Conversa descontraída

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[...]

— Rosa, sou eu... você pode me dizer o endereço da fazenda do Lysandre?

Nem preciso mencionar o fato de Rosalya ter ficado em choque com o meu pedido. Mas, após seu momento de espanto passar, ela pediu licença e chamou o marido, que lhe passou o endereço corretamente.

— Obrigada, amor — ouvi a voz carinhosa de minha amiga dizer, antes de voltar a se dirigir a mim. — Lynn?

— Oi... obrigada, Rosa — disse, enquanto enxugava uma lágrima que ainda teimava a cair.

Estava tão nervosa que já ia desligar o telefone na cara da coitada, mas Rosa me chamou antes que eu o fizesse:

— Lynn, você tem certeza disso?

— Eu... — hesitei, mas então fui atravessada por memórias passadas, do meu relacionamento com Lysandre. — Tenho... Preciso vê-lo o quanto antes.

— Entendi... — não podia ver o rosto da melhor amiga, mas sabia que ela estava sorrindo. Sabia que ela havia ficado arrasada com o nosso término, ainda mais por que ela parecia extremamente animada com a ideia de nos tornarmos cunhadas. — Eu fiquei surpresa na verdade de você não ter falado nada à respeito dele.

— Como assim? — sustentei o celular em apenas um dos ombros, enquanto jogava o endereço que Leigh me passou no computador.

— Há mais ou menos um mês, ele me pediu o seu endereço. Disse que queria mandar uma carta.— a voz de Rosa vacilou um pouco. — Me desculpe, acabei contando, eu não deveria...

— Tudo bem, Rosa — suspirei, frustrada vendo que a tal fazenda não era relativamente perto da cidade...

— Como você não comentou nada, pensei que ele tivesse desistido... Eu não deveria ter passado mesmo assim — Rosa falou, apressada. — Acho que fiquei comovida por que ele parecia realmente abatido.

— Não, tudo bem — falei com sinceridade. — Eu entendo, de verdade...

— Só mesmo Lysandre e o Leigh para preferirem optar pela carta, quando existe celulares disponíveis — Rosalya deu uma pequena risadinha, querendo quebrar gelo.

— Tem seu charme afinal, devo admitir — falei, deixando um sorrisinho de canto escapar.

Sentia muita falta do jeito excêntrico e cavalheiro do Lysandre, não podia negar.

— Se tem! —Rosa concordou enérgica. — Estou tão feliz por vocês — a voz dela ficou mais animada. — No meu coração sempre esperei por esse momento.

— Eu sei, Rosa — não pude evitar de enxugar os olhos, enquanto dava um sorriso singelo. — Você parece feliz.

— Ainda há esperanças para que você se torne a minha cunhadinha! Então é óbvio que estou feliz!

— Rosa... — disse em um tom brincalhão e repreensivo ao mesmo tempo.

— Ok, ok... eu vou com calma — não podia ver seu rosto, mas tinha certeza de que ela revirou os olhos. — Vocês tem que conversar primeiro e tudo mais.

— É o certo — falei, rindo um pouco.

— Que chato não poder ir direto para a parte do casamento.

Rimos juntas.

"Rosa sempre será a Rosa, afinal...", pensei sorrindo.

— Bom, acho que vou ajeitar as coisas para ir — disse, enquanto enrolava uma mecha de cabelo no dedo.

Do seu eterno, LysandreOnde histórias criam vida. Descubra agora