XII

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Foi um dia muito bom, todos me davam os parabéns quando passavam por mim e pelo Umbert.

Ele entregou-me o livro que eu lhe tinha emprestado quando nos conhecemos, disse que achou a história muito bonita, mas que não se comparava a mim, que eu era muito melhor.

Ele sabe mesmo como fazer uma rapariga feliz, penso nisto a toda a hora e na sorte que tive dele, um rapaz popular com montes de outras raparigas a desejar estar nos seus braços, repar em mim, foi sorte, ou então destino.

Mandaram-me mensagem, era o meu pai. "Hoje vou buscar-te ao colégio, vou sair mais cedo da empresa e deixar o meu secretário responsável esta tarde. Espero que estejas a ter um bom dia.

ps- as surpresas ainda não acabaram." estava eu a responder quando Umbert me perguntou "Quem é amor?" mostrei-lhe o telemóvel, ele leu e sorriu,

-É que nem fazes ideia princesa.- disse ele deixando-me muito mais curiosa.

O toque de saída soou, Umbert acompanhou-me até ao portão, reparei que o carro do meu pai estava mesmo estacionado, ali á nossa frente. Abri a porta deslizante para entrar e o Umbert seguiu-me, olhei para ele sem compreender.

-Boa tarde senhor Jack!

-Olá Umbert, entra!

Ele entrou.

-Hoje o Umbert vai connosco.

-Surpresa!- exclamou o rapaz.

Eu sorri para ele, estava feliz, o que se seguiria?

Ele deu-me um beijo

-Então meninos? Nada disso no meu carro!- disse Jack entre sorrisos.-Deves estar a pensar como eu conheço o teu amigo colorido filha... acontece que fui eu que convidei os pais dele a virem para cá morar, são meus sócios e amigos.

Recostei-me no banco, Umbert passou o seu braço em volta dos meus ombros e eu pude ficar encostada a si, e sentia-me bem... apenas conseguia pensar "como será tão bom, se este amor durar..."

- Gostas-te realmente das flores?

Acenei afirmativamente, ele sorriu e olhou lá para fora

-Ainda bem, queria dar-te algo que gostasses mas que não consegue competir com a tua beleza sabes?

O que mais poderia fazer senão sorrir? Então sorri mais uma vez para ele, que me retribuiu o sorriso.

- Já não preciso das tuas palavras para te compreender, o teu olhar tornou-se tão importante para mim...

-Vá pombinhos, estamos quase a chegar, é muito melhor viver perto da escola do que imaginam, quando tinha a vossa idade era um martírio para chegar cedo á escola, era tão longe e eu acordava tão tarde!

-Isso também me acontece Sr.Jack mas pelo menos não moro muito longe.

-Sabes Umbert, quando pedi aos teus pais para se mudarem para cá, estava longe de imaginar que a minha querida futura filha, te iria conhecer e... já sabes.- sorriu através do espelho.

-Para ser sincero, quando cheguei a esta escola, já conhecia muita gente, eram amigos que fui conhecendo por outros amigos, mas a sua filha foi como um milagre para mim, vi-a, comuniquei com ela,por papel claro, e sem dar por nada já eu estava caidinho! No mesmo dia em que a conheci desejei que ela desse alguma importância a um tipo como eu.

-Isso é muito bonito Umbert. Bem chegamos! Vão saindo que eu vou estacionar o carro e já vou para dentro também. Vão pelas traseiras já agora.

Umbert seguiu-me até á porta de trás. Eu ia abrir a porta, esta feita aço e maior parte de vidro, seguida das janelas , cerca de cinco janelas de vidro, desta vez estavam fechadas, e á frente dessas janelas todas em fila, havia um balcão de mármore, exatamente do mesmo comprimento da fila de janelas, era um balcão onde a mãe tinha vários vasos em espera para depois os depositar na terra.

Entramos e a minha mãe veio receber-nos, de avental e uma luva de cozinha enfiada na mão esquerda.

-Olá meus queridos, espero que tenhas tido um dia feliz, e Umbert meu querido, já não te via faz tanto tempo! - exclamou, dando um beijo na face a cada um de nós - e que ramo tão belo é esse?- questionou ela com um ar de surpresa agradável enquanto olhava o ramo que eu trazia na mão, aquele que Umbert me dera.

Fiz um aceno de cabeça em direção a Umbert, este que se apressou a dizer:

-hum... fui eu que... é a minha prenda de aniversário para a sua filha.

-Ho é tão bonito Umbert, deixa-me leva-lo, vou por esta beleza numa jarra.

E saiú, sorridente com o ramo na mão direita.

Olhei para ele, com um sorriso acompanhado da sobrancelha levantada.

-Que foi?- exclamou ele com outro sorriso - orgulho me da tua mãe ter gostado daquilo que te dei!

Fingi dar uma gargalhada, não uma de sarcasmo mas sim uma verdadeira, claro que não se conseguia ouvir nada...

Agarrei-lhe de leve o colarinho do casaco e puxei-o para mim, ele agarrou-me pela cintura como fazia milhões de vezes, beijei-o novamente e ele retribuiu com um beijo mais fogoso, e são nestes momentos, mais sérios do que parecem, que ele me transmite o seu amor, mais do que nas suas palavras... afinal quem precisa de palavras?

Se este amor durarOnde histórias criam vida. Descubra agora