Capítulo 3

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POV SUE

- Emily, o que você acha que está fazendo? – Eu a olho tentando compreender a situação, porque ela me beijaria? Seria uma loucura, eu sou uma mulher... não poderia isso ser possível.

Espero sua resposta, mais o tempo me traz sentimentos como raiva e medo... medo de ouvi-la e do fato que não saberei lidar com isso. Então dou as costas e não dou uma segunda chance para ela. A deixo junto com a cesta e o lençol que coloquei para que nós duas pudéssemos relaxar deitadas na grama. Obviamente, fui a única que fiz isso.

Enquanto caminho sozinha, algumas vezes olho para atrás para ver se não a vejo vindo em minha direção, mas em nenhum momento consegui encontra - lá, nem por perto e nem ao longe. Talvez ela fique mais um tempo embaixo daquela arvore. Agora vejo a péssima idéia que tive, devia ter confiado em Austin, porque quem melhor iria conhece-la, se não o irmão mais velho? E para minha surpresa, ao chegar na casa dos Dickinson, Austin foi o primeiro que encontrei, pois preferi me esconder no meu quarto por algum tempo para evitar perguntas sobre o passeio, porque não sei ainda o que responderei. Mas, Austin me esperava lá;

- Sue – me assusto ao vê-lo sentado em uma poltrona velha que possuo no quarto – Desculpe te assustar – ele vem em minha direção, deixando o jornal que estava lendo na cama – Queria muito te ver, não estou acostumado a não te ver pelas manhãs

- Ah eu também estou feliz em te ver – sempre que Austin me trata dessa maneira, eu me sinto constrangida, porque não sei bem o que dizer

- Vem, sente se um pouco aqui comigo – ele me leva até minha cama e ficamos ali por um tempo – Me conte, como foi o passeio com minha irmã?

- Ah – tento pensar em algo para dizer, mais não consigo ser exatamente sincera – Ela é bem quieta

- Ela sempre foi assim com as pessoas de fora, menos... – percebo que ele fica um pouco sem jeito – Ela costumava falar mais com a família dela antes do seu surto

- Como assim? – fico aborrecida novamente com o jeito que ele fala da própria irmã – Ela é só um pouco diferente

- Ela é impulsiva, ela faz o que bem entende... e meus pais nunca gostaram disso. Você vai perceber com o tempo – fico assustada com a forma como ele disse exatamente o que aconteceu hoje. Mas agora que o tempo passou, não acho possível que ela tenha feito aquilo por que queria me beijar – Sue, está tudo bem? - Austin faz com que eu retome a conversa, após ter ficado um pouco fora de mim por alguns segundos

- Ah desculpa, estou um pouco cansada – isso pelo menos era sincero, fazia algum tempo que não caminhava como fiz hoje

Ficamos conversando um pouco, Austin me falou sobre o trabalho que seu pai está o ensinando no banco e sobre as contas da fazenda. Austin, gosta de falar sobre si, falar sobre seus amigos, sobre o que deseja para nosso futuro. Eu gosto disso, só fico um pouco nervosa, porque tenho receio de ser um pouco sem graça demais. Eu ainda não consigo entender o motivo dele ter se apaixonado por mim.

Quando Austin decidiu enfim sair para ir ao trabalho, desço a cozinha para ajudar a Sra. Dickinson no almoço. E isso faz com que eu conheço ainda mais os problemas que ela possui com sua filha, pois a ouço falar sobre o fato de Emily não gostar de cozinhar ou de fazer afazeres na casa. Que isso não era o que uma mulher na idade dela faria. E dessa vez eu só a ouço.

Dickinson - EmisueOnde histórias criam vida. Descubra agora