Dois meses depois, após a quarta tentativa de suicídio de Andressa, que se encontrava raivosa, expulsa Yann de seu quarto, se enrolando em camadas de edredom.
Assim que pôs sua raiva pra fora, era madrugada, por volta das 2 da manhã. Ela tira o courset que aperta sua cintura e a saia pesada que causava um incomodo enorme, colocando uma camisola branca, e um par de chinelos, pulando de sua varanda... Que abaixo havia um pequeno rio, quase seco.
Nadando até as margens do rio, se senta em uma pedra, para que tentasse se esquentar até que o frio que atingia até os ossos passasse.
Não passou frio algum, a camisola estava molhada, e seus dedos enrugados, seu beiço gelado, assim como as pontas dos dedos das mãos e dos pés.
Ela, sem destino algum vaga pelo rio, até onde ele seguia, o palácio se encontrava distante da vila, não haviam guardas para direção que seguia.
"Eu preciso achar a liberdade, de alguma forma... Não quero casar com um homem que não seja por amor, que não seja controlado e escolhido por meu pai, quero me casar por amor, com a pessoa que eu escolher me casar"
Dizia em seu pensamento, que de alguma forma, se manteve lúcido, mesmo após fugir do palácio, cruzar metros de um rio quase seco. Ela se sentia pesada, estava molhada, com frio em meio uma noite de outono.
Ela caminhava, caminhava mas até agora nada. Ela estava certa de que queria sair do palácio, não iria herdar o trono primeiro que suas irmãs, que quase nunca falaram com ela, sua mãe, morreu ao dar a luz à ela, além de ser uma concubina do rei. Não poderia herdar o trono, não enquanto a irmã mais velha e filha da rainha falecesse.
"Ficar em um lugar onde me senti presa e trocada por meu pai, que tem sua favorita, e não dá a mínima para a minha existência, e que me faz casar para que eu seja uma substituta... Eu não preciso me casar!"
Andressa, olha para os céus e enxerga uma estrela cadente cortando a horizontal, onde a noite estava se pondo. Fazendo um pedido.
"Eu quero que um dia eu reencarne em uma pessoa livre, quero ser feliz, não quero ser a merda de uma segunda opção até mesmo em minha vida."
5 horas, são 5 horas da manhã... E um barulho enorme, como se fosse uma árvore caindo ecoam de dentro da floresta.
Desesperada com o barulho, ela apenas paralisa com vozes no fundo.
- ei garota! Vem aqui não vamos te fazer mal algum. - diz uma voz masculina em escuridão total na floresta.
- isso venha garota, eu serei um ótimo amigo para você. - outra voz masculina no ambiente - além de eu ser muito lindo você sabia? Eu, quando vivo, costumava encantar muitas garotas lindas no reino... Eu sou um ótimo pretendente pra você não acha.
- cale a boca Jonnes! Estamos fazendo algo importante, isso é hora de expor quem somos? - discute o primeiro.
- Wainy, vamos! Ela está paralisada, vamos fuder ela e depois fazemos o que temos de fazer, faz tempo que não vemos garotas bonitas por aqui. Deixarei até você ir primeiro, odeio foder virgens.
- você com esse seu papo de novo! Eu não acredito que você comete essas nojeiras? Ela é humana! Nós NÃO podemos transar com humanos de merda! Limpos ou não.
- Wainy, vai que ela porta o sangue especial para o elixir? Seria mais prazeroso ainda... Ah!
Enquanto os dois discutiam, Andressa aproveita o momento para fugir, correr para o mais longe o possível deles. Mas, Wainy, com apenas uma flecha em mãos acerta perfeitamente uma de suas pernas, fazendo a garota cair no chão e se contorcer de dor.
Wainy e Jonnes, vão até ela, que aos prantos de dor, é carregada por Jonnes até uma pequena carruagem de madeira, sem conforto algum. Guiada por um alce de dois metros.
- ah garota vamos lá, tira essa flecha de você sozinha, se garantiu em fugir da gente naquela velocidade, mas para tirar uma simples flecha não consegue? - Jonnes ri em tom de deboche.
- seus merdas, para onde estamos indo? - pergunta Andressa.
- quieta, você verá, não tem necessidade de saber para onde estamos indo, você morrerá em breve, e espero não ter que voltar com você e seu cadáver para essa floresta de merda. - responde Wainy estressado com a faladeira de Jonnes.
- quer ver algo mais interessante? Manda ela tirar a roupa e te fazer um boquete, essa boquinha dela... Deve ser tão boa...
- com quantas humanas você transou seu pervertido filho da puta?
- eu não lembro sabia? Faz mais de dois séculos que eu vago pelos humanos, e eu encontrei uma vez, uma puta, ela fazia um boquete maravilhoso, mas provavelmente deve estar morta, já faz uns 120 anos atrás... Ela foi a melhor.
- que repulsivo - diz Andressa que escutava atentamente a conversa dos dois.
- eu tenho que concordar com você. - diz Wainy.
- ah, falando nisso, quantos anos você tem hein mocinha? 10, 11 anos?
- 14...
- quase acertei viu, e faz 15 quando?
- Para de flertar com ela porra! - reclama Wainy com dor de cabeça.
- Para a carruagem! - ordena Jonnes, puxando a garota pelo cabelo, arrancando a flecha da perna dela, fazendo ela berrar de dor.
- o que caralho você tá fazendo?
- indo foder, meu pau ficou duro!
- Para de ser idiota, vai se aliviar sozinho, ela fica na carruagem!
- ah, não seja tão bosta Wainy, trabalhamos juntos faz 20 anos.
- você é um adolescente de merda tá me escutando?! E com uma criança humana você não fode!
- ah seu merdinha, eu vou deixar algo pra você!
- não brinque com a comida do líder! - diz avançando com um machado para calar a boca de Jonnes, que insistia em infringir uma das regras do líder do grupo sobrevivente, adoradores de Saturno.
Adoradores de Saturno, assim como outros adoradores, cometiam canibalismo, e alguns tinham desde mutações a poderes de cura.
- Seu adorador de merda, estamos servindo um cara que pode ser um impostor, e você ainda adora esse cara? O que ele é pra você? Seu pai?
- EU NÃO TENHO OUTRA OPÇÃO! EU TENHO A PORRA DE UMA MALDIÇÃO DE SERVIÇAL!
- mas que merda para você, porque meu pau escolheu ficar duro do nada, e ela aqui, acho que é um aviso!
"Andressa, sua inútil, foge enquanto eles estão discutindo... Minha perna não se move, é assim que você quer ser independente? Rasteje, inútil!"
Assim fez a garota, rastejava para sair do campo de visão dos dois que discutiam.
...
Vai ter parte 3 :)
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Saturno é um delírio
Fantasiapós receber um sinal dos céus, Andressa, a filha mais nova do rei Lian IV. Foge de casa para conceder aos pedidos do deus Saturno, e acaba cruzando o caminho do mesmo que traçara um bosque sem destino algum após uma crise de pânico.