Soturno (TobiIzu) HIATUS

seis

"todas as coisas que
você me
diz amor."

Mil perdões pela demora, estou passando por alguns problemas e com um grande bloqueio para escrever. Espero que o capítulo agrade vocês, não fiz a revisão então perdão qualquer erro ortográfico
Boa leitura!

Era incomoda a forma em que suas expressões se misturavam de maneira dolosa, ele nem sequer se esforçava para tentar omitir sua inquietação.

Afinal de contas, o que estavam a discutir poderia resultar em uma grande bola de neve, o rei temia ao ponto de todo a discussão se agravar e transformar em uma guerra entre nações, ao ponto de tornar se uma avalanche, cruel, engoliria a todos eles a troca de quê? de nada.
Os homens brigam entre si, apenas para tentar saber quem cairá por último, na última guerra muitas vidas foram perdidas, jovens e crianças friamente massacradas, obrigadas a entrarem em uma batalha que elas não tinham culpa ou nenhuma sequer ambição. O rei de cabelos longos temia que seus súditos passassem pelo mesmo em algum momento, por isso, estava a dar tudo de si naquela reunião. Não era certo deixar que tudo se repetisse, como aconteceu a anos e anos atrás, mas, que de nenhuma forma foi apagado de sua mente.

As sequelas de todo o confronto afetou a todos eles, especialmente ao irmão mais novo, Hashirama sabia de toda forma o quanto as consequências das guerras e todas as perdas resultaram em um príncipe recluso e apático, não que ele já não fosse um homem mais fechado e que mantinha seu espaço pessoal, ao todo custo, de maneira que ninguém ultrapassasse demais sua bolha demais, mas, a algum tempo as coisas mudaram, ele mudará muito mais em um ano do que em toda sua fase de crescimento. De um homem metódico e prático, além de totalmente racional e equilibrado, a alguém que parecia desmanchar e manter se escuro, sombrio, em uma solidão silenciosa que era praticamente imperceptível para alguns, só que não para seu irmão mais velho. Ele temia a reclusão de Tobirama, temia suas recaídas e crises que chegaram a ser muito cruéis de se ver.

Tanto que ele não conseguiu permanecer de braços cruzados, vendo o mais novo perder se em suas turbulências, não era certo deixá-lo lidar com isso só, então ele recorreu a ela, a única que poderia ouvir seus pedidos e fazer suas preces, a Deusa por mais que fosse misteriosa, sabia de tudo que se passava perante os meros seres humanos, ela sempre soube que o rei iria recorrer a si com um pedido e clemência pela vida de seu irmão, para que as coisas não chegassem ao ponto em que ele não pudesse mais ajudar a controlar, com tamanhas súplicas e desabafos a única coisa que a Deusa disse fora algo que ele jamais esquecerá.

"Oras por que tamanha surpresa homem? Eu conheço o seu irmão como a palma das minhas mãos, sei tudo o que se passa com ele, e sei o que ele precisa, estou de toda forma providenciando um aprendiz, não precisarás temer pela vida do príncipe de cabelos brancos, Death não chegará perto dele, não enquanto meu aprendiz estiver consigo."

O rei sabia que o rapaz que agora habitava seu castelo era a única salvação e segurança para a escuridão de seu irmão, ele confiava na Deusa do destino, se até mesmo o criador do mundo, todo poderoso confiava e a tratava com respeito e por igual, ninguém ousava desrespeita lá ou proferir mesmo que em cochichos, coisas sob ela, afinal, até mesmo o vento tinha ouvidos e de tudo ouvia.

                             ⭐

Já no outro lado do castelo, o príncipe e seu predestinado encaravam se de maneira gentil e doce. Tobirama não entendia, como alguém conseguia ser tão gracioso e ao mesmo tempo tão inteligente, nos minutos que se passaram onde ele falava animadamente, sobre seu projeto e o quanto estava satisfeito, o outro apenas ouvia atentamente, sem perceber que o sutil puxar de lábios ainda permanecerá lá, Izuna não se importava em sorrir mais abertamente para si.  O céu encontrava-se alaranjado mostrando que o sol despedia se brevemente de ambos, o vento estava mais gélido agora e balançava a bela franja sobre o rosto do rapaz mais baixo.

O senju não parava de pensar o quanto ele era belo, também percebeu que em momento algum o rapaz invadiu o espaço pessoal que ele impunha a qualquer pessoa, mas, por um momento ele gostaria que Izuna coloca-se a sua mão sob a dele, seu coração palpitava e pela primeira vez a agitação em seu peito não era de forma negativa. E ele gostou disso

Gostou muito, queria saber mais sobre Izuna, queria passar o resto de sua vida ali apenas o observando falar e monstra lhe mesmo sem ser intencional, o quanto era inteligente.

- Acho que já está ficando frio, melhor entrarmos ou vamos passar frio aqui fora.- Proferiu Izuna Uchiha, quebrando os pensamentos de Tobirama, o príncipe piscou duas ou três vezes, e o rapaz percebeu sua confusão interna.

- Oh não meu príncipe, não estou o despachando, gostei muito da tarde que tivemos, mas, o frio sem agasalhos incomoda muito, não achas? - Tobirama assentiu, e então o Uchiha levantou se, ao mesmo tempo que o Senju. Sorrindo mais sutil para o grande homem a frente de si, ele é muito mais bonito do que ela me disserá, pensou Izuna.

Enquanto encaravam um ao outro, sem nada dizer, em um momento breve o rapaz de cabelos longos fez uma breve reverência, e despediu se, virando se para entrar no castelo. Enquanto Tobirama permanecia quase petrificado no mesmo lugar, observando as costas do Uchiha se distanciando a cada passo.

Não, não vá embora
Eu preciso que você fique mais um pouco 
Estou cansado dos meus momentos silenciosos, se eu segurar sua mão, você ficaria comigo por mais tempo?

- Izuna!- Seu coração palpitava fortemente, o rapaz virou se sutilmente para olha lo - Sim meu príncipe?
Juntando toda a coragem que ele achou que nunca mais teria, suas pernas moveram se quase que automaticamente até o menor, e com o leve rubor de timidez em suas bochechas, ele ergueu sua mão em direção a Izuna.

- Você gosta de livros? Digo, gosta de ler? Temos uma grande biblioteca aqui no castelo, é o lugar que passo mais tempo dentre tantos cômodos.

Izuna sorriu gentilmente a ele, assentindo positivamente, além de ser apaixonado por jardinagem, o Uchiha amava ler e perdia se nas várias páginas com diversos temas diferentes e intrigantes, tanto que foi assim que aprendeu a ler e escrever corretamente, enquanto vivia sozinho.

- Eu adoraria, sou apaixonado por livros, tanto quanto por...- Antes que prosseguisse o albino o interrompeu. - Plantas e mato.

Surpreendendo a si mesmo, mas, arrancando uma risada do mais novo, o que faz outra vez seu coração palpitar de uma maneira que lhe agradava muito.

- Sim, eu admito que sou um obcecado por jardinagem.- Respondeu o outro sem nem perceber que sua mão já estava entrelaçada com a do grande homem.

- Gosta de crochê também enquanto senta se em uma cadeira de balançar e espera o chá ficar pronto? - Provocou Tobirama, outra vez se surpreendendo por estar se soltando aos poucos com o rapaz ao seu lado, que mantinha as mãos juntas a sua. Os olhos ônix brilhavam mais agora com o fim de tarde, e o olhos cor de fogo mais um vez encontrava se perdido nos olhos dele, era como se vissem através da faceta séria e firme que ele mantinha a todo custo, como se ele soubesse de alguma forma, que ele já foi alguém diferente do que é atualmente.

- Vamos príncipe? Eu realmente estou empolgado em conhecer a biblioteca. Agradeço lhe pelo convide, e antes que eu me esqueça, eu sei sim fazer crochê, venha precisamos nos agasalhar, antes que este tempo frio nos congele.

Guiando o Uchiha com as mãos entrelaçadas, o coração do mais velho sentiu a paz e ela tinha cabelos negros e compridos, olhos escuros, era um amante por plantas e que ainda sabia fazer crochê. Seu coração se aqueceu mesmo com o vento frio que soprava sob sua pele desprotegida, olhando seu cônjuge de canto de olho, percebeu que ele o olhava também, e então permitiu sorrir um pouco mais abertamente a Izuna, pela primeira vez seu coração controlava suas ações, e isso de forma alguma o desagradou. Enquanto estivesse na companhia dele, estava a salvo de seus demônios internos, dos problemas e de si mesmo. Estava em paz.

                            "As coisas que você
faz amor 
me permitem
lembrar quem eu já fui ."