Capítulo 4

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Enzo Dale

Ele sabia o quanto era desejável, sabia caminhar entre a meiguice e a sensualidade. O barulho de seu salto era sempre o primeiro a chegar, e ele aproveitava de minha pouca inocência para me atormentar. Seu silencio já me era costumeiro, mas seus olhos ainda me era traiçoeiros.

Seu sorriso carregava sempre uma malicia diferente ao me olhar, percebia sua curiosidade ao vagar seus olhos por meu corpo coberto. Não sabia o que procurava, mais me sentia curioso para descobrir.

Poderia facilmente mandar outra pessoa me entregar as pedras, mais ele mesmo veio as trazer. E eu que já estava tão acostumado com seguranças, me sentia esquentar com todo cuidado que rondava ele.

Eu me sentia curioso com tudo que vinha dele, e queria saber principalmente se era ele o dono da obra, que eu admirava por três anos seguidos. Mais não sabia como caminhar até ele, não sabia como faria para manter uma conversa, e não sabia principalmente se ele estava disposto as ter.

Era sempre uma dúvida constante quando se tratava dele.

Admirei seu vestido carregado de pedras, onde uma roupa cor de pele por baixo, era o único a esconder sua intimidade. E ele sabia dosar cada peça, as encaixava perfeitamente o deixando mais bello. Ele é o tipo de homem que poucos conseguem ter.

E ainda que eu soubesse não ser um deles, eu permanecia insistindo no querer.

E eu o queria.

O desejava desde a primeira vez que eu o vi. E ele não precisava falar, eu sabia que ele era um declínio, sabia o quão perigoso e letal ele poderia ser. Mais ainda assim eu queria insistir.

- Quer sair para jantar? – Perguntei assim que ele se levantou para ir.

Ele me olhou de forma quente, me avisando o caminho perigoso que eu queria entrar. Ainda assim não me importei, queria me arriscar ao o conhecer. E queria principalmente ser um de seu querer. O observei em silencio digitar algo em seu celular, e ele me estendeu o mesmo. O peguei confuso, e assim que vi a escrita compreendi que talvez essa será nossa forma de comunicação.

E eu faria aulas de libras se fosse preciso, somente para ter o prazer de compreender sua fala.

Será em sua casa, chego por volta das oito.

Era o que a mensagem dizia, e essa era a primeira vez que alguém, decidia sobre um convite meu. Devolvi seu celular afirmando que estava tudo bem, e ele foi embora na mesma elegância e silêncio que havia chegado.

E eu de fato estava bem ferrado.

************

Eu parecia um adolescente bobo o esperando, contava cada minuto, e eles pareciam se arrastar.

Oito horas em ponto ele chegou acompanhado de seus seguranças, sendo trazido até mim pelos meus, e foi somente nesse momento, que eu percebi que não tinha passado meu endereço para ele. E como ele chegou até mim, me seria um grande mistério.

Ainda que para ele nada parecia difícil de encontrar.

- Seja bem-vindo. – Falei me levantando do sofá de forma exagerada.

Ele me sorriu silencioso, estava lindo com um blazer preto, deixando sua coxa exposta, a bota vermelha fazia junção a tudo, e eu adorava seu cabelo tão vermelho quanto o inferno. Ele fez sinal para seus seguranças, e pela forma em como os quatros homens foram embora, entendi que ele carregava a mesma autoridade de seu pai e irmão.

Fiz sinal para que ele me acompanhasse, e assim ele o fez. O deixei confortável tentando arrumar uma forma para lidar com seu silencio. Não o queria constranger, mais eu de fato não estava preparado para ele.

- Você não precisa se preocupar comigo. Me sinto bem aqui. – Levei um susto com a voz que saiu de seu celular. Ele sorriu me mostrando seus dentes muito bem alinhados, e tão mais branco que os meus.

- Esse é um ótimo jeito para termos uma conversa. – Falei envergonhado.

- Está tudo bem não saber libras, estou acostumado a lidar com isso.

- Não deve ser legal querer conversar, mais não poder largar o celular. – Falei e ele me sorriu.

- É isso ou ficaremos em um profundo silencio. – Eu ainda estava a me acostumar com a voz do celular. – Porque me convidou para jantar? – Perguntou.

E eu hesitei entre a verdade, eu tinha muito o que dizer, muito a confessar, mais não sabia por onde começar. Existia muita coisa que nos afastava. Sabia que meu pensamento era equivocado pelos dez anos a mais que eu tinha, sabia que não seria bem visto eu me envolver assim, sendo o pai dele quem era, e eu também mal sabia se ele queria se envolver.

- Estou curioso para saber se você é o retratista. – Menti por ser incapaz de abrir a verdade.

Eu o desejava bem mais que o diabo desejava voltar para o paraíso.

- Sim, sou eu. – O celular mais uma vez falou por ele. Me remexi na cadeira pela forma intensa que ele me olhava.

- Pode me dizer do porquê das mãos no ouvido? – Questionei, e ele mais uma vez deu aquele maldito sorriso perturbador de alma.

- Ainda que eu te escute, ele me é inútil por não me ouvir. – Respondeu enigmático.

Permaneci em silencio tentando compreender sua transparecia, devolvi seu olhar percebendo suas bochechas corar suavemente. E ele era de fato o rapaz mais adorável que já conheci. Mais não deixava de ser perigoso, arriscado querer permanecer.

Mais eu queria.

Queria ter o prazer de descobrir o que tinha por trás de suas roupas femininas, descobrir o que tinha escondido, por trás de seu olhar malicioso, e queria saber principalmente do porquê de tanto seriedade ao me olhar quente.

O jantar se transcorreu perfeitamente bem, onde um celular era sua "voz". E ele de fato não parecia se importar ao ter que se comunicar comigo dessa forma.

E eu faria aula de libras se fosse para o deixar confortável, faria mesmo sem saber se daria tempo, faria mesmo sem ter certeza se ele permaneceria.

- O jantar foi bem agradável. – Disse o celular enquanto ele me sorria.

Fodido inferno vermelho. Eu o desejava beijar.

Engoli em seco devolvendo seu sorriso, meu coração se agitou assim ele trouxe seus dedos finos ao meu rosto, seu dedo polegar deslizou pela mancha do vitiligo, com cuidado ele seguia o percurso do meu olho para o nariz e buço. Era de uma extrema delicadeza sua caricia, e ninguém nunca as olhou com admiração.

Sua mão percorreu até meu pescoço, abaixando levemente a gola da minha camisa. Eu não sabia o que ele procurava, mais me era estranho sentir ele fazer isso sem qualquer pudor, e permanecer tão silencioso quanto ele me foi um desafio.

E mais uma vez ele foi embora, tão elegante e silencioso quanto havia chegado, a diferença era que agora, ele sabia o inferno que estava causando dentro de mim. 

[ DEGUSTAÇÃO] Suas cores & Eu Onde histórias criam vida. Descubra agora