Hey, Happy New Year!

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Desde o convite de Josh que me pegou totalmente despreparada, prometo a minha supervisora de que entregarei a manchete recorde de visualizações, eu estava confiando cegamente que essa festa me renderia uma notícia boa o suficiente para poder pedir um aumento ou mudar de setor. Nour ainda não voltou para casa, claro, então eu estava vivendo a base de macarrão instantâneo e chocolates que ganhei de presente.

Um feixe de luz invadiu meu quarto e, aquela altura, eu não precisava me esforçar tanto para adivinhar quem era. Apenas acenei através da janela e o garoto indicou o relógio. Olhei para os ponteiros da peça da minha escrivaninha, eram quase 8 e meia. Se eu quisesse pegar alguma coisa bombástica, teria que correr. Sorte que eu estava desde as 6 me arrumando, pirando de ansiedade para o momento da minha carreira!

Tranquei meu apartamento e atravessei a pequena rua que separava meu prédio do de Josh. Ele estava encostado no carro, com uma jaqueta bomber para deter o frio, enquanto eu usava um vestido super decotado e o máximo de proteção era uma meia calça fina. Joshua balançou a cabeça em negação quando me viu.

— Não te emprestarei minha jaqueta – ele avisa, solto uma risada.

— Não me lembro de ter te pedido ela – digo isso jogando meu cabelo para trás, minha intenção era dançar e beber tanto que essa noite não pensarei em situações climáticas. O garoto abre a porta do carro para mim num gesto de cavalheirismo brega, agradeço meneando a cabeça.

O carro dele é um conversível preto, com tudo que há de mais tecnológico no território estadunidense. Respiro fundo, me sentindo um pouco deslumbrada com o automóvel e pensando no quanto isso deve valer. Para comprar um desse eu precisaria vender meu apartamento e minha SUV, ainda assim ficaria devendo e parcelaria em 36x. Josh percebe meu choque e pigarreia.

— Isso parece caro – deixo escapar. Ele me olha de soslaio e me puno mentalmente. Burra, burra, burra.

— Hm, admito que é sim. Mantê-lo é a parte mais difícil – A resposta é curta e um silêncio nada acolhedor paira.

— Imagino – solto num suspiro.

Josh arranca para fora do condomínio e a rádio de notícias sobre o trânsito ressoava baixinho no veículo o informando as vias que estavam congestionadas e nos indicando para outras menos turbulentas. Não havia um desconforto no silêncio, havia uma necessidade dele para nós dois.

Há alguns metros da casa de festa, o garoto loiro meteu a mão no porta luvas tirando um envelope branco e me entregando. "Beauchamp + 1" estava grafado em elegantes e prateadas letras. Eu era o "plus one" de Josh essa noite, assim como ele foi o meu há uma semana.

— Como você conseguiu isso? – era uma pergunta genuína, os ingressos estavam esgotados há mais de um mês. Esgotou em segundos como se fosse um show de uma banda que se reuniu após 15 anos. O peito dele subiu e desceu, seu rosto revelava um sorriso sacana, de quem esperava essa pergunta.

— Eu sou jogador de golf, lembra? – ele disse debochado, com os olhos grudados no trânsito. Eu estava pronta para rebater e xingar, mas ele foi mais rápido. — Eu fui convidado.

— Você é uma espécie de subcelebridade e eu ainda não descobri? – perguntei, atando a pulseira verde neon em meu punho. Josh decidiu não responder e deu de ombros rindo. No envelope ainda restavam algumas instruções sobre o evento ao detentor das pulseiras.

"Querido Josh Beauchamp, use esses convites com sabedoria. Lembre-se: esteja de roupa brancas, dê seu sobrenome na entrada, você tem acesso livre aos camarotes, all-inclusive e uma suíte."

As letras eram elegantes e me provava que ele foi realmente convidado. Quem era Josh Beauchamp? E que péssima jornalista era eu que não procurei ainda? Fechei o envelope rapidamente e tirei a outra pulseira oferecendo para ele quando estacionamos

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