8ª CENA: Como Perder um Homem em Dez Dias

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"Por que eu daria em cima de outra mulher? Você tem personalidades suficientes para me manter ocupado" (Como Perder Um Homem Em 10 Dias, filme).

Sexta-feira, 09h30.

Hinata Hyuuga encarava um precipício que ela não tinha certeza que gostaria de enfrentar. Seus olhos perolados olhavam para a queda de milhares de metros com tamanha atenção que ela perdia qualquer detalhe que estivesse disponível ao seu redor. Seu coração batia acelerado, as mãos estavam suadas e os joelhos tremiam tanto que ela temia cair caso desse qualquer passo.

Não estava pronta para isso, estava?

Bem, ela com certeza não se sentia. Por mais que todos dissessem que era uma romântica incurável e que ela "amava o amor", a jovem tinha muitos receios a respeito dele. Primeiro, seria tão fácil assim? Sim, os filmes, séries e livros faziam parecer que encontrar o amor era muito simples, mas na vida real deveria ser outra coisa. Segundo, não deveria doer? Ok, Hinata não acreditava que tudo seria às mil maravilhas, mas tinha que ser minimamente doloroso. Os personagens sempre sofriam, por que ela não sofreria? Não fazia sentido. Terceiro, e não menos importante, não era clichê demais?

A queda pareceu ficar ainda maior e ela recuou um passo. Sua paixão por clichês permitiu que se tornasse uma mestre no assunto, o que a fazia duvidar do que realmente estava sentindo. Sua mente criativa poderia, muito bem, estar criando aquele sentimento para finalmente viver o que tanto via em filmes e séries. No entanto, ela se recusava a cair assim.

Poderia "amar o amor", mas não tinha como simplesmente pular daquele precipício e arriscar tudo por algo tão... inconstante e incerto.

Quando sacudiu a cabeça, Hinata despertou do pequeno devaneio que havia se colocado. O professor de história, Kakashi, contava sobre a revolução russa e suas consequências pelo mundo enquanto ela viajava em sonhos nada importantes. Suspirando, a garota olhou para cima do ombro.

Como a ótima aluna que era, a Hyuuga sempre ocupava a primeira cadeira, bem perto do professor, por isso acabava tendo que se desdobrar para conseguir falar com Gaara. Ela queria avisar que precisava conversar com ele durante o intervalo, mas o ruivo estava adormecido sobre a mesa. A adolescente revisou os olhos e discretamente pegou o celular. Kakashi era o mais tranquilo dos professores e tendia a fazer vista grossa quanto ao uso dos aparelhos, só que ela não gostava de arriscar.

Seus dedos voaram sobre a tela, apertando as letras necessárias para escrever a mensagem. Ela apenas verificou rapidamente o texto antes de enviar. Gaara, que estava com o rosto deitado sobre o próprio celular, tomou um susto e bateu a cabeça na parede. O professor parou para olhar em sua direção, mas apenas deixou o assunto de lado e voltou a escrever na lousa. Após uma onda de risadinhas e uma torrente de reclamações, ele pegou o aparelho.

Hina Hyuuga

Preciso falar com você 09:30

Podemos nos ver depois da aula? 09:31

Até posso, mas preciso terminar uma partida ou Naruto não vai me deixar em paz

09:32

Hina Hyuuga

Gaara! É urgente! 09:33

Tá bom, tá bom 09:33

Depois da aula vamos tomar sorvete 09:33

O ruivo ergueu a cabeça para encontrar olhar ansioso da amiga. Ele podia já imaginar sobre o que ela queria conversar, mas era muito difícil para Hinata pedir ajuda – o jovem sabia bem disso – por isso nem mesmo pensou em recusar. Naruto teria que esperar, porque não havia qualquer chance de deixá-la sozinha. Hinata sorriu amarelo para ele, em um pedido mudo de desculpas, antes de se virar para tentar focar nos últimos minutos daquela aula.

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