VI

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- Eu também te amo! - Eijirou funga novamente, ainda sorrindo.

Ele cutuca as mãos de Katsuki para limpar o resto de suas lágrimas, respirando fundo, enquanto seus nervos e emoções começam a se acalmar.

- Eu... não achei que você sentiria o mesmo por mim.

- Não me faça dizer merdas embaraçosas, Eijirou Kirishima! - Bakugou murmura - Como eu poderia não gostar de você? Um herói fodão, viril como o inferno, meu melhor amigo e uma das poucas pessoas que eu posso suportar por um longo prazo. O universo estava distribuindo bênçãos quando ele colocou um ômega tão incrível como você na minha vida.

O ômega de Eijirou está nas nuvens e ele dá um abraço no alfa até que os dois deitem na grama. Ele esfrega sua bochecha e nariz ao longo da coluna do pescoço de Katsuki, cantarolando com o doce aroma de caramelo que enche seus pulmões.

Os braços do loiro imediatamente envolveram a cintura de Eijirou, puxando o ômega para perto de seu peito.

- Sinto muito pela maneira como reagi. - Eijirou sussurra, ouvindo o coração acelerado de Katsuki sob suas costelas.

- Eu... Desculpe por mostrar seu ninho a Deku antes de mostrar a você.

- É... Tudo bem... Se eu não tivesse sido tão intrometido e pegajoso...

- Não. Cale a boca e pare com isso!- o alfa grunhe. - Foda-se... Nós... Nós dois fodemos. Apenas... Apenas me prometa que você não ficará mais triste. Meu alfa já pensa que você nos rejeitou por causa do ninho.

Eijirou se senta tão rápido que tira o ar do pulmão de Katsuki com uma mão no peito do loiro.

- Claro que não! Eu amo você! - Ele repete.
Katsuki chia com o peso de Eijirou.

- Sim, mas você ainda fugiu do ninho. Isso foi... Você sabe... A grande surpresa do caralho.

- Bem, vamos voltar! Eu sei que o ninho é para mim agora. Eu realmente quero poder aproveitar todo o seu trabalho duro, Katsuki.

O loiro não se move por um segundo e não consegue ver as expressões faciais de Katsuki no escuro, mas finalmente o alfa solta uma risada ofegante e se senta.

- Porra, você é fofo. Tudo bem, vamos lá.

Eijirou ajudou Katsuki a se levantar, escovando algumas folhas de grama de sua calça, mas se recusando a soltar a mão de Katsuki. Felizmente, Katsuki não se afasta. Basta acender a lanterna do telefone para conduzi-los para fora da floresta.

É uma maravilha que Aizawa não esteja esperando por eles na sala comunal com um olhar furioso e uma punição. Mas Midoriya está de pé na cozinha, fingindo beber de um copo vazio e faz sinal de positivo quando eles passam pela porta.

Eijirou dá a ele um pequeno sorriso e um aceno, silenciosamente prometendo se desculpar com o outro ômega na próxima vez que eles se virem.

O loiro aperta o botão do elevador e puxa Eijirou para dentro, envolvendo-o em outro abraço e enterrando o nariz na curva do pescoço do ômega.

Eles ficam em silêncio durante todo o trajeto até seu andar, e são cautelosos
para não fazer barulho ao entrarem no quarto do alfa.

A porta da varanda está aberta e o ventilador pessoal de Katsuki está girando
com força total. Embora haja um cheiro muito fraco e persistente de sofrimento. Katsuki obviamente fez bem em limpar o ar antes de perseguir
Eijirou.

Eles ficam no centro da sala. Katsuki evitando o contato visual de Eijirou com uma óbvia tonalidade vermelha em seu rosto. Eijirou não consegue tirar os olhos do ninho novamente. Inalterado do a primeira vez que ele entrou neste quarto, exceto pela adição de uma velha camisa All Might que foi puxada sobre um dos travesseiros em troca de uma fronha.

Katsuki se mexeu, apertando a mão de Eijirou enquanto suas palmas aqueciam ligeiramente.

- Você... bem, ainda gosta?

Eijirou acena com a cabeça, sem perceber que Katsuki não podia ver.

- É claro! - ele sussurra - Ainda mais perfeito do que da primeira vez. - Eijirou puxou suavemente a mão de Katsuki, atraindo o olhar do alfa para cima. - Posso..?

- Sim. Eu... Eu ficaria chateado se você não o fizesse, a essa altura.

Eijirou riu e soltou a mão de Katsuki, caminhando em direção à cama até que suas coxas tocassem a borda. Ele sabe que não precisa tratar o ninho como vidro, mas a empolgação o faz querer saborear o momento.

Sua primeira oferenda de ninho, feita pelo cara que ele mais ama. Sua mão corre sobre os cobertores uma vez, antes de sorrir e se jogar no colchão, enterrando o rosto no tecido e nos travesseiros e inalando até ficar
tonto.

Ele rola nele, da beira da cama até a parede. Agitando o cheiro de Katsuki até encher o ar.

O ômega de Eijirou está bombeando ondas de felicidade e amor, e a maneira como seus cheiros começam a se misturar no ar o faz sentir como se estivesse em casa pela primeira vez em muito tempo.

Quando ele olha para cima, o alfa está olhando para ele com olhos arregalados que rodam de emoção. Isso o deixa envergonhado para ser olhado tão intimamente.

- Vamos. - Eijirou se adiantou, dando tapinhas no espaço ao lado dele, chamando Katsuki para se deitar ali.

Mas não há hesitação depois disso. Katsuki imediatamente se acomoda até que eles se encarem confortavelmente. Pernas emaranhadas e mãos entrelaçadas. Ainda não abraçados, mas encontrando terreno mútuo juntos neste novo ninho.

Eijirou suspirou, cheio de conteúdo, e fechou os olhos por um momento
contra o travesseiro sob sua cabeça. Katsuki sempre escolhia os melhores travesseiros. Ele pode ter que trocar um em seu quarto por isso. Então ele pode ter o cheiro de Katsuki com ele mesmo quando eles não estão no ninho juntos.

- Ei... - Katsuki sussurra, trazendo uma mão para deslizar por trás da cabeça do ômega, enroscando os fios de cabelo ruivo de bebê em seu pescoço. Ele se inclina um pouco mais perto, até que seus narizes roçam tão
suavemente que quase fazem cócegas. - Posso beijar você?

- Sim. - Eijirou sussurra imediatamente e seus olhos se fecham enquanto Katsuki diminui a distância entre eles.

Seu primeiro beijo. Em seu primeiro ninho compartilhado com Katsuki. Eijirou espera que ninguém o belisque, porque este é um sonho que se tornou realidade.

É tímido e um pouco estranho. Movimento mínimo e mais apenas pressionando suas bocas juntas. Nada do que se esperaria de Katsuki, mas Eijirou adora.

Pode sentir o gosto do brilho de cereja que permanece nos lábios de Katsuki e o guarda na memória.

Eijirou é todo sorrisos quando eles se afastam, e o sorriso que ele recebe em
troca é uma das mais belas expressões que ele já viu em Katsuki.

- Então... Você quer... Jantar juntos amanhã e abraçar mais um pouco depois da aula? - o ruivo pode não ser o mais exclusivo na sugestão para um 'primeiro encontro', mas eles têm muito tempo para experimentar mais 'Primeiras' juntos.

- Foda-se, sim! - Katsuki acena com a cabeça

- Eu adoraria isso.

.

Fim.

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