Irredutível
adjetivo de dois gêneros
1.
que não se pode reduzir, que não se pode diminuir.
2.
que não se pode decompor, que não se pode dividir; indecomponível.
"fração i."
Draco ainda fervilhava de raiva, mesmo horas depois da discussão com Potter. Esse era o efeito do "salvador do mundo mágico" nele: uma veia saltada, o rosto vermelho e uma boca extremamente solta para palavrões, além do olhar raivoso e da brutalidade ao fazer qualquer coisa, como por um copo na pia, que se encontrava em cacos naquele momento. Harry Potter seria assim para sempre, um idiota presunçoso!
Foi assim no primeiro ano em Hogwarts, quando meia hora de conversa com o Weasley e duas frases arrogantes de sua parte foram o necessário para oito anos de inimizade, ou quase isso. Houve o ano da guerra e o "assunto proibido". A questão era que o grifinório estúpido sempre ia contra ele, tomando qualquer partido que não fosse o seu! Insultando-o, xingando e sendo um babaca. Era impossível para ele que, depois de adulto, formado, com filhos, e uma vida inteira estruturada, o maldito eleito ainda causasse essa maldita adrenalina fulgaz por conta da veia tendenciosa.
Malfoy odiava Potter com todas as suas forças, porque ele era um merdinha seletivo.
Malfoy odiava Potter com toda sua vitalidade, porque ele não sabia ver nada além do seu próprio lado.
— Certo. — A voz masculina surgiu da entrada do quarto. — Posso saber o que a coitada da mala fez para você? — Draco nem se assustou ou se importou devidamente com a voz de Theo tão próxima, apenas ergueu o olhar para vê-lo com o sorriso ladino de sempre nos lábios e encostado no batente da porta.
Ele praguejou em resposta e voltou a jogar as pilhas bem dobradas e categorizadas na mala. Malfoy estava bravo, não insano em judiar de suas vestes, muito menos de passar uma semana sem saber o que pôs na mala.
— Não tenho tempo nem espírito para conversas meias-bocas, Nott.
— Nossa, me chamou de "Nott". Assim parece que me odeia, ou pior, parece meu pai. — O homem tinha um tom divertido ao descolar o corpo da madeira, ficando devidamente em pé. — Será que uma rapidinha ajudaria no seu péssimo humor?
— Ajudaria, mas eu realmente não tenho tempo! — Ele finalizou a frase bufando ao fechar a mala com um baque.
O zíper parecia emperrado e, conforme puxava sem sucesso, Draco foi ficando mais furioso, quase arrancando o feixe. O moreno, que observava aquilo, caminhou na direção dele, fechando a mala de forma correta, sendo necessário voltar um pouco para, assim, avançar, e a tirou de cima da cama com calma.
— Posso só te dar um boquete no chuveiro — Theodore falou assim que as rodinhas do objeto tocaram o chão e sua coluna alinhou. — Ou apenas um auxílio na sua auto satisfação.
Passou o braço pelos ombros rígidos de Draco, que fechou os olhos, considerando a ideia, ponderando, na verdade, tentando encaixar no seu cronograma aquilo, pois ele precisava relaxar, e Theo era ótimo em fazê-lo relaxar.
— Eu queria, mas sabemos o quanto eu fico letárgico na pós foda, e não tenho tempo para sexo e o pós dele, ainda mais se considerar me alimentar e fazer check-in coisas importantes.
Ambos riram baixo pelo comentário Era idiota a forma que se tratavam, um idiota besta, como uma brincadeira de tom duvidoso que os dois apreciavam. Nott iniciou uma massagem gostosa nos ombros do amigo.
E como Draco gostava dele e de suas massagens...
No geral, Malfoy gostava muito de ter Theodore na sua vida, e muitas vezes nem conseguia se imaginar sem. O homem era seu porto seguro, como voltar para casa depois de uma longa viagem.
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Vital ☆ Drarry
Fanfic[Em andamento] O mundo bruxo nunca se recuperou totalmente desde a queda de Voldemort, o mais temido e poderoso mago das trevas em décadas. Após aquela batalha, nenhum jovem bruxo voltou a ser o mesmo, distante da inocência e da leveza que marcaram...