Toda segunda de manhã
Lupe chegava chorando
Lupe chegava chorandoEu não entendia
Como que ela chorava
Se tinha tudo o que eu queria
Mas eu não entendiaOs seios, a bunda, o corpo
Lupe já tinha tudo
Guadalupe além tudo
Namorava um guri do segundoLupe era tão crescida
Tinha tudo o que eu queriaMas Lupe era sozinha
Lupe era pequena
E ao mostrar suas marcas
Sua mãe lhe disse "se vira"
Lupe não merecia
Mas Lupe era pequena e não entendiaLupe era menina
Recém fez quatorze
O cara do segundo
Fechava vinte umMas Lupe era sozinha
Lupe era pequena
E ao mostrar suas marcas
Sua mãe lhe disse "se vira"
Lupe não merecia
Mas Lupe era pequena e não entendiaLupe não entendia
O cara do segundo
Com seus olhos vermelhos
E Lupe era pequenaE segunda de manhã
Lupe chorava
Eu não entendia
Mas eu era pequena
E não via as marcas
Que Lupe escondia
Por baixo da manga compridaE o cara do segundo
Sempre de Lupe queria
E Guadalupe fazia
Mesmo com dor
Com as marcas na manga comprida
Uma razão ele tinha
Para fazer o que faziaE eu achava que ela tinha
Tudo o que eu queriaMas Lupe era sozinha
Lupe era pequena
E ao mostrar suas marcas
Sua mãe lhe disse "se vira"
Lupe não merecia
Mas Lupe era pequena e não entendia
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Escritos de madrugada
Puisi[CONCLUÍDO] A noite sempre foi meu momento de maior inspiração. Quantos capítulos, crônicas, poemas e contos eu já escrevi de madrugada... Esse livro é uma coletânea de escritos de temas diversos que escrevi durante as horas de lua.