Capítulo 35 - Playlist

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Tudo bom, queridos?
Demorei mas voltei. Antes de começarmos, queria fazer uma observação de que todas as músicas mencionadas na fic possuem um universo atemporal, então não estranhem se uma ou outra menção não seja tão atual, ou mencionada como no passado. Combinado?

Agora bora ler que vocês estão bem ansiosos, né?


Camila POV


- Camila? - Rose chamou à porta, antes de entrar no meu estúdio, em casa. - Recebi algumas ligações. Tem muita gente interessada em te receber para uma entrevista e para apresentar Consequences novamente. Preciso dizer, essa sua ideia maluca de gravar uma música às pressas deu muito certo! Contudo, se Simon descobrir que você já está com contatos com outro Jauregui...

- Rose, por favor. Estou tentando me concentrar em algo novo.

- Camila você acabou de lançar algo novo.

- Eu sei. E não é o suficiente.

- Mas nem fizemos promoção ainda, como pode dizer que não é suficiente?

Pela primeira vez levantei meus olhos até os seus antes de proferir com firmeza, sentindo uma lágrima percorrer meu rosto.

- Porque ainda dói.

(...)

Eu queria por fim a tudo que me lembrava Lauren. Ela terminou comigo, deixou claro que nossa história não teria um final feliz, não enquanto tudo que me cercava até aquele momento continuasse entre nós.

Ela se referia ao PR, às exigências da minha gravadora e também à algumas posturas minhas.

Não posso mentir que a fama me caia bem. Que ser vista e notada, fazia com que me sentisse importante, como se eu fosse necessária às pessoas. Lauren já era mais discreta e prezava pela liberdade de viver sem barreiras. A fama para ela era secundária e quando evidente, minimizada.

Quando soube que a mãe da Lauren estaria na cidade, fiz o que provavelmente jamais faria, apenas por desespero, já que Lauren havia fechados todas as portas para uma comunicação: Fui até a Jauregui mais velha com o intuito de entregar uma carta.

Clara era uma mulher maravilhosa, e assim como todos daquela família, de um talento ímpar. Como uma perfeita mãe, recusou entregar algo para Lauren e de quebra ainda me deu conselhos valiosíssimos, tal como minha mãe tentava fazer dia após dia.

Lembro de suas palavras naquela tarde: 

- Canalize a sua dor para a sua arte e ela te trará ainda mais verdade. Não adianta dar murro em ponta de facas, já vi minha filha desse jeito e ela não vai ceder. Ela só escuta uma voz nesse momento: a da música. Cante, meu bem e faça com que ela te ouça.

Naquele momento eu entendi o que deveria fazer e agradeci imensamente. Antes de me retirar, ainda recebi um abraço que pareceu juntar todos os meus pedaços e me dar a força que precisava.

- Te enviarei algo para que saiba por onde começar.

O presente? Acordes de uma música que segundo ela, jamais foi utilizada. Foi preciso apenas alguns ajustes e adaptei a minha carta para Lauren. Em menos de uma semana produzi e lancei aquela música com a ajuda da minha equipe.

Apresentei a canção em algumas rádios, premiações e entrevistas. Mas ao fim, não obtive qualquer resposta ou sinal dela. Talvez Clara estivesse errada e Lauren definitivamente nem se importaria.

O fato era que passo alguns dias eu me sentia ainda mais vazia. E com uma necessidade absurda de compor mais e mais. O que me traz a esses momento, tal como uma dependente química, necessitando por um alívio em minha própria alma.

Sounds - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora