12 - Mudar um pouco as coisas.

67 8 41
                                    

POV Cosima Niehaus.

Meu horário biológico se tornou insuportavelmente chato quando passou a me acordar às seis da manhã até no sábado, onde eu poderia dormir mais, e aproveitar essas horas de sono para me recompor. Mas como eu simplesmente não consigo, acendo o abajur e fico lendo o livro de artigo científico estudando métodos de aula para passar aos alunos, enquanto Delphine dorme com a perna enlaçada a minha e sua mão fica pousada em meu abdômen.

E isso anula toda minha raiva em lembrar que acordei às seis da manhã por puro comodismo. Ter Cormier em minha... Minha não, nossa cama, é tão magnífico que me sinto no dever de olhar para ela como se estivesse admirando uma obra de arte.

Seu rosto e suas expressões relaxadas, leves, os cabelos bagunçados, a respiração calma, tudo só colabora para que eu fique ainda mais presa conforme o tempo passa. Ela não precisa de nada para prender meu coração ao dela.

Olho em volta, o quarto que começa a tomar forma, do jeito que Delphine e eu gostamos com móveis brancos e cor pérola. Pela cortina já começa a passar alguns feixos de luz do sol, em resposta ao dia que nasce lá fora.

Volto a olhar Cormier outra vez, pensando nas últimas semanas em que estivemos juntas e como nossa paixão uma pela outra vem crescendo a cada dia, hora e minuto que se passa. É uma maneira incansável que encontramos de nos amar, sempre mais e mais, desejando sempre a companhia uma da outra.

Passamos horas a fio nos beijando, fazendo amor da forma mais insana e complexa que já fiz na vida. Chegar ao orgasmo com uma pessoa que eu ame - talvez mais do que a mim mesma - é a experiência mais sensacional que já tive na vida. Se não a mais extraordinária.

Delphine é graciosa, atenciosa, engraçada e tudo o que faz, cada vez que seu corpo se aproxima do meu, sinto ondas de prazer irradiarem de mim, me sinto em ecxtase, como se tudo a minha volta sumisse e só ela estivesse ali diante de mim.

É bizarro e uma sensação única.

Sou tirada dos meus pensamentos completamente voltados para a francesa, quando o seu despertador das 6:15 toca. Delphine acostumou-se a acordar esse horário só para me ver, pra fazer manha comigo na cama antes de eu ir para a faculdade, isso quando ela não me prende na cama e me leva de carro faltando cinco minutos para a aula começar.

Tudo o que ela faz por mim, exala o amor que sentimos uma pela outra. E embora eu saiba que tudo vira comodismo um dia, tenho a sensação de que posso passar a vida inteira vivendo dessa maneira que nunca irei enjoar.

- Eu adoro acordar com você assim... - sussurrou manhosa, a medida que sua perna se colocava em cima de minha cintura, suas mãos corriam para o meu rosto e seus lábios encontravam minha pele em um beijo calmo e cauteloso.

- Eu gosto de acordar assim também, ma belle. - virei um pouco o rosto, alcançando seus lábios sem dificuldade nenhuma, ela estava absurdamente colada a mim e digo com tranquilidade que não tem nenhuma outra coisa no mundo melhor que esta.

- Hm. - continuou manhosa, afundando o rosto entre meu ombro e pescoço, puxando o ar com um pouco mais de precisão afim de inalar mais de meu cheiro, sei disso porque faço o mesmo quando a posição é invertida - Que horas são? - perguntou perdida em tanto sono.

- É cedo amor, volte a dormir.

- Por que você já tá acordada?

- Relógio biológico. - deixei um beijo em sua testa - Logo o sono vem e durmo mais um pouco. - levei a mão até seus cabelos, emaranhando ali e fazendo carinho.

- Eu tenho que estar no teatro as nove. - ressaltou se levantando um pouco, apoiando-se no braço.

- Até lá você tem tempo, meu bem. Deita mais um pouquinho... - pedi com carinho, alcançando seu rosto em carinhos.

Soul MeetingOnde histórias criam vida. Descubra agora