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/ now, manjirou \

Estar em Odaiba numa segunda-feira era algo totalmente fora das expectativas de Takemichi. Honestamente, estar em Odaiba em geral era totalmente fora do padrão de sua vida, ele não se importava muito com tecnologia ou coisas assim e raramente ia a festivais de música como o que estava acontecendo nos últimos dois dias.

A menos, claro, que houvesse um cantor em específico.

Sano Manjirou, mais conhecido como Mikey.

Takemichi não ia a festivais de música, a menos que Mikey estivesse no palco. Ele religiosamente compareceu a cada um dos shows de Mikey, desde de sua estreia, quando não haviam mais de duzentas pessoas em frente ao palco.

Agora, ele estava comparecendo ao que poderia ser o último show de Mikey.

O Ultra Japan não era exatamente um festival de música pop, mas ainda assim, Mikey faria um aparecimento especial, supostamente para anunciar o fim de sua carreira ou um longo hiato depois de doze anos de trabalho incessante.

Doze anos, Takemichi pensava às vezes, já haviam se passado doze anos.

Doze anos atrás, Mikey foi descoberto por um produtor insistente que tropeçou nele enquanto o garoto, de quinze anos naquela época, cantava distraidamente ao lado de uma barraca de dorayakis, seu talento inato impressionando tanto o homem que ele até mesmo usou os doces da barraca para convencer Mikey a tentar a carreira musical. Era uma história que fazia os fãs rirem e não falhava em fazer Takemichi sorrir com carinho, claro que foi assim que Mikey se tornou uma das vozes mais queridas do Japão, conhecido internacionalmente, afinal, quem no mundo não sabia o ele amava dorayakis e taiyakis?

Era quase uma obsessão e Takemichi sabia disso.

Doze anos depois desse encontro, Mikey sentou-se no topo das paradas, cantando músicas que deixaram o público em êxtase puro; elas eram diversas, às vezes falavam sobre grandes amizades, às vezes sobre belos amores, às vezes sobre um coração partido. E se não fosse suficiente, de cada cinco músicas cantadas por Mikey, quatro foram escritas por ele e apenas por ele.

Como em tudo que fazia, Mikey também era muito bom compondo.

Takemichi não entendia porque deixar de lado uma carreira tão promissora. Mikey havia chegado longe, mas ainda havia tanto a se conquistar que vê-lo prestes a desistir de todo seu trabalho duro era no mínimo deprimente. Todos os fãs pensavam assim, tendo comparecendo em peso neste show que poderia ser o último.

Os ingressos esgotaram na hora seguinte ao anúncio da presença e o motivo da presença de Mikey no festival, obrigando Takemichi a utilizar os ingressos que chegavam para ele religiosamente a cada show de Mikey.

Eles sempre chegavam para ele, às vezes com uma passagem de avião inclusa caso os shows fossem no exterior. Takemichi nunca teve coragem de usar mais do que as passagens, trabalhando arduamente para comprar seus próprios ingressos e carinhosamente guardando aqueles que eram enviados.

Fama ou não, Mikey-kun não parecia ter se esquecido dele.

Takemichi não mentiría e diria que estava surpreso por Mikey-kun ter dominado o mundo; ele meio que sabia que, de uma forma ou outra, era parte do destino de Mikey-kun estar sob os olhos admiradores do Japão e do mundo. Ele nunca imaginou, no entanto, que isso ocorreria através da música. Ele sempre pensou que Mikey-kun, que eles, dominariam o mundo através de Touman, como sempre foi o plano. Criar uma nova era e tudo.

Mas Touman não existia mais.

O que era compreensível após Kanto.

E ainda assim, Mikey-kun encontrou seu caminho para o topo do mundo.