dois

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"E eu poderia cantar diversas canções sobre a vida, mas, eu me permiti cantar apenas sobre os meus lamentos..."

As vezes as coisas pareciam ser improváveis demais, era difícil manter tudo sob controle, nem sempre toda as coisas saem como o esperado, e hoje era um desses dias onde o sol mal se faz presente, e algo já começa a dá errado.

Tobirama suspirou, impaciente, hoje sua mente estava tão agitada quanto em dias atrás, ele não lembrava que momento a via pego no sono, se de alguma forma o cansaço vencerá sua mente barulhenta e pensante demais, as vezes, ele se questionava sobre isso, o príncipe tinha por quês em muitas coisas, e quase nenhuma resposta, e isso o frustrava.
Ignorando suas confusões internas, ele apenas levantou e foi até o seu grande e rústico banheiro, se higienizar, era extremamente comum que tivessem criados até mesmo para ajudá-lo a se banhar, mas, o albino não gostava desse tipo de exposição, o quanto mais ele pudesse ficar sozinho, ele ficava e não conseguiria se sentir tão a vontade tendo pessoas dentro de seu banheiro, perto de sua cama ou o observando escrever sobre a escrivaninha. O silêncio mórbido do seu quarto, era tudo que ele apreciava, e não queria que tirassem esse espaço, que era apenas seu. O príncipe apreciava o silêncio do grande quarto, mesmo que tamanho espaço deixasse um vazio oco, mas ele não se incomodava com isso, pelo menos não mais, naquele instante.

Após passar as mãos sob os cabelos já lavados, se dirigiu até o outro lado do quarto, encontrando a roupa que deveria usar hoje, um belo traje em tons de preto e azul escuro. Os cabelos brancos e rebeldes estavam espalhados e bagunçados, apenas passou os dedos por cima para arrumar os fios, ele odiava ter de usar cremes de cabelo e deixar o seu cabelo completamente encharcado de creme e dividido, sentia se ridículo e depois de ter usado aquele penteado quando criança, foi quase como um trauma pra sua vida inteira.
Os trajes tradicionais eram exigidos por todo o império real, a muitos anos consecutivos, e o albino já não mais questionava nada sobre. Ele apenas terminou de vestir se e seguiu diretamente para a porta, hoje seria um dia de muito trabalho e estresse, com as mãos sob a maçaneta, girou a rapidamente se dirigindo para fora, o dia só estava começando.

☁️☁️☁️

- Quando foi a última vez que você saiu de seus aposentos?- O rei questionava o irmão mais novo, que mantinha sua expressão apática e fria como cubos de gelo. Esperou para que algo saísse de sua boca, mas nada disse, então, Hashirama prosseguiu, a postura firme e reta, sentado sob o belo trono, os cabelos lisos e sedosos desciam como um véu em suas costas, mesmo o olhando de cima, mostrando a todos tamanho poder e excelência, o irmão mais velho mantinha os olhos gentis e empáticos sob a frieza de seu irmão mais novo, ele era como o sol, brilhante, glorioso, já o príncipe com seus olhos tão intensos e frios, quase vermelhos, era como a lua, silenciosa, fria que escondia uma parte de si, mantendo tudo em escuridão.

- Imagino que estejas ocupado, com as obrigações que vem lhe consumindo tempo, certo?- Questionou, lhe dando um fraco sorriso. Outra vez nada ele respondeu, apenas ponderou positivamente, assentindo.
Com o silêncio que formou se naquela enorme sala do trono, foi aí que pela primeira vez em longos minutos onde Hashirama apenas falava e Tobirama nada dizia, ele finalmente pronunciou se, pegando o rei desprevenido com as palavras.

- Estou fazendo o melhor que posso, quando ele vira para acabarmos logo com isso?- As palavras saíram frias e indiferentes de sua boca, mas, por dentro, ele questionava a si mesmo o tempo inteiro quando finalmente conheceria o tal prometido pelo destino, e toda aquela enrolação o incomodava, de certa forma.

- Madara me disse que Izuna já está a caminho e vem o preparado, em breve logo ele estará aqui e você poderá conhecê-lo, não se preocupe com isso.- Tobirama somente deu de ombros, fazendo uma reverência antes de se retirar, ainda tinha coisas a fazer e saber que uma parte já estava quase resolvida, o tranquilizava.

Em passos firmes ele retirou se de onde se manteve por quase uma hora, era sempre assim, ninguém sequer ousava encarar o príncipe gelo por muito tempo, por mais que não fosse um ogro, era fechado demais e totalmente o oposto do rei, e isto, já aparentava ser suficiente para causar medo em grande parte de seus servos e súditos.

Ele era o príncipe e muito em breve futuro rei daquela nação inteira, mas, lá no fundo não sentia se dono de quase nada, muito menos de seus sentimentos incômodos.

Ele apreciava ser pragmático, silencioso e indiferente, só que uma parte nula de si mesmo, que era mantida sob o escuro, era o maior motivo de seus incansáveis dias de pensamentos que não levavam a uma conclusão concreta, não tinha uma respostas para tantos porquês, era esse o seu lado obscuro da lua.

Izuna Uchiha.
Então era este o nome do coitado que teve tamanha má sorte em ser escolhido, para ser seu companheiro? Ele nunca conheceu a este outro homem pessoalmente, sequer sabia seu nome até minutos atrás, suspirando, ao empurrar estes pensamentos distrativos para longe, seja quem fosse Izuna Uchiha, não mudaria muita coisa e ele também perguntava-se
se o irmão do general, Madara Uchiha, seria tão ríspido e impaciente como era o homem rabugento, mas de todo modo, um bom general e soldado, e isto era suficiente para ele e Hashirama, por mais que o irmão insistisse que Madara poderia ser um pouco difícil as vezes, mas, era o amigo em que mais podia confiar e confiava.

Seguindo o caminho para a grande sala de estudos, fechou seus pensamentos para o que quer que fosse, concentrando se apenas em terminar o que tinha que fazer ali.

Mal sabendo ele, e nem mesmo todos os outros, que Izuna Uchiha era muito mais do que alguém poderia imaginar, e mesmo com pouca idade, era digno de uma sabedoria e sutileza de alguém da realeza ou até mesmo algo maior e mais importante do que isso. Izuna era uma explosão de estrelas e galáxias, tendo tanto para descobrir, ao mesmo tempo em que era encantador. Se Tobirama Senju era a lua, Izuna Uchiha seria as estrelas, todas elas.

"Eu passei a minha manhã com o chá frio sob a mesa, gostaria de ter cantado sobre várias coisas, mas eu me lembro de cantarolar baixo sob meus lamentos."

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Soturno (TobiIzu) HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora