Festa Entediante

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O tempo está frio.

Tão frio que sinto calafrios.

Ainda bem que não escolhi usar aquele vestido vermelho. Optei por um terno preto. Adoro usar esse tipo de roupa, faz com que eu me sinta uma mulher poderosa. Nós mulheres, ficamos incrivelmente lindas em um terno, ainda mais quando ele está acompanhado por uma gravata. Mesmo usando uma calça social, não deixei de colocar meus inseparáveis saltos. Meus cabelos estão soltos, a maquiagem leve e meus lábios levemente rosados.

Terminei meus afazeres mais cedo na empresa e depois de tomar um banho lá mesmo, já segui direto para esse tal Comitê que o meu pai me convidou. Já está de noite e as estrelas tomavam conta do céu. A temperatura parece está mais baixa do que ontem, espero que eu não pegue nenhum resfriado.

- Chegamos, senhora. - Avisou meu motorista, depois de estacionar em frente há um grande salão de festas. - Quer que eu a acompanhe até lá dentro?

- Não, não precisa.

- Como quiser. - Esperei que ele descesse para abrir a porta do carro pra mim. - A senhora irá ficar aqui por muito tempo?

- Só se estiver divertido. - Deixei o veículo e ajeitei minha gravata. - Pode sair. Te ligo quando eu quiser ir embora.

- Ok, divirta-se.

Caminhei elegantemente até a porta principal. O porteiro fez uma breve reverência assim que me viu, autorizando logo a minha entrada. Subi de elevador até ao terceiro andar. Aqui é um salão de festas de luxo, com vários andares e sugestões. Muitos ricos alugam esse lugar, inclusive até eu já fiz isso em algumas das minhas festas de aniversário. Há andares conectados a piscinas, ao jardim, e etc. Há de tudo e na primeira vez que eu vim aqui, tive que tomar cuidado para não me perder entre os diversos andares e corredores.

A porta dupla se abriu e eu deixei o elevador, indo de encontro a uma porta vermelha, com alguns detalhes em prata. O segurança me viu pelo vidro antes que eu chegasse até lá, e abriu a porta para mim no mesmo instante. Passei direto, sem me importar muito com os detalhes do lugar. Não está tão cheio quanto eu imaginava, mas passando os olhos rapidamente, consigo ver mais homens do que mulheres por aqui. E a maioria deles são jovens. Devem ser meus "noivos". Que nojo.

Luxos e exageros definem esse ambiente. Todas as pessoas, assim como eu, estão vestidas na maior elegância possível, enquanto tomavam uma taça de vinho, whisky, ou outra coisa do tipo. Um garçon me serviu uma pequena dose de martine e algumas pessoas me cumprimentaram no caminho. Respondi a todas por educação e avistei meu pai conversando com uma das nossas investidoras. Ele sorriu quando me viu e finalizou rapidamente sua conversa, vindo logo na minha direção.

- Filha! - Me abraçou amorosamente. - Você veio mesmo, e está linda!

- Obrigada, você também não está nada mal.

- Gentileza sua. - Sorriu ele. - E ai, está pronta para conhecer alguns rapazes?

Com as idéias que eu tenho em mente, é claro que sim.

- Claro, não vejo a hora.

- Seja educada. - Pediu ele, ao notar meu tom de sarcasmo. - Não custa nada você fazer isso.

Meu pai têm 43 anos.

Ele é um homem bonito, rico e carismático. Então é claro que várias mulheres ainda flertavam com ele querendo uma posição de esposa. Só que elas só o querem por causa do dinheiro, então depois da minha mãe, ele não quis se casar com mais ninguém. Preferiu ficar sozinho, mas isso não o impediu de ter algumas ficantes. Sempre implico com elas. São interesseiras demais.

𝘿𝙚𝙨𝙩𝙞𝙣𝙖𝙙𝙖 𝘼 𝙈𝙞𝙢 | 𝘚𝘶𝘱𝘦𝘳𝘤𝘰𝘳𝘱Onde histórias criam vida. Descubra agora