Saí daquele quarto de hotel com os olhos marejados e uma raiva crescente por ter me deixado levar pelas emoções. Eu não estava preparada para este reencontro. Em um momento tudo parecia se encaixar tão perfeitamente, mas no outro a realidade bateu forte.
Era como se ainda estivesse revivendo aqueles momentos dolorosos em que teria que ver ela saindo pela porta pra encontrar ele.
Sendo assim. Era melhor que eu partisse.
Peguei um taxi e voltei pra casa, enviando uma mensagem para Vero. Queria um ombro amigo para conversar. No caminho, pedi para o motorista mudar a rota e fui em direção ao apartamento da minha amiga, sendo recebida por um Verônica ainda de pijama.
- Fiz café, imaginei que estivesse precisando. - Nada respondi, apenas me servi de uma xícara e me sentei à mesa, com ela fazendo o mesmo. Com um semblante curioso.
- Estava com Camila.
- Oh...ok. - Ela se mexeu na cadeira, claramente não esperava por isso. - Quer me contar como foi?
- Foi ótimo.
- Sua cara não me convence muito disso, Lauren...
- Eu sei... só... me dá um minuto para processar, eu ainda não sei o que dizer.
- Oh minha amiga... tome o tempo que precisar. Eu estou aqui por você. - Segurou a minha mão e apertou firme.
Chorei em silêncio ali, revivendo todas as dores e tentando encontrar um sinal mínimo para sair desse buraco.
- Nos encontramos ontem na premiação, eu tentei evitar, mas no fim acabamos em um quarto de hotel e por mais confusa que minha mente estivesse eu tive tanta esperança de que, como um passe de mágica, tudo fosse voltar a ser normal...
- Lauren, olha pra mim. Isso nunca foi normal. Vocês começaram da forma errada, seguiram da forma errada e era óbvio que no primeiro muro iriam dar de cara! Não existe uma forma disso dar certo se não for encarando as possibilidades reais! Vocês começaram um conto de fadas dentro de um vespeiro. Se quer fazer dar certo, tem que entender as dificuldades e como superar elas, e não esperar que você ou ela resolva um problema para que só assim a paz volte a reinar.
- Eu não sei se entendi... - Fui sincera, afinal eu não via daquela forma.
- Vocês se gostam. Está na cara. Eu fui sincera com a Camila sobre o quanto não gostaria de te ver machucada, assim como fui com você sobre ter o devido cuidado onde está pisando. Não falei isso por ser contra. Mas porque eu sei como a indústria é foda e trabalha pra te derrubar. Você sabe disso. Você viu como a Universal te dispensou. Se quer fazer isso, tem que jogar sujo também.
- Falando assim você até parece a Alicia. - Ri, limpando as lágrimas.
- Alicia é pior, acredite. Mas ela pode te ajudar muito. Basta você e a Cabello sentarem e colocarem os pingos nos ís. Saber aonde querem chegar e como vão fazer isso.
- Não sei... eu sempre me machuco tanto... não consigo. Eu não consigo...
- Não consegue o que?
- Agir como se nada estivesse acontecendo, levar isso como uma vida dupla, ver ela ao lado dele e ter que esconder tudo que eu sinto.
- Bom, você admitindo que sente algo por ela já é uma grande vitória... - Comentou enquanto mexia no seu cabelo. - Olha, porque não a procura e conversam de cabeça fria? E de preferência sem envolver sexo. Palavras. Conversem usando palavras.
Observei a minha amiga por um tempo enquanto ponderava se tinha forças para conversar com Camila depois de mais uma situação tensa.
[...]
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Sounds - Camren
FanficA música sempre será a mais perfeita tradução para todo e qualquer sentimento. Existem pessoas capazes de transformar sentimentos nas mais bela canções. Mas para isso, é preciso sentir cada um deles na sua própria alma. O que nos leva a questão prin...