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Enzo Dale
Eu de fato passei a me acostumar com a solidão, com o silencio que minha casa carregava sempre que eu voltava. Passava o dia fora, onde uma enorme empresa tinha me passado a ser bem mais importante.
E talvez realmente fosse, pois esse era o legado da minha família. Onde as pedras preciosas nos colocava em risco todos os dias, mais ainda assim, os diversos objetos diário produzidos, deixava muitas pessoas felizes.
Suspirei deixando os diversos relatório sobre a mesa, e vaguei minha mente mais uma vez sobre o inesperado de dias atrás. Eu tinha a plena certeza de que aquela pessoa, era o retratista da obra que eu admirava a anos. Não poderia ser uma perfeita coincidência.
Eu não conseguia tirar isso da cabeça, e nem aquele maldito sorriso. Eu que nunca me interessei por mulheres, me sentia confuso sobre aquela pessoa, todas as caracterizas me dava plena certeza de ser mulher.
Isso estava mexendo o inferno dentro de mim, não conseguia compreender.
Já fazia muitos anos que eu estava sozinho, ainda que eu conheça o sexo casual, eu jamais me senti atraído por mulheres.
E que loucura me sentir atraído por uma pessoa que vi uma única vez.
- Senhor Dale. – Me chamou minha secretaria me tirando dos devaneios.
E devaneios foi o que eu mais passei a ter.
- Sim Dandara, me perdoe a distração. – Falei para ela que sorriu.
Dandara é minha secretaria a anos, veio da Itália comigo. Moramos por pouco tempo em Marbela, que é onde meus pais, e meu irmão Davi com seu marido mora. Antonella permaneceu na Itália tocando nossa sede. E depois de ter meu coração partido, eu resolvi tocar a filial em Londres. Minha família é do ramo de joias, ainda que nossas empresas hoje em dia fabrica diferentes objetos, como bolsas, roupas, perfumes, relógios e etc.
- Eu percebi menino Enzo. – Gracejou me fazendo rir.
Dandara já tem seus cinquenta anos. É uma mulher tão sozinha quanto eu, nunca quis se casar, ainda que tenha um filho adolescente. E estava tudo bem decidir sobre isso, mais acredito que deva ser bem mais solitário, chegar na velhice sem nunca ter conhecido o amor.
- Um longo cabelo ruivo está tirando meu juízo. – Contei me levantando da minha cadeira de couro.
- Sorte a dele então. – Gracejou. E ela mal sabia que poderia ser uma mulher. – Vim avisar que o senhor Rurik com seus filhos, já chegou. – Disse voltando ao seu habitual tom profissional.
- Tudo bem, avise por favor que já estou indo.
- Com sua licença. – Disse já saindo da minha sala.
A família Rurik, é conhecida pela exportação de pedras preciosas. O patriarca Marilan Rurik, é amigo dos meus pais a muitos anos. E ainda que pedras preciosas, não seja algo único que ele mexe, permanecemos recebendo suas pedras. E pelo que sei, Marilan faz parte da máfia italiana, e isso não é nenhum desagrado para mim e minha família, contando que não nos envolva, está tudo bem.
E ele é um grande homem gentil, apaixonado pela esposa já falecida e por seus dois filhos. Eu não os conheço, faz muitos anos que não tenho contato com Marilan, ainda que meus pais sempre o visitava quando vão a Itália, mais parece que agora ele veio morar também em Londres com seus filhos.
Caminhei para fora da minha sala, seguindo meu caminho até a sala de reuniões, distraindo em meu celular olhando as fotos do meu sobrinho recém-nascido. Lucca nasceu saudável, e carregava a mesma pele negra do meu irmão Davi, e parece que ele mesclou entre os olhos preto do meu irmão, com o azul dos olhos do meu cunhado Thales, nascendo assim com os olhos verdes.
Que belezura de criança.
E ver meu irmão feliz, com a família que estava construindo ao lado do homem que ama, me era sempre a prova do possível, onde dois homens diferentes, poderiam se amar, se cuidar, e viver um casamento duradouro. E eu já tinha vivenciado tudo isso com meus pais, e Davi me era a segunda prova.
- Me perdoe a espera Rurik. – Falei assim que entrei na sala de reuniões. Guardei meu celular depois de responder um E-mail.
E meu coração parou no momento que eu levantei meus olhos. A mesma pessoa de dias atrás, estava sentado ao lado de Rurik e mais um rapaz. Seu cabelo cheio ruivo, tinha uma mecha cobrindo um pouco de seu lado esquerdo do rosto, seus olhos verdes eram expressivos ao me olhar.
Me senti pela primeira vez intimidado.
- Não tem problema Dale. – Disse Rurik dando uma risadinha ao me tirar do assombro. – Que bom te ver já crescido. – Gracejou mais uma vez rindo. E ele era um homem que ria muito.
- Já tenho trinta e três. – Falei devolvendo seu aperto de mão antes de me sentar. Não conseguia desviar meus olhos da pessoa ruiva.
- Tão velho quanto seus pais. – Disse me fazendo sorrir. – Esses são meus filhos, Tayran meu filho mais velho, e Adriel meu filho mais novo. – Apresentou.
E fodido seja, a pessoa que estava me tirando o juízo ser um homem, e se chamar Adriel. Parecia um nome de anjo, fazendo junção com sua beleza unissex. Mais em seus olhos, ainda tinha a mesma malicia de dias atrás.
- É um prazer conhece-los. – Falei tentando me manter no profissional. Mais até o ar estava me faltando.
- O prazer é nosso. – Disse Tayran. E sua voz me soou imponente.
Entretanto Adriel nada disse, apenas me acenou com a cabeça. E eu já estava a me questionar do porquê de seu silencio.
- Bom, vamos iniciar. – Disse Rurik cortando minha troca de olhar com o ruivo. – Não que seja importante, mais preciso dizer que meu filho Adriel é mudo. – Contou me fazendo arregalar os olhos sutilmente, mais logo voltei ao normal para não o deixar desconfortável. – Ele ouve, mais não fala, então se ele tiver qualquer dúvida, eu interpreto para você. – Concluiu me sorrindo.
- Tudo bem. – Falei.
E a reunião se deu início, mais não faço ideia do que foi falado em sua maioria. Eu não conseguia desviar meus olhos dele. Ele parecia ter algum tipo de magnetismo que me atraia. E ele mal disfarçava para me olhar, ainda que em alguns momentos ele agitou seus dedos ao falar com o pai. E fodido seja eu por não saber nada de libras. Mais me perdi ao olhar suas unhas compridas esmaltada na cor preta.
Me sentia entranho a cada momento que seus olhos, percorria pelas machas do vitiligo em meu rosto e mão. Ele me olhava com cuidado, com curiosidade, passava seus olhos por mim minuciosamente, me fazendo remexer na cadeira.
Seus olhos eram expressivos, mais eu não os entendia.
- Bom, então acho que é isso. – Disse Tayran encerrando a reunião e me fazendo o olhar. E ele me olhava seriamente a cada vez que ele percebia eu olhar seu irmão.
Porra.
- Apareça em minha casa para jantar amanhã Enzo. – Convidou Rurik se levantando, e seus filhos fizeram o mesmo. – Podemos amanhã concluir seu pedido sobre as pedras.
- Vá bene. (Tudo bem). – Falei também me levantando.
E foi nesse momento que eu percebi que Adriel, usava um blazer vermelho deixando suas pernas amostras, uma bota com salto fino de cano alto que passava seu joelho.
Fodidamente bello.
Me despedi dos Rurik, devolvendo o olhar de Adriel. E o desgraçado me sorriu da mesma forma de dias atrás. Fodido inferno, ele seria minha perdição.
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[ DEGUSTAÇÃO] Suas cores & Eu
RomanceEnzo Dale, um renomado empresário do ramo de joias, trinta e três anos. Um homem com uma bondade única, onde até para sorrir, se torna gracioso. Carrega consigo um coração machucado, por palavras ditas em um passado nem tão distante assim. Mais ape...