"I want to be your boyfriend!"
Ao chegarmos no restaurante, aconteceu tudo o que eu não esperava. A mesa no centro tinha uma placa escrito reservada e duas taças dispostas na mesa. Todos nos olhavam e sorriam, tentando passar... positividade?
Peguei o telefone e entrei no aplicativo que serve como minha "voz". Digitei rapidamente e levei o aparelho ao ouvido de Louis.
— Por que todos estão nos olhando? — Louis apertou minha mão e sorriu sem me responder.
Nos sentamos na mesa e Louis pediu um champanhe. Eu nunca havia bebido e ele percebeu, pois o mesmo pediu uma outra taça com água. Eu sorri em agradecimento. Coloquei minha mão em cima da mesa e olhei em volta. Alguns rostos eram bem conhecidos, já outros eu nunca havia visto na vida. Quando digo alguns, quero dizer o menor pedaço da metade. Porque eu passei quase minha vida inteira presa naquele hospital, e os poucos rostos que identificava eram de ex amigos ou colegas de trabalho dos meus pais.
Me surpreendi com Louis pondo a mão, sobre a minha. Ele sorriu e abaixou a cabeça, eu fiz o mesmo porém acabei corando.
— Você é muito fofa, S/n! — Seus dedos acariciaram os meus e então ele apertou minha mão, me fazendo olhar para seu rosto. — Quero pedir que não atrapalhe o meu monólogo, eu estive ensaiando tanto! — Rimos. Eu dei mais uma olhada em volta, mas logo parei ao encarar o par de olhos mel a minha frente. — Eu te conheci por acaso. Pra mim era um dia normal. Eu fui visitar minha irmã no hospital, era quase véspera do aniversário dela. Eu e o William estávamos convencendo a doutora, mas bastou eu abrir a boca que ela permitiu. Acho que você já sabe o porquê! — E novamente nós rimos. Louis se recompôs logo e continuou. — Mas quando eu te vi, me interessei em saber o porquê que você me encara tão descaradamente! Eu me sentia zonzo, apenas de pensar que algum dia, você poderia ser minha. Quando me aproximei eu não pensava em algo mais do que amizade, mas quando eu fui te conhecendo eu percebi que você despertava sentimentos em mim que eu nunca senti por ninguém antes. Eu falei com a minha mãe, eu disse que estava me sentindo estranho e que toda vez que te via eu tinha uns troço na barriga. — Ri. Digitei no celular e encostei em seu ouvido.
— Era fome, né? — Ele riu e negou.
— Não, babe. Não era fome! — Ele suspirou. — Uma coisa que eu nunca senti. Paixão. Eu percebi que tinha ciúmes quando as pessoas te olhavam estranho, eu tinha raiva quando as pessoas zombavam de você. — Meu coração palpitava e talvez um frio na barriga presenciava o momento bastante romântico. — Eu percebi que não queria só ser próximo. Que eu não queria só ser o seu confidente. Eu queria ser a pessoa em quem você pensasse em primeiro lugar. Eu percebi que eu quero ser seu namorado. Então, eu te trouxe aqui. — Ele se levantou e deu a volta na mesa. Ele se abaixou ficando de joelhos e sorriu abrindo uma caixinha vermelha de veludo. — S/n Sanchez, você quer ser minha namorada? Eu prometo que seremos como Romeu e Julieta, sem segredos e sem diferenças.
Meus dedos tremiam, meus olhos estavam úmidos e meu sorriso quase rasgava meu rosto. Todos me olhavam fazendo minhas bochechas ficarem vermelhas. Justin me encarava com o sorriso ainda no rosto e seus olhos ofuscavam o brilho de qualquer um ali.
Eu peguei o celular e digitei com dificuldade, pelas mãos trêmulas e os olhos úmidos. Aproximei o celular do ouvido de Louis calmamente, apenas para deixar que ele fique mais ansioso.
— Sim! — Ele retira o anel da caixinha e encaixa no meu dedo anelar. Ele levantou e arrancou um beijo maravilhoso de meus lábios e só então se deu conta de que tínhamos platéia.
Quando nos separamos, ele me abraçou e a minha reação foi simples. Eu enfiei o rosto no pescoço do Louis, enquanto pessoas se aproximavam e diziam coisas como; felicidades ou parabéns para o casal.
— Agora, nós estamos oficialmente juntos. — Ele beija meus lábios e se senta novamente. Nós comemos normalmente e na saída eu me lembro de uma coisa.
Eu tenho que contar sobre o Jeremy.
— Louis? — Ele me olhou quando entramos no carro. — Eu tenho que te contar uma coisa.
— Claro, babe. Pode falar. — Eu respirei fundo. Falar sobre aquilo é difícil ainda mais quando é o pai do seu namorado.
— Na festa da Issie, quando eu voltei e estava tremendo muito e chorando. Você me perguntou porquê, mas eu te disse que nada havia acontecido. Mas aconteceu sim uma coisa. — Louis franziu o cenho, com um grande ponto de interrogação. E sua confusão aumentou mais ainda, quando me viu deixar uma lágrima cair. — Quando eu te contar, você precisa me prometer que não vai surtar.
— Continua, S/n.
Voltei a digitar com rapidez.
— Eu fui á uma praça. Primeiro uns universitários me pediram ajuda para uma pesquisa, mas eu não pude ajudar, mesmo se eu quisesse, não teria como. E então o seu pai apareceu. Ele começou acariciando minha coxa, começou a apertar a mesma e a cada vez mais subir as mãos. Eu não tinha forças, mas por uma fração de segundos, seu sorriso apareceu na minha mente e então eu me levantei correndo dali. Eu não queria ir para a sua casa novamente. Eu me sentia suja, me sentia uma aberração. Eu pedi para ir embora e você de certa forma entendeu que eu era uma mal agradecida. Na verdade, eu só queria um lugar que eu pudesse me sentir segura... Foi culpa minha. Eu jamais deveria ter saído e te deixado sozinho. Doeu como o inferno, Louis... — Olhei para Louis tentando decifrar seu rosto, mas minha visão estava completamente distorcida por conta das lágrimas.
— Abuso? Abuso sexual? — Ele pareceu se perguntar, enquanto tentava processar tudo. — Está me dizendo que o meu pai abusou sexualmente de você? — Louis colocou as mãos na cabeça cansado. Seus olhos estavam mais úmidos do que antes e agora ele socava o volante.
Eu me espremi no banco assustada com a reação dele, mas ele apenas continuou socando o volante com força. Talvez uns trinta segundos se passaram, quando ele finalmente parou. Ele pegou o telefone e discou um número. Ele colocou no bluetooth do carro e arremessou o celular no banco de trás.
— Louis? Filho, quanto tempo que você não me liga! — Era ele. O Jeremy.
Minhas pernas ficaram mais fracas assim que eu ouvi a voz dele. Droga!
— EU TE ODEIO! COMO VOCÊ PÔDE FAZER AQUILO COM A S/N? VOCÊ SABIA QUE ELA NÃO PODIA SE DEFENDER E SE APROVEITOU DISSO!
— Louis, eu não sei do que você está falando. — Cínico.
— VOCÊ SABE SIM! SE VOCÊ QUER MESMO SABER, EU CONFIO MAIS NELA DO QUE EM VOCÊ!
— ENTÃO CONFIE NA MUDA! — E então ele desligou a chamada.
Louis gritou tão alto, que meus ouvidos quase estouraram. Ele bagunçou os cabelos em uma tentativa falha de se acalmar. Eu não sei por qual motivo, mas quando me dei conta estava com uma das mãos em sua nuca, acariciando o local. Louis me olhou e me puxou para um abraço. Eu podia sentir suas lágrimas caírem sobre os meus ombros.
Quando nos separamos eu passei minhas mãos em seu rosto, pedindo para que ele parasse de chorar.
— Me desculpa! Eu não deveria ter te deixado sozinha! Desculpa! — Ele esfregou os olhos como uma criança, mas eu conseguia sentir a sua dor em cada uma das suas palavras. — Não foi sua culpa, babe... Ele é um idiota! Eu o odeio tanto! — Eu o puxei para um abraço de novo e fiz carinho em seus cabelos. — Eu vou te proteger, babe... Eu falhei dessa vez, mas não vai acontecer de novo. Não vai, eu prometo...
Nós ficamos um tempo no estacionamento do restaurante e depois de Louis se recompor, nós partimos para a casa dele.
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𝗿𝗲𝗮𝗱 𝗺𝘆 𝗹𝗶𝗽𝘀, 𝗹𝗼𝘂𝗶𝘀 𝗽𝗮𝗿𝘁𝗿𝗶𝗱𝗴𝗲
Fanfiction𝗥𝗘𝗔𝗗 𝗠𝗬 𝗟𝗜𝗣𝗦: 𝘁𝘄𝗼 𝗵𝗲𝗮𝗿𝘁𝘀, 𝗼𝗻𝗲 𝗹𝗼𝘃𝗲. "Você é tão calada! Essa garota é estranha! Ela nunca diz nada. O gato comeu a sua língua princesa? Oh já sei, está me admirando!" Eu me impressionava cada vez mais com ele. Todas as ve...