CANÇÃO DOS DRAGÕES - GOT

17. Cersei I

Cersei I

A baforada de Joff fez seus dentes rangerem de uma forma que era decididamente inadequada para uma leoa da Rocha e para a rainha dos Sete Reinos.

Ela observou seus filhos. Joffrey tinha um olho preto e arroxeado e um lábio inchado, ela sabia muito bem que seu abdômen estava salpicado de hematomas e ela mesma estava lívida de raiva pelo pequeno covarde que ousara atacar Joffrey por trás.

Uma vozinha - que parecia suspeitosamente como Tyrion - em sua cabeça disse a ela que Jaime nunca seria pego de surpresa mesmo quando tivesse dezesseis anos, e ela teve que admitir, pelo menos para si mesma, que ele estava certo. Mas Jaime tinha sido um jovem lorde, bonito, dourado e corajoso, freqüentemente muito imprudente para seu próprio bem, e ele tinha sido o cavaleiro mais jovem a se juntar à guarda do rei. Joffrey era um príncipe. Ele não deveria nem mesmo levantar sua espada, ele deveria ter ordenado que outros o fizessem.

Mesmo que seu marido gordo e bêbado tivesse conquistado o trono com um martelo de batalha em suas mãos e o sangue do príncipe dragão escorrendo do instrumento de morte. Houve um tempo, muitos anos antes, em que Cersei tinha fantasiado sobre como seria rainha, casando-se com o príncipe Targaryen, tão bonito quanto educado e maravilhoso tanto em torneios quanto com a harpa. Jaime, que também havia nascido com ela, era um lutador muito bom, mas um poeta péssimo e não sabia segurar um instrumento musical mesmo que sua vida dependesse disso. Ela havia ficado fascinada pelo homem bonito, forte e vigoroso e seu pai havia prometido a ela apenas o melhor. E o que poderia ser melhor do que o futuro rei?

Mas Aerys, aquele louco, não queria dizer que o dragão era superior em todas as coisas ao leão e que seria degradante para a linhagem do dragão juntar-se à do leão. No final, o destino provou que Aerys era um louco e Cersei estava destinada a ser rainha.

Ah, você vai ser rainha por um tempo , ela cerrou os maxilares quando a lembrança surgiu avassaladora em sua mente, abrindo caminho pelas memórias que ela teve com dificuldade se distanciar de sua consciência, até outra rainha, mais jovem e mais bonita que você , vem...

"Aquela pequena idiota, Sansa não me deixa em paz e ..." ela se eclipsou das reclamações infantis do filho, como se nem mesmo sua voz estridente pudesse distraí-la.

... para destruí-lo e arrancar tudo o que você tem de mais caro.

Ela mordeu a língua, obrigando-se a voltar ao presente, a esquecer aquela cabana lamacenta e fedorenta e aquela mulher horrível. Maggy, a rã. O que ela não teria dado para estrangulá-la com suas próprias mãos.

Ela foi ingênua e boba naquele dia, declarando que, se ao menos tentasse, faria Jaime matá-la. Ela se virou enquanto observava seus três filhos, sentados juntos na carroça, suas três cabeças douradas viradas para um lado - a de Joffrey distorcida pela raiva, a de Myrcella voltada para seu próprio bordado e Tommen, o ingênuo Tommen, ocupado lendo o seu livro - ela sentiu o gosto de sangue em sua boca.

De ouro serão seus comparsas e de ouro suas mortalhas.

Ela cerrou os punhos com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos.

"Mãe? - Joff exigiu - você está me ouvindo ou está fantasiando? Os deuses só sabem que fantasia você deve ter para suportar o fedor e os insultos de meu pai", observou ele, parecendo bastante satisfeito com sua consideração espirituosa.

E quando você se afogar em suas próprias lágrimas, o valonqar fechará as mãos em torno de sua garganta branca ... ela fechou os olhos quando viu o rosto distorcido e monstruoso de Tyrion e veio à sua mente, seus olhos horrivelmente incompatíveis e a boca esticada em um satisfeito e maligno, e ele vai apertar até a morte chegar . Seu corpo sem vida no chão e Tyrion empoleirado acima dele como o demônio do mal que ele era, enquanto ria ... uma visão que Cersei vinha tentando tirar de sua mente pelo resto de sua vida.