Capítulo III

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Pedro chega a quinta acompanhado de Luísa, não era segredo para os moradores daquela casa que ambos tinham um romance extraconjugal.

Pedro escuta Teresa às gargalhadas em seu museu, ele olha com um olhar curioso para Luísa, e ambos caminham corredor adentro para ver o que estava acontecendo.

Ao chegar a porta, Pedro a chamou, anunciando sua presença.

-Teresa? Está tudo bem? – Pergunta o homem com o rosto próximo a porta, na tentativa de ouvir quem a fazia companhia.

- Si Pedro, está! – Nada mais disse

- Posso entrar? – Ao receber a resposta fria da esposa, o homem queria ver com os próprios olhos quem lhe arrancava prazerosas gargalhadas.

- Entre!

Ao abrir a porta, o imperador notou a presença de uma mulher, extremamente elegante. Ela usava um vestido na cor preta, tinha cabelos presos em um coque bastante trabalhado, e havia uma charmosa mexa de cabelos brancos bastante evidente no topo de seu penteado.

Ela se aproxima, e o reverencia. Assim se apresenta

- É um prazer o conhecer majestade, me chamo Julieta Bittencourt – Ela diz com um lindo sorriso no rosto

- É um prazer  finalmente a conhecer, Teresa me disse muitas coisas fantásticas sobre você – Disse Pedro retribuindo o sorriso

Luísa vendo a interação entre ambos, e se sentindo excluída. Logo se intromete, se apresentando a mulher à sua frente.

-  Olá, me chamo Luiza, eu fui a preceptora das princesas. Agora me considero uma amiga da família – Disse com sua simpatia forçada

Julieta, que já sabia de toda história envolvendo o imperador e a condessa, por conta de suas longas trocas de cartas com Teresa. Se aproximou dando a mão para cumprimentar a mulher.

- Luísa... É bom te conhecer.... Nota-se que você é uma mulher que se considera muitas coisas. – Disse a cientista com um olhar significativo a condessa.

Teresa percebe que o clima ficou um tanto quanto constrangedor, interrompe o silêncio instaurado.

- Pedro, não demorara muito acompanharei Julieta, em uma expedição arqueológica ao norte do Brasil, a intenção é encontrarmos artefatos indígenas. –Disse Teresa com um imenso sorriso no rosto, ao qual Pedro não a via sorrindo daquela maneira por muitos anos.

- Teresa... você irá viajar? Quando decidiu isso? Quanto tempo pretende ficar fora? – Questionou Pedro irritado por ser pego desprevenido com a novidade da viagem de sua imperatriz.

A situação estava tensa demais, notando o climão no qual tinha criado no museu, Julieta sugere um café, pondo um fim nos olhares entre os imperadores.

- Teresa, se me permite, estou doida para tomar um café. Desde que fiquei viúva e vendi minha fazenda de café. Eu nunca mais tomei o legítimo café brasileiro. – Disse ela com uma voz baixa e suave.

- Si, é claro non. Vou pedir a Nicolau que nos sirva va bene? – Teresa a responde ignorando Pedro que ainda aguardava sua resposta

- Va bene! – Ao responder, a mulher de preto lançou um sorriso doce a Teresa. O que não passou despercebido por Luísa. 

***

Flores Raras (NTDI)Onde histórias criam vida. Descubra agora