - Fez uma pausa e examinou a sala - E, se fosse vocês, eu me apressaria. Pelo andar da carruagem, a inquietação por aqui só vai
piorar. Logo não haverá mais como conter essas pessoas. E lá fora... - A mulher apertou os lábios em um gesto de angústia, depois continuou: - Há
Cranks por toda parte. Estão matando qualquer coisa que se mova -- Maitê levou a mão a cabeça. Havia se esquecido completamente dos Cranks.

Logo percebeu que o barulho estava alto demais, então atirou para o alto. O ruído da multidão transformou-se em absoluto silêncio e com um gesto a guarda voltou a falar.

- Lá fora está uma loucura. Tudo aconteceu muito depressa. Os Cranks estão escondidos, só à espreita. Esta manhã a polícia foi dominada, e os portões foram abertos. Alguns Cranks do Palácio entraram. Estão em toda parte agora - Fez uma pausa e aproveitou para fitar algumas pessoas aleatoriamente. - Juro que não vão querer ir lá fora. E juro que nós somos os mocinhos da história. Não sei o que o Braço Direito planejou, mas sei que parte do plano inclui nossa retirada de Denver.

- Então por que estão nos tratando como prisioneiros? -- Gritou alguém.

- Só estou fazendo o que fui contratada para fazer. Acho que é uma ideia estúpida saírem daqui, mas, como eu disse, se resolverem ir, não podem ser mais de duas pessoas. Esses Cranks localizam em um segundo um grupo grande de carne fresca
dando sopa por aí, e então será o fim do plano. Com ou sem armas. E o chefe pode não gostar de ver uma multidão querendo falar com ele. Ou mesmo os guardas, vendo uma van cheia de estranhos, podem começar a atirar.

- Vamos eu e Brenda -- Disse Thomas.

- De jeito nenhum -- Minho balançou a cabeça - Eu e você.

- Eu e ela. Nós dois nos viramos muito bem sozinhos lá no Deserto. Podemos fazer o mesmo novamente.

- De jeito nenhum, cara! -- Maitê podia jurar que Minho estava magoado - Não devemos nos dividir. Nós quatro temos de ir juntos. É mais seguro assim -- Maitê arqueou as sombrancelhas, cruzando os braços, Minho a olhou de esguelha mas tornou a mirar Thomas outra vez.

- Minho, precisamos de alguém aqui para cuidar das coisas -- Argumentou Thomas - Além disso, odeio lhe dizer, mas e se algo acontecer com a gente? Alguém tem de ficar para trás e garantir que os planos vão seguir em frente. Pegaram Caçarola,
Minho. Só Deus sabe quem mais. Você disse uma vez que eu devia ser o
Encarregado dos Corredores. Bem, deixe-me fazer isso hoje. Confie em mim. Como disse a moça, quantos menos gente, maior a chance de passarmos despercebidos.

- Tudo bem -- Respondeu Minho depois de um longo silêncio - Mas, se você morrer, quero deixar claro que não vou ficar nem um pouco contente.

- Ótimo.

O guarda que havia sugerido levá-los se chamava Lawrence, ele destrancou a grande porta e fez um gesto para que Thomas e Brenda o seguissem. Thomas com a pistola, e Brenda com o Lança-Granadas.

𝑨 𝑪𝑼𝑹𝑨 𝑴𝑶𝑹𝑻𝑨𝑳Onde histórias criam vida. Descubra agora