trinta e quatro

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Naquela manhã de segunda-feira nada nesse mundo tiraria o espírito investigativo que se apossava do corpo de Lee Jeno.

Honestamente, se algum dia questionassem Jeno sobre o que ele gostaria de ser quando crescesse — por mais que ele já tivesse crescido e estivesse à beira dos dezoito anos, no entanto, ele preferia acreditar que a universidade estava ainda bem longe para que se preocupasse — ele sem dúvidas diria que serviria para a polícia como um tremenda investigador ou até mesmo como detetive particular, porque sim, ele acreditava com veemência que tinha talento para coisa, ou talvez, até um dom que veio de berço.

Por outro lado, se questionassem Na Jaemin sobre o que Jeno não deveria ser quando crescesse, ele daria a mesma resposta que o Lee, embora fossem perguntas diferentes. Mas, Jeno estava se esforçando e era isso que importava.

Por mais que fosse somente sete horas da manhã e grande parte — para não dizer todos — os adolescentes que transitavam por aquele corredor movimentado que Jeno e Jaemin se encontravam, estavam com um aspecto meio morto, Jeno estava com os olhos bem atentos em Mark Lee e Lee Donghyuck, o primeiro citado estando a procura de alguma coisa em seu armário e o segundo o dizendo algo de maneira até ríspida se a percepção de Jeno estivesse certa.

E Na Jaemin, por mais que julgasse as habilidades investigativas de Jeno como péssimas, estava escorado no ombro de Jeno, os olhos mal se mantiam abertos e  se não fosse por estar de pé, já estaria dormindo desde o momento em que havia aceitado acompanhar Jeno naquela suposta missão ultra secreta que o Lee alegou que fariam naquele dia.

— Jaemin, me responde uma coisa. — Sussurrou baixinho. — Você lembra do que eu te falei quando pedi pra você me dar apoio moral enquanto eu cuido da vida dos outros?

— Hm… — Jaemin ficou alguns segundos em silêncio, Jeno contou até quarenta e cinco mentalmente e nada de Jaemin formular alguma resposta, por um momento chegou a acreditar que o Na havia dormido enquanto pensava. — Lembro.

— Ah, então você deve se lembrar de quando eu ressaltei que um dos requisitos para isso, era estar cem por cento acordado. E não dez.

— Você não me disse nada disso. — Teimou, em meio a um bocejo e se espreguiçando ao erguer o corpo. — Só chegou em mim e lançou "Nana, quer ser meu Cat Noir?", e aí eu falei "Não, Nono, a LadyBug rejeita o Cat Noir, prefiro ser o Adrien, que é meio lentinho, mas pelo menos a LadyBug gosta dele.", aí você me disse "Por favor, te faço o que quiser", aí eu respondi "É? Então, a gente vai em um encontro", aí você ficou emocionado e respondeu "Meu Deus, ir a um encontro com Na Jaemin sempre foi meu maior so-

— Eu não falei nada disso não. — Jeno interveio. — O começo do diálogo é verdade, mas esse final você deve ter alucinado.

— Tá bom, confesso que na parte do sonho, eu fanfiquei um pouco. — Jaemin admitiu, por mais que tivesse certeza que Jeno estava doidinho pra ter um encontro consigo. — Mas, não tente se aproveitar do meu estado meio morto pra me dar calote, Jeno. Eu ouvi você concordando em sair em um encontro comigo e a gente vai.

— Só vou se você se manter acordado por dez minutos, pelo menos.

— Agora você já quer demais. — Jaemin disse, bocejando e retornando a se apoiar no ombro de Jeno. — Hoje eu realmente não tô no pique.

— Mas, o que aconteceu com você, hein? — Jeno perguntou, apoiando o peso de seu corpo em uma das pernas para que ficasse um pouquinho mais baixo para que Jaemin ficasse mais confortável. — Tá acabado. Te atropelaram no caminho pra escola? Se sim, o que tá fazendo aqui ainda, ao invés de ir buscar sua indenização?!

— Ah, não. — Respondeu, envolvendo a cintura de Jeno com seus braços, de forma que acabasse o abraçando de lado para que pudesse apoiar sua cabeça em seu ombro de forma confortável. — É que as últimas duas semanas dormindo abraçado com você foram tão boas que acabei ficando mal acostumado e não ter você pra abraçar interferiu no meu sono.

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