Coma- 29

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Acordo de mais um sonho ou pesadelo, olho em volta e estou em um quarto totalmente diferente da Gabi.

A umas máquinas aos meus lados e minha mãe segurando minha mão rezando e estou entubada. Não estou entendendo nada.

Marcella: mãe.- a chamo resmungando de dor.- mãe!- ela me olha assustada e sorri ao meu ver acordada.

Renata: irei chamar a enfermeira, fique tranquila.- assenti e se retirou.

Breno entrou em seguida, com o rosto inchado e parecia que não dormia a dias ou meses.

Ele está tão diferente com a barba maior, cabelo bagunçado e não cortado. Cheiroso ainda é e bem magro, porque eu sinto que eu o deixei assim? O mesmo se vira para o corredor pois um policial o chama.

Olho para mim e estou muito magra, pelo jeito. Se eu me ver no espelho não irei me reconhecer e só de pensar, chega a ser assustador.

Minha mãe entra com a enfermeira.

Enfermeira: boa tarde senhorita Marcella, como foi o coma?- franho a sobrancelha sem entender nada, ela aponta uma luz nos meus olhos e vê as batidas do coração e pulmões.- bom, você está há um mês em coma após o seu suicídio. Seu amigo conseguiu te recuperar, mas infelizmente você chegou inconsciente no hospital.- estou sem saber como reagir.- voltarei daqui alguns minutos para tirar sua tubulação.- saiu.

Preferi voltar a dormir, não quero escutar ninguém no momento.

***

Acordo novamente sem algumas coisas do corpo, apenas o batimento cardíaco e o soro estão e dessa vez quem está lá é Breno e Maysa, minha amiga está mexendo no celular e meu amigo está dormindo profundo.

Ela me olha sorrindo e vem até a mim.

Maysa: só iria acreditar, se eu tivesse visto pessoalmente e é verdade mesmo.- sorri fraco.- iaí, como é estar em coma?

Marcella: é dormindo, só que bem mais profundo e você querer acordar e não conseguir. E escutar vozes.- Maysa arregala os olhos.

Maysa: vozes?

Marcella: sim, vozes. De você, do Gael, meus pais, Breno e Debora.

Maysa: atá, que susto menina. Achei que era os espíritos da sua família.

Marcella: isso também escutei.- cassou.

Maysa: Cruz credo menina, sai fora.- ela se arrepia e sorri. Acabo olhando para Breno.- está contigo desde do dia da cabana, assim. Ele saia para resolver umas coisas sérias, mas só ele que vinha dormir aqui. Pedíamos para trocar e rejeitava, obviamente ficávamos. A gente acha que se sente culpado, porque não fala para ninguém apenas para a psicóloga e estamos bem preocupados com estado de saúde dele. Não sei como ele ainda não bebeu.- eu sabia que Breno era preocupado comigo, mas não tanto assim e isso me deixa um pouco desconfortável.

A enfermeira aparece cortando nossa conversa para fazer o "check-out" em mim e acaba deixando o lanchinho da madrugada.

Eu tenho tantas perguntas, sobre minha irmã, se os pais do Breno foram presos, se o meu irmão voltou para casa e muito mais. Mas será que escutei certo? Ou foi apenas sonhos? Parecia tão real resolvo perguntar.

Marcella: e a minha irmã, como está?- Maysa fica confusa.

Maysa: como você sabe?- agora eu estou confusa.

Marcella: então não foi sonho.- falo animada, minha amiga me estranha.- eles acharam ela, certo?- Maysa assenti.- e foi o Gael que achou, não foi?- assentiu novamente.- os pais de Breno foram presos?

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⏰ Última atualização: Jan 19, 2022 ⏰

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