A viagem foi calma, pensamos que ia ser quieta e triste, mas não, foi bem alegre. Henry também nos acompanhou, ele disse que o John era a cara do pai dele Noah, ele ficou feliz, pois até então ele tinha certeza que podia ser um engano e ele não queria ter falsas esperanças. John se sentou ao meu lado e ao lado de Madison no voo, Madison dormia já, então ele escorou sua cabeça na minha e suspirou.-Será que eles vão gostar de mim, Mel?-ele pergunta e suspira novamente.-Quer dizer, eu ja estou com dezenove anos, não sou mais o bebe que eles perderam, ainda mais por eles nem saberem que eu irei lá, se eu tenho outros irmãos então eles podem ter se esquecido de mim não podem?
-Hey, não pensa assim. Você é um garoto incrível, é inteligente, divertido e muito... Ah... Tá, você é muito bonito.-eu digo e ele ri.-Minha mãe disse que me ama muito, mesmo ela não sendo minha mãe verdadeira, ela disse que eu era algo que faltava nela, que ela foi imensamente feliz quando eu cheguei na vida dela, ela criou e me amou, ela está triste pelo que aconteceu com você, ela se coloca no lugar da sua mãe, e também porque acabamos de descobrir que ela esta gravida de novo.-eu digo e nós rimos.
-Pelo menos nós não somos parentes.-ele diz e eu fico triste.
-Seria muito bom termos algum grau de parentesco, assim poderíamos ser ainda mais próximos que já somos.-eu digo e ele sorri fraco.
A viagem demorou muito, eu e John acabamos dormindo também, e só acordamos porque meus pais acordaram a gente, estava de manha já, todos estávamos cansados, mesmo tendo dormido a noite inteira. Meu pai teve que levar Madison no colo, pois ela ainda estava desmaiada de sono. Henry alugou um carro e nós fomos, e quanto mais ele dizia que estávamos perto, mais John ficava apreensivo, ele segurou minha mão e eu retribui.
Quando chegamos na frente da casa de Judith e Noah, os pais do John, ele ficou imóvel, não se movia por nada, então eu o abracei.
-Fica tranquilo, eles vão amar você, quem não te amaria?-pergunto rindo.
-A garota que eu gosto.-ele diz rindo e todo mundo fica surpreso, não sabíamos que John gostava de alguém, então eu fiquei sem reação.
Assim que Henry bateu na porta, Noah abriu e eles se abraçaram e riram.
-Que isso meu amigo, que honra ter sua presença conosco.-Noah diz batendo no peito de Henry e depois ele olha para todos nós, mas para quando vê John.
-Noah, esse é o John...
-Meu filho...-Noah diz e as lágrimas escorrem pelo rosto dele.
Ele corre e abraça John com força, John retribui o abraço sem choro, mas ele estava muito feliz, Noah examinou o filho com muito carinho e voltou a abraça-lo. E depois ele corre para dentro e volta com uma mulher, provavelmente a mãe de John, ela chora e abraça ele, ela pula de felicidade e todos nós nos comovemos, minha mãe chorou como se fosse com ela.
Judith, mãe do John convidou todos nós para entrarmos, fez café e ela coincidentemente tinha feito pães, ela ficou muito surpresa quando contou a história, ela agradeceu a Deus por cada situação que acontecia para que ela finalmente tivesse o seu filho de volta. Desde que John sumiu, Judith teve apenas uma filha, ela já estava casada, ela tinha dezessete anos, e o irmão mais velho dele, Harry, também já estava casado, ele tinha vinte e três anos. Ela estava doida para chamar os filhos e dizer que o irmãozinho voltou para casa. Enquanto estávamos lá, Judith contou tudo sobre o filho.
-Eu esperei tanto pelo meu menininho, eu sabia que era um menino muito antes dele nascer.-ela disse rindo.-Mas o nome não seria John, era Nathan, igual o nome do meu pai, mas agora não temos o que mudar e John é um ótimo nome também.-ela diz sorrindo.
-Seus irmãos chegarão amanhã filho.-Noah diz sorrindo.-Vocês vão ficar muito tempo?
-Bom, eu tenho quem cuidar do Ateliê, mas o Charlie é médico, Madison precisa ir para escola e Melanie precisa estar na faculdade segunda, então nós iremos no domingo a noite, mas se o John quiser ele pode ficar.
-Mas senhora Cooper... Eu faço faculdade junto com a Mel.-John diz e a mãe dele fica um pouco apreensiva.
Judith cochicha algo no ouvido do marido e eles sorriem, eles vão passar um tempo lá em Amesbury, mas enquanto estávamos ali, ela queria apresentar o filho para melhor amiga, a rainha ruiva mais perfeita do mundo, John ficou muito apreensivo, mas eu achei perfeitamente engraçado.
Enquanto isso, meu pai tentava recuperar o tempo perdido, ele havia me convidado para ir com ele na manhã seguinte até um parque que havia por lá, Henry sempre tentava recuperar meu carinho por ele, então eu resolvi ceder, aliás, ele ainda era meu pai, talvez eu devesse o conhecer.
Eu fiquei nervosa por sair com ele, escolhi meu melhor vestido, arrumei meu cabelo e nós fomos passear, nesse passeio eu notei o quanto eu me parecia com ele, aqueles olhos azuis, nosso nariz e a covinha, até o nosso sorriso. Ele comprou sorvete para mim, confesso que no começo eu achei que isso era um tratamento igual de uma criança, mas depois eu me lembrei que amo sorvete, então eu não me importei. Quando estávamos voltando para casa, eu vi o John, ele parecia confuso.
-Mel, eu posso conversar com você?-ele pergunta e eu assenti, Henry deu espaço, então começamos a andar.-Eu estou feliz de ter encontrado meus pais, eu sofri por achar que meu pai não me amava, que ele só me abandonou, e que minha mãe tinha morrido, nossa eu me sentia mal, me sentia muito bem com a minha vó, sentia que ela era batalhadora.-ele disse rindo mas a risada não parecia ser genuína.-Eu gostei dos meus pais, eles são legais, são animados e caramba, esse lugar, conheci meus irmãos, eles são legais, Harry chorou ao me ver, a minha irmã nem tanto, mas ela me abraçou e ficou muito feliz. Eles me chamaram para morar com eles.-ele diz e eu engulo a seco.-Mas eu não pertenço a esse lugar, eu pertenço as pessoas, mas minha vida está lá em Amesbury, eu tô fazendo minha faculdade para me tornar alguém realmente bom e fazer a diferença, meu coração está lá, você entende? Meu amor, ele não pode largar a vida dela e vir para cá também. Eu quero voltar e quero que minha vida volte a ser como era antes, mas não dá, minha vó vai ser presa, vai ser mandada para cá, mesmo ela tendo feito o que fez, ela ainda me criou e é a única lembrança boa que eu tenho, então quando eu voltar, eu estarei sozinho novamente.
-Não vai estar sozinho, eu estarei com você, sou sua melhor amiga lembra?-eu digo e ele sorri.
-É... você é...-ele diz e se cala novamente.
Conversamos muito sobre o ocorrido, e quando finalmente voltamos para Amesbury, a vó dele foi presa, mandada para a prisão de Edimburgo, ele ficou morando sozinho, o humor dele ficou horrível, mas eu sempre tentava animar ele, levava muita comida para ele e ele ficava cada dia um pouco melhor, então eu sentia que tinha feito muito bem o meu papel de amiga.
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O que faltava em mim.
Storie d'amoreUm lugarzinho calmo chamado Lymburn Street era o novo lar de Eloise Spenser, agora chamada de Ellie, aquele lugar seria a chance para um novo recomeço após ela ter fugido de casa para escapar de um casamento forçado pelo seu próprio pai, assim como...