quatro

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"E mesmo que eu pudesse ver, tudo estaria cinza..."

Capítulo não revisado!
Boa leitura.

Inexpressivo.

Era o que ele via, diante ao espelho, por mais que os cabelos fossem tão claros e brancos como neve, e seu rosto ainda fosse rústico e com linhas bem desenhadas, os mesmos três riscos vermelhos em sua face. Tudo da mesma forma. Mas, ele não sabia de onde a via de ver esses olhos tão vazios e essa expressão tão apática.

Se fosse algum tipo de sentimento, ele seria a angústia, certamente.

Em seus aposentos, após voltar de outra reunião exaustiva, tudo o que queria era enfiar se em seu espaço privativo e não sair até sentir se melhor, ou quem sabe, não sair nunca mais.

Izuna

Sua mente sussurrou baixinho, como um segredo, fazendo assim que suas questões e porquês sobre o mais baixo voltassem a rondar seu cérebro.

Onde ele estaria agora?

Lembrou se, brevemente, sobre a fascinação do rapaz por flores e plantas, claro, era óbvio demais. Sem pensar muito, como ele costuma se a fazer sempre, foi até a grande janela, notando que o sol já se ponha deixando a noite invadir os céus com um breu negro. Ótimo, por mim, que essa bola de luz quente não volte mais.

Ao reparar mais a sua direita, notou cabelos escuros parados sob o lago, profundo, próximo também a grande expansão de flores lilás. O Uchiha mais novo, observava o lago, sem mexer se ou sequer sair do lugar. Constrangido por o está espionando, retirou se como um raio que se parte rapidamente do céu, indo até o grande jardim do castelo, onde logo a frente, Izuna Uchiha, estava.

O rapaz de cabelos longos e soltos, não aparentou perceber sua presença algumas passos atrás de si, Izuna parecia concentrado em algo, e só após um breve agradecimento, o mais novo virou se em direção a Tobirama, deixando o senju pela primeira vez sem saber exatamente o que dizer a ele. Ele era pragmático e direto, breve e silencioso, mas, o homem que agora o encarava, não parecia ser alguém tão oco, tão preso dentro de si mesmo e principalmente, tão soturno e perdido, ele na verdade, aparentava saber exatamente o que fazia, como portar se, sabia de forma concreta quem era si mesmo, seus olhos, orbes escuras mas com um brilho gentil, mostrava a Tobirama, a pessoa luminosa e especificamente feliz que era. Foi então que em meio a minutos em um silêncio angustiador para o Senju e pacífico para o Uchiha, Izuna proferiu.

- O jardim é simplesmente maravilhoso, sinto me em paz ao está aqui.- Proferindo ao sorrir gentilmente, mas, sem mostrar muito os dentes. Paz? Não era assim que o albino sentia se ao está ali, em honestidade, ele não sentia nada ao estar em lugar algum, exceto em seu quarto.

- Que bom que lhe agrada, mas, eu nunca sequer parei para reparar muito aqui.- Mentira, pela grande janela era possível ver muito bem grande parte do jardim, mas, ele não queria dizer exatamente o que sentia em relação ao estar ali, provavelmente Izuna não entenderia, como a maioria jamais entendeu.
Antes que inventasse algo para ter de se retirar de perto do moreno, Izuna outra vez proferiu.

- Vejo que a forma que você enxerga este lugar ou qualquer outro, é diferente. Seus olhos mesmo com uma coloração tão rara e única, não enxergam o que está logo a vista.- Ele fez uma breve pausa, pegando uma rosa de cor vermelho sangue, mantendo a sob a direção de Tobirama.

- Como essa flor por exemplo, o que você vê ao olhar para ela?- Perguntou Izuna, ainda sim com o olhar gentil sobre Tobirama, que arqueou as sobrancelhas em uma careta de confusão, fazendo inesperadamente o rapaz de véus negros, rir baixinho. Sentiu uma corrente elétrica quando o sutil riso escapou sob os lábios de Izuna, uma espécie de sensação positiva que não sentirá a muito tempo.

- Eu... Vejo apenas uma rosa de cor vermelha tão escura quanto sangue, com alguns espinhos em seu redor.- E após sua breve resposta, Izuna sorriu, desta vez um sorriso realmente encantador.

- Essa rosa realmente é muito vermelha e possui espinhos, mas é tudo o que vê nela? É sobre isso o que quero dizer lhe príncipe, você vê as coisas da forma que suas orbes querem que vejas. Nem tudo o que se aparenta ser é o que realmente é.- E ao finalizar tudo que lhe dissera, o olhar gentil e com brilhos como se milhões de estrelas dançassem sob aqueles olhos intensos, encontrou se com os olhos vermelhos, da cor de fogo, inexpressivos, sem brilho nenhum, mortos.

Izuna fez uma breve reverência ao retirar se do jardim, fazendo o senju sentir como se tivesse levado com ele, as estrelas brilhantes do céu noturno, agora mais apagadas, o cheiro das flores também se foi, sentiu seu corpo gelar, com o frio que soprava como chicotes sob sua pele, praticamente, fazendo com o que o ambiente manda se ele se retirar, e voltar para onde quer quê estivesse. E assim ele o fez, voltando a manter a postura firme como uma porta, pisando duro e agilosamente devolta a seus aposentos, mas, antes de entrar, reparou em Izuna alguns metros a frente do extenso corredor, sem muita iluminação por já ser tarde e horário para repouso, com os poucos lampiões de luz, iluminando brevemente o rosto do menor, com os olhos ainda iluminados como se tivesse levado consigo ao sair do jardim, todas as estrelas, mantendo as em seu olhar observador.

Antes que Tobirama entrasse de uma vez em seu quarto, ouviu Izuna proferir.

- Boa noite, meu príncipe, tenha uma noite agradável de descanso.- E sem mais delongas, escutou a porta de Izuna se fechar ao entrar em seu quarto sem esperar por uma resposta, talvez porque ele já sabia que não teria uma.

O príncipe entrou em seus aposentos, trocando as roupas e indo banhar se rapidamente antes de deitar se. Ao reparar melhor em sua escrivaninha uma pequena rosa vermelha, fazendo o franzir o cenho.

"Seu olhos te fazem ver o que elas querem que veja."

"Nem tudo que se aparenta ser é o que realmente é."

As palavras dele ecoavam em sua mente, até que ele ouviu um sussurrar da voz de Izuna Uchiha, desejando o boa noite e que descansasse e surpreendentemente em muito tempo, sem precisar ser vencido pela exaustão de seus pensamentos confusos e soturnos.

Tobirama Senju realmente teve uma noite agradável de sono, sentindo se um pouco da paz que a muito tempo não o vinha visitar.


"Mas ao relembrar do seu rosto e sorriso em minhas memórias, me fazem pensar, que talvez o que meus olhos me mostram, não seja cinza. Talvez meus olhos estejam me enganando."

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Oi oi gente, capítulo feito agora após uma crise de ansiedade que me impede de dormir, perdão se tiver algum erro de ortografia, vou revisar depois.

Espero que tenha gostado e que estejam empolgados com o desenvolvimento desses dois tanto quanto eu.

Até breve 🌟

Soturno (TobiIzu) HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora