Flores (Rabia)

Dezenove

Demorei (como sempre), e voltei!

Estou tentando me dividir entre escrever as duas fics, então talvez por isso eu esteja demorando um pouco mais de tempo que o normal.

Mas estamos aqui!

Boa leitura :)

#

Rafaella parecia estar em um dos sonos mais plenos que já tivera na vida, aquele sono tranquilo que só poderia ser incomodado por algum evento muito extremo.

E sem contar com a sua sorte, o chute desengonçado que sentiu atingir seu ombro foi extremo o suficiente para a mineira despertar no susto.

Sim, Bianca, que estava adormecida na posição contrária ao corpo de Rafa, havia chutado seu ombro sem dó.

A mineira franziu o cenho ainda atordoada, mas ao observar a cena da carioca com o braço direito agarrando suas pernas, sorriu. Talvez dormir naquela posição não tenha sido de todo modo ruim após a última aventura pós-sexo.

E se contar com as últimas confusões e decepções da relação das duas, Rafaella achou que de tal modo até mereceu acordar com aquele chute.

Sentiu uma vontade enorme de acordar Bianca com o carinho que demonstraria o quanto estava feliz por tê-la ali naquela manhã.

Repensou por alguns segundos se pareceria muito acelerada ou se estaria atropelando o tempo da carioca, visto que ainda não haviam conversado.

Mas a mineira havia prometido para si que não deixaria de se permitir ser intensa, e mesmo que levasse alguma negativa de Bianca, valeria a pena correr aquele risco.

Sem mais aguentar apenas olhar aquele corpo pequeno enrolado no edredom e agarrado a suas pernas, resolveu se desvincular dos braços que lhe prendiam para começar a escalar o corpo da carioca.

Com muito carinho e cuidado, beijou o quadril, braço, ombro, e sorriu ao ver que a outra já despertava com o movimento.

– Espero que tu tenha algum motivo bom pra estar me acordando a essa hora da manhã. – A voz da carioca era manhosa e sonolenta, mas seu sorriso já havia surgido.

– Cê nem sabe que horas são, garota! – Acomodou melhor o corpo sobre Bianca e deixou outro beijo em seu ombro. – E bom dia, né?!

– Não tenho certeza mesmo da hora, mas pelo meu sono, ainda tá de madrugada!

– É aí que você se engana, preguicinha. – Encarou Bianca coçando os olhos de forma adorável. – E pensei que eu ganharia um bom dia mais disposto e arrependido, visto que hoje eu acordei a base do chute!

– Eu te chutei? – Arregalou os olhos e encarou Rafaella com um sorriso travesso.

– Sem dó nenhuma, bem aqui no ombro. – Apontou para onde havia sido atingida.

Bianca continuou com o sorriso travesso e a outra a encarou apertando os olhos.

– Ah, tu mereceu, vai! – Não aguentou e gargalhou.

A mineira sentiu uma felicidade imensa só em escutar a gargalhada de Bianca, pois até então, o medo de acordar e ter a carioca desistindo de tentar se resolver, ou até mesmo mostrando uma postura irredutível, tinha tomado a cabeça de Rafaella naquela manhã.

Sabia que Bianca ainda estava muito magoada, e sabia que havia muita coisa a ser explicado, mas só em ter a mulher rindo em seus braços, já parecia que tinha uma chance a mais naquela vida.