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Sabia que meu pai demorava a retornar do trabalho mais justo hoje ele tinha chegado cedo demais, estava lavando as louças quando ele estava tentando abrir a porta que tinha emperrado. Soltei a bucha mesmo com as mãos sujas de sabão fui ajudá-lo que rapidamente empurra a porta com os pés

—QUEM TÁ AI??!!

seu tom foi de susto por achar que alguém tinha invadido nossa casa, saio de trás da porta com as mãos para cima enquanto a espuma do sabão escorria meu braço

—Eu vim em paz!!

—Filha!!!

Meu pai era o homem mais forte, não chorava atoa, más quando seus olhos fixaram os meus suas lágrimas desciam livremente pelo seu rosto com barba, Não imaginaria que podia causar tanta dor e sofrimento a ele.

—Talvez você possa me perdoar pelo o que fiz!

—Eu sempre vou te perdoar filha!!- o homem forte e corajoso se derretia em lágrimas enquanto me apertava forte pela a cintura com seu abraço desengonçado mais que confortava.

—Você chegou que horas? Com quem?

—Eu vim sozinha, eu cheguei depois que você saiu pro trabalho.

—Aaa filha eu te amo tanto.

Meu pai não me deixa falar, seu braço me fazia lembrar do quão era aconchegante quando ainda era um bebê, senti minhas pernas falharem e a dor de culpa invadir meu peito. Encostei minha cabeça em seu ombro, fechei os olhos o mais profundo que consegui e deixei me levar pelo silêncio que restava naquela cozinha.

—Eu fui tão fraca, tão ingênua. Eu prometo mudar, ser a filha que você sempre quis.

—Você já é Perfeita Jisoo, todo mundo erra, e eles erram para se darem conta de que podem ser melhores no final. Você vai ser sempre minha pequenina!

—Você é tudo o que eu tenho na vida. Aproveitando esse momento, fui na sua escola mocinha

—Você teve que mentir né?

-Você sabe que eu odeio isso, más não é só isso! Então, está chegando o último ano.

—Eu sei... E não aproveitei muito a escola!

—Sua mãe quer vir para sua formatura.

—Tudo bem!

—E depois quer te levar para o Brasil.

—Vamos parar por aqui ok? Eu tô adorando viver aqui com você, eu não posso ir embora assim tão de repente.

—Eu sei, ainda tem o processo de sua guarda.

—Ótimo, eu tenho dezoito anos... Digo que estou bem feliz com você, fim de papo. Preciso terminar de lavar as louças

—Sua mãe não vai aceitar essa decisão.

—Eu também não aceito a dela! Estamos kits.

Voltei para a pia finalizar o restante das coisas quando Nay ligou para mim

—Jisoo? Vamos sair hoje?

—Eu já saí tanto... Quero ficar em casa com meu pai.

—Você que sabe. Até amanhã na escola!

—Tchau.

Encerro a chamada voltando a focar na tarefa finalizo jogando o cabelo para trás fazendo um coque alto, seco as mãos no pano subo para o quarto indo dar um beijo de boa noite para o meu pai.

—Já vai dormir?

—Sim, na verdade não, vou terminar de ler aquele livro.

—Quente como o inferno?

HELL GIRL (JenSoo)Onde histórias criam vida. Descubra agora