A família Inuzuka-Aburame vai passar o dia com os amigos, assistindo às flores de cerejeira desabrocharem.
Entre as boas lembranças estão um beijo apaixonado, o pedido de casamento inusitado e... o perigo infantil de quem não teme o perigo!
***
* A...
Um belo fim de tarde, Shino chegou em casa para criar uma das mais importantes lembranças do casal. Ele estava cansado, depois de trabalhar o dia todo na Academia, lidando com alunos afoitos num dos dias mais esperados do ano: a noite de Halloween.
Konoha abraçou uma tradição estrangeira. As crianças costumavam sair pelas ruas pedindo doces para não fazerem travessuras. E os adolescentes participavam de um baile temático. Todo mundo se escondia em fantasias assustadoras e, em geral, a diversão reinava.
Shino nunca foi muito adepto da prática, ele não gostava de aglomerações, muito menos de usar roupas espalhafatosas. E mesmo assim se via participando da noite não apenas para tomar conta dos alunos, mas também para agradar Kiba que se tornou um dos maiores fãs de Halloween!
E era obrigatório que combinassem as fantasias! Alguns anos, Kiba se superava na criatividade e Shino suava frio por se vestir em dupla. Outras vezes, acertava muito e proporcionava uma boa combinação.
Para esse ano, havia certa curiosidade. Kiba queria que se vestisse de empresário. Empresário! Uma "fantasia" que conseguiu agradar Shino. Ele pensou em usar uma camisa social branca por cima de uma malha fina para enfrentar o frio de começo de novembro e uma calça de bom corte. Seria elegante e apropriado para controlar os alunos. O ano que eles foram de Cantores Esqueleto causou tanta estranheza e diversão que nenhuma criança obedecia Shino!
O Alpha adentrou a casa e encontrou tudo vazio. Não era de estranhar: Kiba foi levar a filhotinha do casal até Tsume, que ficaria cuidando da menina durante a noite. Então aproveitou para tomar um banho relaxante e se preparar mentalmente para a longa noite de bagunça e desafios, de barulho, doces e travessuras. Sempre muitas travessuras. Desistiu dos trajes mais simples, resolveu usar a blusa social branca e um casaco preto não tão longo quanto os que vestia no dia a dia.
Quando já estava pronto, pensou em sentar-se na sala e fazer algumas palavras cruzadas no tablet para passar o tempo. Porém assim que chegou ao cômodo, a porta principal se abriu e Kiba passou por ela.
— Tadaima — resmungou num péssimo humor batendo a porta — Shino! Você não vai acreditar no que aconteceu. Eu vim da casa da mamãe e levei uma cantada. Uma. Porra. De. Uma. Cantada!
Shino não respondeu. Ele não conseguiu. Simplesmente se perdeu na visão do Omega, que vestia um quimono de tom lilás com detalhes brancos, e obi formal azul e roxo. O rosto coberto com uma maquiagem branca tradicional, destacava os lábios cheios tingidos de um vermelho tão intenso quanto o das marcas do clã. E entre os fios de cabelo castanho: um enfeite delicado que era um verdadeiro primor!
Já se sabia cativo pela beleza selvagem de Kiba normalmente, mas ao ver a fantasia escolhida, os detalhes e o capricho daquele Omega, o coração de Shino pesou de tanto amor. E despertou algo mais, pouco pueril ou idealizado. Profano.
— Acredita nisso? — Kiba começou a andar de um lado para o outro — Uma gueixa gostosa assim? Uma cantada só? Konoha é cega, caralho?!
Com movimentos quase felinos Shino aproximou-se do rapaz e o abraçou por trás, passando as mãos pela cintura de modo possessivo. Foi difícil controlar o lado Alpha que pronunciou-se pelo ambiente enquanto Shino aspirava o perfume de Kiba e terminava o gesto com uma lambida inesperada no pescoço do rapaz.
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