Capítulo 13

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Quando Stiles volta a consciência é apenas para se encontrar numa nuvem espessa de dor. Seus ossos parecem ranger uns nos outros e suas costelas estão em chamas.

Ele está no escuro, mas isso se deve a seus olhos ainda estarem fechados. Ele permanece assim, de alguma forma sabendo que se abri-los a dor será cegante em sua cabeça.

Tentar lentamente mover os músculos e descobrir se algo mais está quebrado é uma tortura. Mas além das costelas doloridas e da cabeça latejante, nada parece danificado.

Ele não lembra muito do que aconteceu, depois da pancada tudo se tornou vazio, como navegar no breu até se encontrar ali, naquela cama confortável mas aparentemente pequena demais, se contar que ele pode sentir o fim do colchão com os dedos.

Ele pode estar enganado, e tudo aquilo não tenha passado de um sonho febril, mas ele jura ter ouvido uma voz conhecida conversando com ele várias vezes.

Segurando sua mão.

Acariciando seus cabelos.

Ele não sabe porque está se sentindo assim, mas o acolhimento que aquela voz suave lhe proporcionou, mesmo que não tenha sido real, foi quase tão entorpecedora quanto a morfina.

Lhe fez flutuar numa nuvem feliz e lhe envolveu quase que como um abraço quente ao redor de seu corpo quebrado.

Depois de algum tempo, o som de passos e de vozes lá fora fica difícil de não perceber e acaba se tornando irritante.

Ele não é estúpido pra não perceber que se encontra num hospital. Ele conhece bem o cheiro forte de antissépticos que emana do ar.

Ele aspirou muito disso quando estava no leito de sua mãe.

Stiles odeia pensar nisso. Quando criança, sempre o fazia correr pro seu quarto e se esconder dentro do armário, soluçando até que seu pai o encontrasse e o consolasse.

Agora ele parou de correr até o armário, mas ele ainda se enconde sempre que sente muito a falta dela.

Ele abre os olhos, e logo se arrepende quando o brilho forte tem o mesmo efeito quanto um show de luzes de fim de ano. Tudo isso dentro de sua cabeça.

Seu primeiro instinto é fecha-los mais uma vez, mas um movimento em sua mão o força a se manter alerta. Ele olha em volta, e o que vê faz seu coração acelerar e uma sensação quente se instalar em seu peito.

Seu professor, Derek Hale, está sentado numa cadeira ao lado de sua cama. Adormecido e exalando alguns roncos suaves que fazem Stiles sorrir.

Mas não é isso que chama a sua atenção.

Seu professor está segurando a sua mão como um meio de vida. Suas duas mãos grandes agarradas a uma de Stiles, o que lhe fez deitar de uma forma extremamente desconfortável com a cabeça por cima do braço.

De repente ele se pegou em meio a um conflito.

Não sabe se deve acorda-lo para poupa-lo da dor assassina na lombar que com certeza vai ter, ou se o deixa dormir, apenas pra continuar apreciando as feições bonitas e relaxadas de seu professor sexy.

Que droga!

- Prof... Derek? - Stiles se corrige, decidido a optar pela razão.

O homem resmunga alguma coisa que Stiles não entende, se move um pouco mas mesmo assim não acorda.

Stiles não consegue deixar de sorrir. Apesar de seu lado racional gritar pra saber o que diabos seu professor de matemática está fazendo segurando a sua mão.

Mas o outro lado. Seu lado irracional, acha isso tão... certo. Como se a peça que faltava em sua vida finamente estivesse encaixada no lugar.

- Derek. Acorda.

𝐏𝐀𝐑 𝐏𝐄𝐑𝐅𝐄𝐈𝐓𝐎 - 𝐒𝐓𝐄𝐑𝐄𝐊Onde histórias criam vida. Descubra agora