True Colors | knj + pjm (REPOSTANDO)

Capítulo 3 - INDOLOR | YOONGI

TW: Abuso de substâncias ilícitas, relações sexuais sob efeito de drogas e não-consentimento consentido (CNC)

A sala de estar do apartamento de Min Yoongi não havia sido decorada por ele. Era clara e arejada, com uma porta de vidro que dava na varanda, sempre aberta, a menos que chovesse. Móveis claros e caros, almofadas em tons pastéis e nem um grão de poeira em lugar nenhum. O tapete em que se sentava era macio nas palmas de suas mãos, cor de menta e recém aspirado. Ele se sentia uma barata em uma sorveteria.

Usava uma camisa de basquete desbotada e shorts de poliéster com um lado descosturado e elástico gasto, sem cueca. Não estava tentando parecer um protagonista de um k-drama dentro de casa, não se importava o suficiente para isso.

Deixou a cabeça pesar para trás no assento do sofá, e puxou o garrote ressecado que amarrava seu braço e jogou a agulha, o isqueiro e a colher no chão.

Sentia uma euforia quase instantânea correr em suas veias, a felicidade que perseguiu por tantos caminhos e que sempre tinha validade curta. Seu passado, presente e futuro de nada importavam. Não aguentava mais ser o vilão de sua própria história, e apenas se entregava ao abraço de sua super heroína.

O barulho da porta ecoou no fundo de sua mente.

Seu melhor amigo tirava os sapatos com as pontas dos pés e arrancava a camisa pelas costas, com uma mão só. E mesmo que ele parecesse pertencer àquele lugar muito mais que o dono da casa, - bem arrumado, com cabelos alinhados com gel e a barba feita naquela manhã - ambos sabiam que eram ratos saídos do mesmo esgoto.

- Tira a roupa.

Yoongi tentava puxar o zíper da própria calça com seus dedos trêmulos, os pensamentos embolados entre o êxtase da droga e o tesão da realidade. Sentiu o peso em suas pernas quando o recém chegado sentou em suas coxas, nu. Seus membros se tocavam, e o de baixo beijava a garganta do de cima, que apertava a borracha em seu próprio braço.

- Dividindo agulha, meu bem? Pensei que você era bom demais pra isso. - Yoongi provocou, mordendo o pescoço do outro enquanto este dava batidinhas na seringa e se injetava o resto da droga.

- Um cara foi gentil comigo hoje. - Ele disse.

Yoongi riu, maliciosamente.

- Você não odeia quando eles são gentis?

Recebeu um beijo como resposta.

Uma vozinha de sensatez tentou dizer no fundo de sua mente que aquilo era errado. Mas não era a primeira vez, e com certeza não seria a última.

Foda-se.

Agarrou o rapaz pelas pernas e o levantou do chão, segurando-o no colo. Precisava levá-lo para o quarto antes que suas forças se esvaíssem por causa do narcótico. Jogou-o na cama e foi revirar as gavetas da cômoda atrás de lubrificante e preservativos.

- Camisinha, hyung? Eu acabei de usar a sua agulha, tá preocupado com o que? Vai me engravidar, é? - O riso maníaco se espalhava no colchão, mas Yoongi não deu muita atenção. - E como é que você tá tão bem ainda? Vem logo!

- Você não vai querer levantar e eu não pretendo te deixar largado coberto de porra. Pelo menos a camisinha eu amarro e jogo fora. - Encontrou o que procurava e voltou para a cama, sem tempo a perder. - E eu ainda tô bem porque você usou o caralho da dose quase toda. Fica de quatro.

Yoongi nunca era desobedecido dentro daquelas paredes. Mesmo naquele estado, conseguia admirar a beleza no corpo de seu amante. A cintura fina e a curva que arqueava suas costas de forma sublime. Abriu suas pernas, arrastando os joelhos no lençol e levou o rosto até bem perto.