Capítulo 37 - Meu Cedric

608 27 20
                                    

Ao abrir meus olhos e eles serem tomados pela claridade do ambiente, eu senti falta da textura escamosa da pedra em minhas mãos e senti mais ainda a falta do toque gélido da mão de Cedric na minha

Ao olhar para baixo pude ver Diggory deitado suavemente ao velho chão de madeira
Ele ainda não parecia estar com uma aparência vívida, eu me ajoelhei ao seu lado revivendo a mesma memória no dia da última prova do torneio tribruxo

A ação deveria ser imediata, já era para ele estar acordado
Um desespero subiu por minha garganta dando um nó ali mesmo, meus olhos arderam como se quisessem eliminar minhas lágrimas
Sentindo um aperto em meu coração eu me debrucei sob seu corpo derramando minhas lágrimas por sua camiseta amarela batida

Um minuto se passou, eu ainda chorava, mas algo me chamou atenção, um pequeno som surgiu que me lembrava a batida de um coração - estranhamente ela não vinha de meu corpo - então abri meus olhos em estranheza e elevei meu tronco para cima
Meus olhos encontraram o rosto de Cedric. Ele já não estava pálido, agora seu rosto mantinha o mesmo tom rosado de sempre, seus lábios agora estavam levemente entreabertos e sua pele já havia voltado para sua temperatura normal, ele, agora, se parecia com o meu Cedric

Eu o olhava atentamente, esperando quaisquer movimento
Meu coração batia rapidamente, podendo-se ouvir o som mesmo de longe
Mas outro coração parecia bater juntamente do meu, batidas mais suaves, mas ainda assim audíveis
Como se em um sussurro, eu pude ouvir meu nome ser dito após uma falha vocal
- s/n? - a voz ecoa pela sala e eu acompanhei o baixo som com os olhos

Nesse momento, meus olhos se encontraram com os olhos cinzas de Cedric. Eu podia ver a confusão em seus olhos, tudo que eu tinha para falar havia sumido de minha mente
Minhas mãos formigavam, meus joelhos fraquejaram, eu mantinha minha expressão de surpresa
- O que eu? Por que? Eu deveria estar m- eu o interrompi com um abraço apertado

Sentindo seus braços rolarem por minha cintura, eu o apertei mais ainda chocando nossos corpos
Uma lágrima escorreu por entre meus cílios, mas dessa vez uma lágrima de felicidade
Eu não pude evitar de sorrir ao sentir um leve beijo sendo deixado em meu ombro esquerdo

Me desvinculei de seus braços e olhei com paixão para seus olhos
- Agora você pode me contar o que aconteceu? E porque eu consegui sentir todas as suas emoções? - eu franzi o celho para a última pergunta, mas respondo a primeira resumidamente
- Eu te trouxe de volta! - eu digo rapidamente, ainda analisando cada detalhe de seu rosto
- Me trouxe? Como? - pergunta mais confuso ainda
- A história é longa, mas agora teremos tempo! - eu digo dando um sorrindo quase imperceptível
- Então está b- o garoto é interrompido novamente pelo barulho da porta de madeira se abrindo
- Estou atrapalhando? - ele pergunta adentrando a sala e eu nego - Vejo que tudo foi resolvido! Fico feliz em ve-lo novamente senhor Diggory
- também fico feliz em vê-lo novamente diretor - ele diz calmamente
- Bom, acredito que o melhor a se fazer é irem até a enfermaria - dizendo isso os olhos de Ced percorreram meu corpo machucado e eu pude perceber sua expressão preocupada - Aproveite que estarão a sós e a senhorita poderá informá-lo de tudo que ocorreu! - ele diz e nos direciona até a porta e nos encaminha para a enfermaria

- É um prazer revê-lo querido, sente-se aqui - ela diz para Cedric e o mesmo agradece - e a senhorita pode se sentar aqui ao lado dele

Eu a agradeço e logo depois dela cuidar de nossos machucados eu me sento ao lado de Ced
Agarrando sua mão delicadamente eu acaricio sua palma e vejo o garoto sorrir sem mostrar os dentes
- Pode me contar agora? - ele pergunta sem querer atrapalhar o momento
- Claro - eu olho em seus olhos - Depois que você se foi eu tive alguns problemas em lidar com o luto! Dumbledore viu meu estado e resolveu me contar sobre uma pedra que traria pessoas de volta - eu digo resumidamente - Eu logo aceitei e fui em busca da pedra, mas claro que não seria fácil! Eu precisei passar por sereianos, Diabretes, dementador e até mesmo um dragão! - eu digo desviando o olhar e voltando minha atenção a sua mão - Ela só poderia ser achada com amor..... E cá estou eu! - eu sorrio

Eu contei detalhe por detalhe a Cedric, de tudo, até mesmo de como eu me sentia sem ele, como foram meus dias e outros

Agora, eu tinha uma lágrima escorrendo sob minha bochecha que rapidamente foi limpada pela mão de Cedric
- Posso te fazer uma pergunta? - ele diz
- Quantas quiser! - eu digo me recompondo
- Por que se arriscou tanto por mim? Não que eu não faria isso por você, faria sem pensar duas vezes! - ele diz e eu dou uma breve risada
- Por que eu não conseguiria viver em um mundo onde você não existisse! - eu digo corando levemente
- É, eu senti! - ele me diz deixando-me confusa
- Sentiu o que?
- Tudo! Não sei.... Talvez seja efeito daquela tal pedra mas.... Eu senti tudo que você sentiu, o luto, cada lágrima, cada dor, cada aperto no coração... Eu senti tudo! - eu me surpreendo com sua afirmação - Eu te amo! Mais do que você imagina, muito obrigado..... Minha princesa - ele sussurra em meu ouvido, sabia que eu amava ser chamada daquela maneira

Sem ao menos exitar, enrolei meus braços em seu pescoço e juntei nossos lábios
Nunca pensei que sentiria aquela sensação novamente, minhas mãos percorriam sua nuca enquanto as dele passeavam por minha costa e cintura
Nos separando pela falta de ar, eu abro meus olhos lentamente e já sinto falta de seus lábios presos aos meus
- Você não sabe o quanto eu senti falta disso - eu brinco um pouco com seu cabelo
- Acredite.... Mas quando pude rever Harry, mesmo que por pouco tempo, eu me senti culpado! - ele admite - culpado por deixar meus pais, meus amigos.... E VOCÊ! - ele fala enquanto acariciava a curva da minha cintura com calma - Espero que ele tenha dito o que eu pedi não?
- Sim, ele disse.... Mas eu estava atordoada demais para respondê-lo - eu admito

Quando Diggory iria dizer algo madame Ponfrey entra com notícias
- Os dois estão liberados! Seus pais já foram avisados e chegaram aqui amanhã! - meu pai havia voltado para casa pois minha mãe queria conversar com ele ao meu respeito - Agora vão para o dormitório, tomem um banho e descansem! - ela exige
- Ok, muito obrigada - pego na mão de meu namorado e saio corredor a fora

Adentrando ao dormitório de Cedric, a cama levemente desarrumada era perceptível, apenas comprovando que o que eu havia dito era real

- Venha, vamos tomar um banho - ele sugere e eu apenas balanço a cabeça em concordância
Entrando no chuveiro, a água morna caindo em meu corpo me trouxe leves arrepios por conta dos machucados que ainda doíam
- Está melhor agora? - ele pergunta enquanto deito minha cabeça em seu peito
- Você não sabe o quanto - eu sibilo sentindo a água cair em minhas costas - eu tomei muitos banhos esse mês! Era meu refúgio - eu digo e paro para olhar em seus olhos
- Sinto muito por ter passado tudo isso por mim! - ele diz beijando o topo da minha cabeça
S/n: Não se sinta assim amor! Você não tem culpa.... Além do que- eu me alto interrompi após um resmungo sair por meus lábios depois de sentir uma fisgada na perna direita
- Ei! O que foi? - perguntou preocupado
- Só o machucado na minha perna que ainda dói um pouco, alias, eu preciso cuidar desses seus! - eu digo e vejo o menino negar
- você é prioridade, minha prioridade - ele fala e sorri lindamente para mim
- Ok ok! Mas eu estou ficando cansada, amanhã cuidaremos disso, ok? - eu pergunto retirando minha cabeça de seu peito
- Como quiser anjo

Nós então, saímos do banheiro
Ced se vestiu com uma calça moletom preta e uma blusa cinza simples
Eu então, retiro de minha bolsa uma calça e a visto, antes que eu pudesse pegar minha blusa, meu namorado me entrega uma das dele em minhas mãos
Eu apenas dou um sorriso simpático e visto a roupa
Rapidamente me deito na cama e espero Ced vir até mim e assim deitando em meu peito calmamente

Eu, sem delongas, início um carinho calmo em seus cabelos loiros
Uma de minhas mãos trabalhavam em suas bochechas rosadas e a outra brincava com seus cabelos
O menino agarrava minha cintura enquanto seus braços permaneciam emaranhados em minhas costas
- Eu te amo! - eu ouço na ponta de meu ouvido antes de sentir um beijo sendo deixando em meu pescoço
- Eu também te amo! Muito! - eu acrescento

E assim adormecemos, enrolados um no outro, podendo-se ouvir até mesmo as batidas de nossos corações em sincronia naquele confortável silêncio

Continua no próximo capítulo.......

Aaaaaaaaaaaaaah surtos internos

[REVISADO]

All for Love - Cedric Diggory [Em revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora