Sem Medo de Amar - Jeon Jungkook [Segundo livro]

Quimicamente Selvagem

— Não há detalhe nenhum. — omite uma turbulência interior que o torna distante da minha pergunta. A vida dele depois de nós, ainda ressoa como um mistério enorme pelo qual eu não posso deixar de me interessar. São tantas coisas que ocorreram ultimamente, dentre uma delas, o aumento da minha desconfiança em relação ao Jungkook.

Mas, mesmo que eu quisesse, eu não conseguia parar de sentir essa intensa atração por ele. É uma coisa que não está ao meu alcance explicar. Seus olhos, sua boca, corpo, cheiro, personalidade. Tudo me causa uma prisão eterna. E isso é extremamente conflitante pra mim. Fui dele apenas duas vezes e foi o bastante para que eu me visse envolvida naquelas réplicas mentais inescapáveis de carícias, toques intensos e promessas de um longo orgasmo.

— O seu silêncio sempre me intriga. — Jungkook me pega obcecada pelo seu tórax tatuado exposto. O abdômen trilhado por gomos bem fixos e acentuados, a pele alva contrastando pelo coração tão perfeitamente desenhado no centro peito, roubam qualquer especulação mental negativa que eu tinha do mais velho.

— A força do seu impulso passou? — me interroga, buscando algum tipo de justificativa prévia no meu olhar.

— Eu sou o meu próprio impulso...

— toco em seu peitoral para ter a certeza que ele está correspondendo ao meu desejo. — Te ver assim, acaba comigo. Eu estou com muita vontade de te ter metendo dentro de mim. — perdoe o vocabulário chulo, no entanto é inevitável. Antes eu não me sentia tão bem para falar dessa forma com outras pessoas e o sexo às vezes era mecânico demais, o que de modo nenhum é a realidade quando me entrego ao Jeon. Eu me sinto eu. Me sinto viva. 

Porque a minha preferência pelos piores? Eu tive tantas e tantas oportunidades de sentir essa atração fatal por alguém e lutei tanto para que voltasse a acontecer, mas só quando eu estou com o Jungkook que sou tão passional, amorosamente submissa. Quero ser o objeto dele: Que me use, que me ame, que me foda. Nem que seja por um único dia novamente.

— Eu sei que você ainda me ama. — se surpreende lindamente, abrindo um grato sorriso que vai desgarrando o lábio inferior dos dentes bonitos. Ele move uma mão para a lateral da minha cabeça, amassando os meus cabelos e simultaneamente fazendo-me um carinho. O próprio leva o meu rosto em sua direção, esperando-me com olhos bem atentos e a boca semi-aberta.

Selamos os lábios em uma suculência maior do que a da outra vez. O Jeon gira carinhosamente a minha face à sua esquerda, começando lento e calmo. Doce. Aprofundando cauteloso sua língua macia dentro da minha cavidade, espalhando um sabor familiar. Ele atravessa a mão pelo meu cabelo para segurar o meu pescoço e não controla seu desejo pela dominância naquele ósculo como bem queria.

— Você não faz idéia de como e quanto eu te desejo… — fala pausadamente e logo encaminha as suas mãos para minha toalha, livrando-se do pano como se sentisse ciúme que o mesmo me envolvesse sem ser os seus braços. Jungkook agora olha-me por degraus, como se eu fosse sua afrodite. Sua respiração densa entra pelos meus ouvidos, fazendo com que meu corpo se amoleça. Ele me envolve com maestria na vontade de senti-lo. Mais perto, mais perto.

— Você demonstra muito bem. Sem ser irônica dessa vez. — abaixo as pálpebras e me limito a ter a sensação do Jeon encarando o meu corpo incendiar tudo. E de repente a Abigail de alguns anos atrás retornou. A ingênua no amor.

Um arrepio sobe até o centro do meu esôfago e eu desperto, vendo o alheio se encantar comigo de novo.

— Você continua sendo minha, depois de tudo. — alcança minha bochecha e eu sou invadida por uma felicidade, que se expande até virar uma bela moldura labial. É inevitável. Eu ainda estou tão apaixonada. Jeon Jungkook parece uma praga da qual eu não posso me livrar. Porque não é tão simples e fácil amar de novo?