Capítulo 1

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Lucas Lima Mendes, procurava através das pilhas e pilhas de parafernália que estão espalhadas por todo o chão do seu quarto. Alguns resultados que levou para casa que  precisava estudar. Acabou dormindo mais do que gostaria.

— Eu vou chegar atrasado! — Em uma sexta-feira, depois de ser pontual durante toda a semana, ele iria  chegar atrasado. 

Ainda mais que ele morava mais lá no hospital do que em casa. 

— Kate! — Ele grita freneticamente. Porém se lembrou que dispensou a mulher. Por se intrometer demais na vida dele.

  — Onde estão aqueles exames? — Ele corre para a escada depois de trancar seu apartamento evitando o elevador. Iria procurar no hospital, com certeza estava por lá.

 Ele se joga por cima do corrimão, logo que vê a porta de saída.

No hospital ao chegar logo na entrada ele  ouve um som familiar. O som de ecos ecoando por todas as salas, o hospital estava lotado.  Iria ser um plantão corrido.  

Beatriz logo o vê entrando, ela olha para ele com uma expressão de cansaço. Mesmo assim não deixa de sorrir para ele. Porém ele não retribui, na verdade ele nunca sorri. Ele simplesmente abana a mão indo se trocar. 

'E se um dia eu o pegar sorrindo é uma expressão nova que verei' pensa Beatriz.

Ela revira os olhos, mas não de um jeito desdém, um jeito que nunca verá um sorriso naquele rostinho bonito daquele médico. E volta para a enfermaria com sua mistura de remédios. 

O doutor pega seu cinto branco, coloca em volta da calça também branca, abotoa a calça e prende o cinto, pega o jaleco e joga por cima de sua roupa o ajeitando por último pega sua pasta com o laptop. E daí do vestiário. Ele caminha determinado até sua sala.

Beatriz logo entra em sua sala com alguns medicamentos  colocando em cima do balcão perto de uma maca. 

— Você precisa arrumar mais essa sala. Está uma bagunça do ca##lho. — reclama ele.

Beatriz lamenta. 

— E você arrumar uma namorada para melhorar esse seu mau humor. — diz ela, também provocativa. Não tinha medo dele. Aliás, já estava acostumada com seu mau humor. E tinha idade suficiente para saber que um jovem  mau humorado assim era falta de um amor. 

Sim, as habilidades de organização pessoal do doutor ali eram bastante chocantes.

Porém graças as  enfermeiras do hospital que agiam como uma designer de interiores, que passa o dia 

todo coordenando e organizando a sala dele quando o plantão não tá corrido. Sua sala era organizada.

Seus nervos estão em pedaços. Não sabia bem o porquê. Imagina  que poderia ser o excesso de trabalho, horas e horas a fio naquele hospital, mas apesar do mau humor, ama sua profissão e faz com gosto sabe que está fazendo a coisa certa.

— Mas droga, eu estou com uma massa de nervos. Não seria nada mal dormir direito.

— Falando sozinho?! — perguntou um paciente.

— Vamos ver esse braço! — disse ele para disfarçar.

 O resto dos primeiros minutos, silencioso, momento de reflexão do dia, até agora e, 

provavelmente, o último. Ele estava esperando por este pequeno fragmento de tempo, implorando por ele, em meio ao caos ao seu redor.

 Ele precisava desse momento, só  consigo mesmo, absorvendo o enorme salto que deveria estar tomando, tentando  reunir a si mesmo. O amor precisava chegar diante de seus olhos, porém ele não quer.

Dr. LucasOnde histórias criam vida. Descubra agora